Dia nacional de mobolizaçao pro-saude da populaçao negra.


Texto gentilmente cedido pelo Prof Dr. Babalawo Ivanir dos Santos.
Meu boa tarde a todos e todas!

Vou começar o assunto de hoje pela resposta que a igreja frequentada pelo casal emitiu, em nota, à imprensa. “As pessoas que se vestiram de “nega maluca” não tinham conhecimento do que é ‘blackface’, portanto, fizeram suas fantasias sem a intenção de serem racistas”. Está aí um dos mais árduos desafios humanos : colocar-se na história do outro, no sofrimento alheio e, dessa forma, entender os comportamentos racistas. E, como hoje é Dia Nacional de Mobilização Pró-saúde da População Negra, quero exemplificar com o acontecimento de Petrópolis.

De uns tempos para cá, com a intenção de justificar aquilo que não se pode perpetuar, deram voz à expressão “mimimimi”. Isso quer dizer que continuar fazendo graça com o sofrimento da população negra e também de outros grupos sempre foi o correto. E que, tirando o tal do “mimimi”, podem continuar. Mas não podem mesmo!

O negro não é fantasia, e vive uma realidade de muitos preconceitos, incluindo uma que é muito dolorosa : o de insisterem que a natureza das madeixas da raça é, como dizem, ruim. Fantasioso, talvez, seja a insistência em se manter com pensamentos preconceituosos. Foi com muita luta que parte da população negra entrou para as universidades e tem ocupado espaços importantes na sociedade. Mas está longe da realidade ser ideal.

É por essas e outras que, em 2007, nota-se a necessidade de dedicar um dia do ano para chamar atenção de que, em todos os outros, precisamos manter as pessoas saudáveis. Se o racismo estrutural vitimiza, quem o comete deve procurar se moldar, pois o tempo é outro. Lutamos pela equidade racial. Além de todos os males sofridos pelos negros, afirmo que tenho ciência das doenças que também atingem parte dos brancos. A mais corrosiva é o racismo.

O 27 de outubro é para que, todas as vezes em que o preconceito racial for chamado de “mimimi”, lembrem que o Brasil tem atualmente cerca de 14,4 milhões de desempregados. De acordo com dados do IBGE, 72, 9% do desemprego cai para os negros ; cerca de 41 % da população brasileira não tem acesso regular à alimentação básica, 28,4 % desses são de famílias chefiadas pelos nossos.

Como sacerdote e também ativistas dos Direitos Humanos, acredito que a luta antirracismo precisa ser propagada dentro dos espaços religiosos!

Quando quiser se fantasiar, pense em satirizar a ignorância, a maldade e tudo que ainda estrutura nossa sociedade para que entremos em conflitos infantis e baixos.

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