OPANIJÉ – O TOQUE SAGRADO

OPANIJÉ – O TOQUE SAGRADO

Opanijé é um toque e ao mesmo tempo uma dança sagrado, entoado pelo som dos atabaques e dançado pelo Orixá Obaluaye, que representa a trajetórias dos humanos no planeta terra, até a sua passagem triunfal para o mundo dos mortos. Pode ser tocado para a divisão de um conjunto de comida ritual chamada Olubajé, quando todos em silencio recebem sua porção, e os crentes aproveitam este momento para pedir saúde e longevidade. O Orisá dança numa representação simbólica, mostrando sua ligação com os mortos Iku e o seu domínio sobre a terra. Sua dança é dramática, deslocando-se para a direita e esquerda mostrando as duas faces das mãos, referindo-se a vida e a morte, a saúde e a doença, o dia e a noite, o direito e o esquerdo, a dualidade, ambivalência, a impermanência e o movimento de todas as coisas. Depois com as mão espalmadas reafirma que é só aguardar para presenciar esta mudança que será inevitável. Apontando o seu dedo indicador sobre a palma da mão, salienta que é uma questão de tempo, pois tudo está escrito na linha da vida e assim será. Com o mesmo dedo aponta para o céu e para a terra reafirmando o seu domínio sobre eles, em seguida aponta para ouvido, olho e boca, expressando que nada acontece sem que ele escute, veja e em silencio permanecerá. Lentamente dobra os joelhos, desce até o chão e descreve a sentença de todos, abrindo a sepultura, colocando o corpo sem vida e cobrindo-o com seu elemento mais precioso, a terra, em seguida pega seu Sasará (objeto que traz a vida), se levanta e triunfa sobre a verdade absoluta, recebendo e acolhendo a alma do seus filhos, que agora sobre o seu domínio conhecerá a vida pós morte. Assim encerra a dança deste grande Orisá amado por muitos e respeitado por todos. Atotô (nós te respeitamos).
Texto: Baba Lokanfu, Toluaye

Não somos donos da verdade, nossa tarefa é compartilhar, aprender , discutir o assunto e engrandecer nossa religião, O Candomblé.

Fale Conosco