A lenda de Obi

Material retirado do site  ileaxeoxolufaniwin.wordpress.com

 

Olodunmare chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo a morte é capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens.

Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun, Orisa e Nkise. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.

É um alimento básico, e toda vez que é oferecido, o seu consumo é sempre precedido por preces.

Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.

Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação.

Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.

Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.

Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.

Após isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.

Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.

Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.

Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.

Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare,e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.

Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.

No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.

Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.

Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.

Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.

Depois, ela começou a comer as nozes cruas.

Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.

Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.

Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu descodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.

Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.

Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.

Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.

A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimónia.

A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.

A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.

A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.

Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.

Texto/Pesquisa: Maria Manuela – Blog: Candomblé o Mundo dos Orixás.

Diferentes tipos de nozes de cola:

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Obì – Noz de cola. Obì e água (obì omi tùtu) são oferendas primordiais nos cultos afrodescendentes.

Obì àbátá ifin – Obi 4 partes branco – Oferenda exclusiva de Ợbàtálá.

Obì àbátá pupa – Obi vermelho. Serve de oferenda para qualquer ẹbọra que não seja funfun, inclusive para Orí e Eégún.

Obì edun = obì àáyá – (Cola Caricofolia– Sterculiáceae) – A Cola de macaco possui o fruto vermelho e brilhante. É comestível. – Desconhecido o uso ritualístico.

Obì àbàtà = obì gidi – (Cola Acuminata – Sterculiáceae) – Este é um tipo de noz de cola vermelha que pode possuir de quatro a seis cotilenóides (awé).

Àjoòpa é uma noz de kola doce e vermelha, grande e de qualidade superior.

Obì ifin = O mesmo que Àjoòpa, só que de cor branca. – Oferendado a Ợbàtálá – Muitas vezes é dado como um presente ou como parte de um presente a uma pessoa importante.

Obi Gbànja = górò = awé méji. – (Cola Nitida – Sterculiáceae) – É vermelho e possui apenas dois segmentos como indica um de seus nomes (awé méji). Contém muita cafeína e por este motivo, se comido à noite, provoca insônia. A cafeína age como estimulante e excitante muscular. Combate a depressão e a hipertensão e sua ação rápida é também de curto efeito…

Abidun = abóbìdóòyò = akíí boto = kòlá = orógbó.

Pesquisa: Odé Ợlaigbo

 

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