Roupas Brancas: Para além do Preceito e da Paz de Oxalá

Roupas Brancas: Para além do Preceito e da Paz de Oxalá

 

Eu já disse que se as condições financeiras me permitissem, usaria branco todos os dias da semana. Trocaria sim o guarda roupas para que a maioria das peças fossem alvas e, no máximo, com variações em tons claros – os mais próximos do branco possível. Faria com orgulho e com a certeza de um passo a mais para a a proximidade com meu Oxalufan, Deus que rege a minha existência no mundo e que vive por todos os elementos por onde a cor branca e suas sutis variáveis perpassam.

 

Vestir-se de branco vai muito além de cumprir um preceito para não “quiziliar” o Senhor que nos permite Ar para respirar; vestir-se de Branco vai muito além de se resguardar no período em que Oxalá passa na Terra para visitar os seus filhos… Vai muito além de pedir Paz. Até porque Oxalá não é só paz como pensamos.

 

Oxalá é o Deus da criação dos Homens. A força que sopra vida nos seres. O que também permite o último suspiro na vida terrena. Oxalá é Vida e Morte; É Paz e Guerra!

Eu sou Paz e Guerra: Paz em Querer Paz, e Guerra para se manter vivo. Por isso, meu desejo é vestir-se de branco todos os dias.  Vestir-se de Branco é, antes de tudo, um Importante Ato Político. Toda vez que ocupamos lugares com nossas vestes brancas, estamos também ocupando um lugar e ação política e afirmamos que sim, temos e fazemos uso do direito de estar onde quisermos, e representar quem representamos, a força de Oxalá e dos Deuses Africanos.

 

Vestir-se de Branco é também manter viva a Luta.

É criar o costume, até que a sociedade aceite e não permita mais estranhar-nos quando caminhamos limpos pelas ruas sujas de preconceitos.
É preciso tornar normal a prática de respeito à nossa gente que carrega em seus vestes e adereços, toda a força de uma ancestralidade que é vivida, todos os dias da vida de quem tem Orixá.

 

Meu Branco é Luto!

Eu nasci no Branco!
Meu Orixá veste Branco
Come no Branco
e domina todas as Forças do Branco
Eu Vesti Branco quando Mãe Dede foi Assassinada
Não vesti um Branco de Paz, não
O Branco de meu Pai também é Luto!
Quando Kayllane foi apedrejada, eu já estava de Branco
No Branco do Luto.
Um Luto pela Liberdade de Crença que é violentada todos os dias
Meu Branco é de Luto pelo Direito de Expressão da Fé assassinado
O meu Branco, eu vesti quando nasci para Buscar a Paz, na Guerra, no Embate, na Luta porque eu visto Luto sim! E me visto do Verbo Lutar que é Branco em Essência.
Visto Branco, sem Flores
Visto Branco, com Pedras na Mão, de Luto!

 

Fontes: Página do Facebook e blog: “Olhar de um Cipó”

 

https://www.facebook.com/olhardeumcipo?fref=ts

http://olhardeumcipo.blogspot.com.br/2015/07/roupas-brancas-para-alem-do-preceito-e.html

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