OYA E O NASCIMENTO DE EGUNGUN!!!!!

Oyá não podia ter filhos, e foi consultar o babalaô. Este lhe disse, então,que,se fizesse sacrifícios, ela os teria. Um dos motivos de não os ter ainda era porque ela não respeitava o seu tabu (evó) que proibia comer carne de carneiro. O sacrifício seria de 18.00 mil búzios (o pagamento), muitos panos coloridos e carne de carneiro. Com a carne ela preparou um remédio para que ela o comesse; e nunca mais ela deveria comer desta carne. Quanto aos panos, deveria ser entregue como oferenda. Ela assim fez e,tempos depois, deu á luz nove filhos (número místico de Oyá) . Daí em diante ela também passou a ser conhecida pelo nome de “Iyá omo mésan” , que quer dizer “a mãe de nove filhos” e que se aglutina “Iyansan” . Há outra lenda para explicar o mito de Iyansan: Em certa época, as mulheres eram relegadas a um segundo plano em suas relações com os homens. Então elas resolveram punir seus maridos,mas sem nenhum critério ou limite, abusando desta decisão, humilhando-os em demasia. Oyá era a líder das mulheres, e elas se reuniram na floresta. Oyá havia domado e treinado um macaco marrom chamado Ijimerê (na Nigéria). Utilizara para isso um galho de atorí (ixã) e o vestia com uma roupa feita de vários tiras de pano coloridas, de modo que ninguém visse o macaco sob os panos. Seguindo o ritual, conforme Oyá brandia o ixã no solo o macaco pulava de uma árvore e aparecia de forma alucinante, movimentando-se como fora treinado a fazer.Deste modo, durante á noite, quando os homens por lá passavam, as mulheres (que estavam escondidas) faziam o macaco aparecer e eles fugiam totalmente apavorados.Cansados de tanta humilhação, os homens foram ter com o babalaô para tentar descobrir o que estava acontecendo.Através do jogo de Ifá, e para punir as mulheres, o babalaô lhes conta a verdade. Ele os ensina como vencer as mulheres através de sacrifícos e astúcia. Ogun foi o encarregado da missão. Ele chegou ao local das aparições antes das mulheres. Vestiu-se com vários panos, ficando totalmente encoberto, e se escondeu.Quando as mulheres chegaram, ele apareceu subitamente, correndo,berrando e brandindo sua espada pelos ares.Todas fugiram apavoradas, inclusive Oyá. Desde então, os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto de egun; hoje, eles são os únicos a invocá-lo e cultuá-lo.Mas,mesmo assim, eles rendem homenagem a Oyá, na qualidade de Igbalé,como criadora do culto de egun.Convém notar que, no culto, egun nasce no bosque da floresta (igbo igbalé) . No Brasil, no ilê awo, ele nasce no quarto de balé, onde são colocadas oferendas de comidas e realizadas cerimônias aos Eguns. Oyá é também cultuada como mãe e rainha de egun, como Oyá Igbalé.E, como nos explica a lenda,Oyá, a floresta e o macaco estão intimamente ligados ao culto,inclusive em relação á voz do macaco como modo de o egun falar. Existem inúmeros relatos dentro do corpo literário de Ifá falando sobre a origem do culto egúngún, vejamos uma delas agora: De quantro em quatro dias, o que significa uma semana yorubá, ikú vinha á terra de Ilé Ifé empunhando seu cajado da morte (Opá Ikú) e matava as pessoas da cidade indiscriminadamente. Nem mesmo os orixás podiam com a força de Ikú.Um Babalawo chamado Ameiyeguén prometeu salvar as pessoas desse martírio.Para tal feito,preparou uma roupa especial e mágica (aso) com várias tiras de pano, em diversas cores e formas, que tinha o objetivo de ocultar o que debaixo da roupa existisse, e fez sacrifícios propiciatórios para assegurar o intento de salvar os habitantes Ilé ifé do augúrio. No dia em que Ikú apareceu para cumprir com seu objetivo, o sacerdote e seus comandados, que haviam se escondido no mercado por ordem do seu mestre sacerdote, apareceram vestidos, correndo,pulando e gritando com voz gutural e jeito sobrenatural diante da morte.Ela,apavorada,fugiu deixando cair de cajado e,desde então Ikú deixou de atacar sem propósito os habitantes de Ilé Ifé. O cajado da morte ficou sob domínio do mestre sacerdote que com ele passou a controlar a vida sobre a morte, e por mando de Olòdúmarè, o mestre sacerdote Ameiyegún teriam que ensinar as pessoas a cultuarem Egun.Ele e sua família nunca deixariam de prestar culto a Egúngun, afim de não esquecerem o feito de sua vitória, juntamente com a sua corte encantada, com quem venceu Ikú. Mito sobre Alapini e a criação do Culto… Havia na cidade de Oyó, um fazendeiro chamado Alapini, que tinha três filhos chamados Ojéwuni, Ojésamni e Ojérinlo.Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos filhos para que colhessem os inhames e os armazenassem,mas que não comessem um tipo especial de inhame chamado “ihobia” , pois ele deixava as pessoas com uma terrível sede.Seus filhos ignoraram o aviso e o comeram em demasia.Depois, beberam muita água e,um a um, acabaram todos morrendo.Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça em sua casa.Desesperado, correu ao Babalawo que jogou ifá para ele.O sacerdote disse que ele se acalmasse, e que após o 17º dia fosse ao ribeirão do bosque e executasse o ritual que foi prescrito no jogo.Ele deveria escolher um galho da árvore sagrada atori e fazer um bastão (assim é feito o ixã).Na margem do ribeirão, deveria bater com o bastão na terra e chamar pelos nomes de seus filhos, que na terceira vez, eles apareceriam.Mas ele também não poderiam esquecer de antes fazer certos sacrifícios e oferendas.Assim ele o fez; seus filhos apareceram.Mas eles tinham rostos e corpos estranhos; era então preciso cobri-los para que as pessoas pudessem vê-los sem se assustarem.Pediu que seus filhos ficassem na floresta e voltou á cidade.Contou o fato ao povo,e as pessoas fizeram roupas para ele vestir seus filhos. Desse dia em diante, ele poderia ver e mostrar seus filhos a outras pessoas;as belas roupas que eles ganharam escondiam perfeitamente sua condição de mortos.Alapini e seus filhos fizeram um pacto: em um buraco feito na terra pelo seu pai (ojubô), no mesmo local do primeiro encontro (igbo igbalé), ali seriam feitas as oferendas e os sacrifícios e guardadas as roupas, para que eles as vestissem quando o pai os chamasse através do ritual do bastão.Seguindo o pacto e as instruções do Babalawo, de que sempre que os filhos morressem fosse realizado o ritual após o 17º dia, pais e filhos para sempre se encontraram.E, para os filhos que ainda não tiverem roupas, é só pedir ás pessoas que elas as farão com imenso prazer.Esta lenda é rica em detalhes,nos explica vários ritos e títulos utilizados no culto. Na Nigéria, o culto ao Egúngun está relacionado aos ancestrais.O povo Yorubá acredita nesta energia porque entendem que não existiria o presente e o futuro,sem a existência do passado.O culto é um dos mais difundidos em toda a população Yorubá.Na Nigéria são quase 30 milhões de pessoas que cultuam Egúngun.Para se ter uma idéia da força desta energia,na Nigéria as três energias mais cultuadas são Exu,Ogun e Egúngun. Egúngun é a única energia que dá ao homem condições de ser venerado depois de sua morte,dependendo do histórico da vida da mesma. O culto a Egúngun é altamente mágico e secreto, por isso os Olojés (pessoas que tem o poder de manipular a energia de Egungún) são respeitadíssimos.Todas as pessoas podem se da energia de Egúngun para solucionar problemas no amor,trabalho,saúde,espiritualidade, etc. Egun = Babaegun (uma coisa só) = Energia Positiva Oku orun (cidadão do orun) = Energia positiva Oku (espírito sem procedência) = Energia negativa Na Nigéria,quando uma pessoa morre muito cedo,a sociedade e as pessoas ficam tristes,pois acham que a pessoa não gozou de todos os benefícios terrestres,não aprendeu o que poderia ter sido aprendido, e por isso fazem,durante o enterro, um ritual na floresta chamado Iremoje, onde a família da pessoa morta pede para que nunca mais aconteça aquilo de novo na família da pessoa.Pessoas que morrem muito cedo,não tiveram um destino bem aventurado no contexto deles.Um outro ritual que existe é o chamado Axexe,que também é um ritual fúnebre para pessoas que morrem com mais de noventa anos,para pessoas que são anciãs.No Axexe o povo fica alegre e prepara a pessoa como se fosse para uma festa:colocam a melhor roupa,penteiam os cabelos do morto,se for mulher fazem trancinhas e pintam o rosto da pessoa e dependendo do grau financeiro da pessoa eles dão uma festa para comemorar o falecimento. De votos de Egúngun podem chegar a uma evolução espiritual muito rápida, por se Egungun ligado á ancestralidade, isso que dizer, a pessoa desenvolve uma intuição,percepção e sabedoria muito apurada tornando-se assim um forte (olojé). Olojé são pessoas que manipulam as energias de Egungun. Esse título é concebido a homens. As mulheres não podem manipular essa energia, mas podem se beneficiar através dos olojés. Obs: A palavra Egún significa osso ou simbolicamente espírito. Egún também é o final do nome desse mestre sacerdote “ameiyEGÚN”. Hoje os Egúns são conhecidos por esse nome dentro as sociedade yorubá em honra desse mestre sacerdote. Os Egúns sempre aparecem vestidos com as roupas que o sacerdote mandou fazer para vencer Ikú, o sacerdote desse culto sempre vem segurando o bastão que a morte deixou cair em sua fuga(kujé/ixan) e controla o poder da morte.

Material retirado do blog  “arrundegy.spaceblog.com.br”. Para conhecer mais desta cultura específica, visite o blog.

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