Inovações, descrença, tradição

Texto retirado do Facebook agenafro

Babá Antonio Pena

INOVAÇÕES – DESCRENÇA – TRADIÇÃO

Lapidações e aprimoramentos. EIS AI O PERIGO. Ancestre não se lapida, não se aprimora nada a eles (as) é ensinado: Exemplo: Maneira de dançar, embalançar dos ombros, olhos fechados, sequer ficar em posição inerte aguardando a vez para bailar, etc.

Ògún, Ọ̀ṣọ́ọ̀si, Ṣàngó e os demais sempre serão ancestres. Eles chegam e ficam. Não são passageiros, sequer, ascensorista de elevador para ficarem subindo e descendo a todo instante, nem ao menos, espíritos que baixam em centros Kardecistas necessitando de rezas ou velas para se evoluírem. Nossos ancestres quando retornam ao “àiyé”, dançam, conversam, comem, enfim, matam a saudade. Eis o motivo pelo qual eles (as) voltam.

Quando isso não acontece, deixa de ser algo aflorado e passa a ser “estudado” – “transe de expressão”. E assim, nossos ancestres foram ficando no passado. Os pais e mães de santo que caíram de “para quedas” ensinam aos que neles acreditam os passos marcados, os olhinhos fechados, etc. Já diz o adágio corriqueiro: “Fechou os olhinhos, deu um pulinho e um gritinho, é santinho”.

“Esses (as)” dirigentes não sofrem possessão, mentem (èké – mentira), e para seus pobres descendentes mentem, quando dizem: “Quando eu viro todo mundo vira” – Esse procedimento me remonta ao meu tempo de criança: “Tudo que seu mestre mandar, faremos todos”.

A possessão do ancestre é algo espontâneo ou realizado através de evocação, e não combinada.

Nós, sacerdotes (as), devemos entender que há necessidade do convívio do ancestre com seus descendentes, e não, um simples bailar de um dançarino (a) com coroa de aramado e trajado tal qual um concorrente ao Baile de Fantasia, fazendo “biquinhos”, torcendo a boca, forçando o aumento dos lábios (para dizer que é negro, como se todo negro (a) possuísse lábios aumentados) ou trocando o semblante de serenidade por superioridade.

Orixá é orixá. Ancestre é Ancestre. Nada muda. Ọ̀ṣun sempre usará leque, Ṣàngó, machado de dois gumes, Àrá – Ìgbóná machado de um só gume, e assim por diante.

Assim eu aprendi. Se me provarem ao contrário, acreditarei.

Antonio Penna de Ọbàtálá.

Àdìfá Ọba Aláàiyé Fámãkindé Otuoko® Opaoko®.

Àṣẹ Ọba Igbó®.

2 comentários

    • RCG em 20 de janeiro de 2023 às 23:59
    • Responder

    Boa noite,

    Como o senhor está?

    Saiba que sempre lembro do senhor. E as vezes leio o blog em silêncio.

    Sobre o texto queria fazer apenas um comentário. Na primeira vez que senti digamos uma “irradiação”, eu fiquei me questionando se aquilo era real pois eu estava vendo e escutando tudo. Mas está minha dúvida foi devida as inúmeras informações que eu recebia de como é a correta incorporação. Mas o peso nas costas foi real. Eu andar como se eu tivesse 200 anos foi real. Eu forçando minha coluna para cima e minha perna para andar mais rápido foi real kkkkk.

    Eu acho que o excesso de informação bem como as informações falsas passadas pelos dirigentes só fazem atrapalhar o processo natural.

    Eu fechei o olho por vergonha. Por não saber o que tava acontecendo e na tentativa van de evitar que a lágrima caísse. Pq nunca tinha sentido tanta paz.

    Abraço meu amigo.

    1. Olá. RCG. Quem bom conversar novamente contigo. Além do blog, eu tenho feito toda 4ª-feira as 20h30min um ao vivo pra conversar sobre religiosidade no meu Instagram nelsontomeje.
      Dizem os mais velhos que ouvir é mais útil e necessário que falar. E tem muita gente falando obque não conhece e o que não deve. Informações circulando sem o devido cuidado e sem a devida referência de qualidade. Querem transformar a religião e a religiosidade em algo descaracterizado e distante da realidade da nossa cultura. Inventam costumes, hierarquias, posturas, modos de fazer e tantos outras coisas. Daí temos esses desvios de função e compreensão do que seja religiosidade. Incorporação nunca será igual em todos. Precisamos desmistificar e expurgar do nosso convívio esses que causam confusões desnecessárias nas pessoas. Axé e felicidades.

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