Abiku e Abiaxé: Parte2

ALGUNS NOMES DADOS AOS ABIKÚ:

Aiyédùn – a vida é doce.

Aiyélagbe – Nós ficamos no mundo.

Akúji – O que está morto, desperta.

Bánjókó – Senta-se comigo.

Dúrójaiyé – Fica para gozar a vida.

Dúróoríìke – Fica tu serás mimada.

Èbèlokú – Suplica para que fique.

Ilètán – A terra acabou (não há mais terra para enterra-lo).

Kòjékú – Não consinta em morrer.

Kòkúmó – não morra mais.

Kúmápáyìí – A morte não leva este daqui.

Omotúndé – A criança voltou.

Tìjúikú – Envergonhado da morte (não deixa a morte te matar).

ITANS DE IFÁ.

É preciso cuidar dos abikú, senão eles voltam para o céu.

Oferendas podem reter abikú no mundo.

Subterfugios para reter os abikú no mundo

Olóìkó é o chefe da sociedade dos abikú

Asejéjejaiyé fica no mundo na décima sexta vez que ele vem

Os abikú chegam pela primeira vez em awaiyé

Iíyájanjàsá não deixa os abikú ficar no mundo.

Estes itens completos são descritos numa edição da revista Afro – Ásia, em 14 – 1983, sob o título. *A SOCIEDADE EGBÉ ÒRUN DOS ÀBÍKÚ, AS CRIANÇAS NASCEM PARA MORRER VÁRIAS VEZES*

As cerimônias para os abikú parecem ser pouco freqüentes entre os yorubás, a única assistida por Pierre Verger, a cerimônia foi feita pela tanyinnon encarregada do culto aos deuses protetores de uma família tradicional do bairro Houéta. Num canto da peça principal, oito estatuetas de madeira com 20 centímetros de altura e eram colocadas sobre uma banqueta de barro. Todos vestidos de panos da mesma qualidade, mostrando pela uniformidade de suas vestimentas, pertencerem a uma mesma sociedade (egbé).

Seis destas estatuetas representam ábíkús e as outras duas ibeji. As oferendas consistiam de: oká (pasta de inhame). Obèlá (espécie de caruru). Èkuru (feijão moído e cozido nas folhas). Eran dindi, eja dindin (carne e peixe fritos). Depois da prece da tanyionnon e da oferenda de parte desta comida às estatuetas, foram distribuídas pela assistência. Uma sacerdotisa de Obatalá assistiu à cerimônia sublinhando as ligações que existem entre o orixá da criação, as pessoas de corpos mal formados, corcundas, alijados, albinos e aqueles cujo nascimento é anormal (àbíkú e ibeji). Portanto ao contrário que muitos falam nada tem a ver com a criança que já nasce “feita” no santo.

ABIKÚ – CONSIDERAÇÕES DO AUTOR NOS TEMPOS DE HOJE.

O legado dos antigos pelas suas crenças, histórias e ritos da sua prática religiosa e cultural, se adaptam e se aplicam em qualquer tempo, através da sua sabedoria, com muita propriedade. Em seu tempo, não há referências ao aborto, mas ao contrário, o esforço pela manutenção da vida, inclusive em quantidade. Pela prática divinatória através do jogo de búzios, nos dias de hoje identificamos muitos desses abikús, que percebemos em uma segunda instância, muitos são “criados”, passam a existir por ingerência do ser humano através do aborto, é até simples de entender e ver por uma ótica e lógica astral/espiritual a qual simplesmente não podemos deletá-la da nossa mente e inteligência, ou na pior das hipóteses, ignorá-la.

No instante em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, esta nova matéria existente já é provida de alma e espírito, que os cristãos chamam de “anjo da guarda” e os yorubanos de “orixá” (guardião da cabeça), este fenômeno consta na teologia Yorubana, na lenda de Ajálá, que será comentada. Quando da execução do aborto propriamente dito, o ser humano supostamente, exerce o “seu direito” de eliminar aquele ser; mas somente a parte material, o corpo, por ele criado através do ato sexual de procriação, matando de forma definitiva o feto. Mas e o que por ele não foi criado, alma e espírito, onde fica, para onde vai?

Esta análise via de regra não é feita ou levada em consideração, acaso haverá conseqüências? Seriíssimas, que aqui descrevemos com muita convicção, pautado nas mais diversas constatações através dos consulentes, por mais de duas décadas, dos sintomas pós-aborto, a presença daquela “figura” que aparece de uma forma genética, oriunda de gerações passadas, os que são provocados e voltam ainda na mesma geração, e os que voltarão em nossos descendentes, e da forma mais imprevisível possível. A grande maioria de seres que nascem com deformidades, doenças graves, mortes prematuras… Tem grandes possibilidades de serem abikús fabricados pelo homem.

Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda nova, há muita possibilidade de ser um abikú que está voltando ao “céu”, bem como persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já há caso de aborto ou morte prematura, é bem possível. As reações, mais da mãe que do pai, em caso de aborto, porque muitas vezes o pai não fica sabendo e não participa da decisão, na sua vida, no seu dia a dia são sintomáticas: desequilíbrio generalizado, na vida pessoal, no trabalho, em casa, nos estudos, nada dá certo, nada vai bem, angustia, depressão, pessimismo, falta de ânimo, aparentemente tudo deveria estar bem, mas as coisas não “vão”. É a influência daquele “ser”, que contrariando as leis da natureza foi “fisicamente” eliminado, o qual fica gravitando num outro plano próximo aos pais, afetando suas vidas com estes sintomas.

Até mesmo por uma questão de justiça, não poderá um abikú que foi “gerado” por uma família, aparecer em outra, que nada tem a ver com o ato irresponsável de outros, e percebemos que uma criança que já nasce deformada de alguma forma, ou uma doença grave com morte, quem sofre realmente na sua plenitude são os pais, porque a dor interna é maior que a dor física, a criança já nasceu daquela forma, para ela que não sentiu e não sabe ser saudável, não percebe e não imagina como se sente alguém normal, portanto a sua dor ou problemas, para si é normal. Esta situação pode e deve ser tratado no seu campo espiritual, o antigo nos legaram instrumentos dentro da religião yorubá, para fazê-lo, através de ebós e oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio aplicado nos países yorubanos, quer seja: “enganar” os abikús;

Muito se pode melhorar e modificar, evidente que em alguns casos é irreversível após o nascimento, mas se detectado ou informado o babalorixá ou yialorixá competente, pelo que foi descrita, a mãe que poderia vir a ter um filho abikú, por meio desses ebós e oferendas pode-se evitar a vinda de um ser deformado ou com problemas sérios, que na realidade, nada mais é que um “retorno sob forma de castigo” de atos nossos ou de gerações passadas, de um processo que nunca foi tratado ou interrompido. Desta forma vê-se que o aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois é algo ligado diretamente à natureza, e conseqüentemente ao Seu Criador, modifica-se ou escapa da lei dos homens, mas não à Divina. Este é um fato porque nenhuma religião da terra permite o aborto Há uma discúsão em torno de abikú, o nascido para morrer, mas todos estão aqui para exatamente isso. nascer para morrer.

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