Muito Cuidado
Com o que se promete à Ọ̀ṣun – a Deusa das Águas!!!
Uma antiga história Nàgó, conta que o grande rei Oluwu, estava seguindo para uma batalha muito difícil, entretanto, ele tinha que atravessar o rio em um dia que o mesmo estava demasiadamente agitado.
Como a batalha era muito importante e Olowu não podia perder nenhum dos seus soldados, ele fez uma promessa a Ọ̀ṣun, a Deusa desse rio, de modo que ele e o seu exército tivesse sucesso na travessia.
Oluwo ajoelhou-se diante do rio e proferiu: ‘Minha Mãe Ọ̀ṣun, se a senhora permitir atravessar o seu rio juntamente com o meu exército e me favorecer na grande batalha, eu lhe darei coisas boas’. Olowu, no entanto, não se atentou que sua esposa tinha por nome ‘Coisas Boas’ (Nkan Rere). Logo após a súplica de Olowu, as águas do rio começaram a baixar, mas Ọ̀ṣun havia entendido que Olowu iria lhe presentear com sua mulher ‘Nkan Rere’.
Olowu e seu exército conseguiram atravessar o rio e venceram a grande batalha.
No caminho de volta, Olowu novamente se deparou com o rio, que uma vez mais estava com suas águas bastante agitadas. Diante do rio de Ọ̀ṣun, Olowu mandou que todos jogassem às águas muitas coisas boas. Assim, Olowu e se exército começou a depositar muitos búzios, muitos ovos, pulseiras e correntes de brinde no rio. No entanto, tudo que eles jogavam ao rio, voltava, ou seja, Ọ̀ṣun não aceitou nenhuma das oferendas e suas águas ficavam cada vez mais agitadas.
Preocupado com aquela situação, Olowu foi consultar o oráculo que lhe disse que Ọ̀ṣun estava irritada, pois Olowu havia prometido a própria mulher ao rio. Somente nessa hora Olowu percebeu ‘Coisas Boas’ também era o nome de sua esposa. Olowu então levou a própria esposa ao rio, de modo que Ọ̀ṣun voltasse a ficar calma.
A esposa de Olowu estava grávida e essa criança nasceu dentro do rio, com a proteção de Ọ̀ṣun. Assim que a criança nasceu, Ọ̀ṣun a devolveu, dizendo que Olowu só havia prometido ‘Nkan Rere’ e não a criança. Sobe o argumento que a criança não poderia viver sem a mãe, Olowu conseguiu consegui convencer a Ọ̀ṣun, devolver Nkan Rere com a condição que o dia que ela faltasse com cuidados que a criança necessitava buscaria ela pessoalmente para morar nas profundezas do rio.
Assim Ọ̀ṣun passou a olhar por aquela criança assim como todas as outras da aldeia e toda mãe que maltratasse seu filhos recebia pessoalmente a advertência de Ọ̀ṣun.
Pai Pese
Casa de Oxumarê
Material retirado do site oficial
A Casa de Osùmàrè, além de ser um templo tradicional do candomblé, em exercício pleno de suas funções religiosas, é também uma instituição ativamente engajada em iniciativas sociais que visam a contribuir para o desenvolvimento das comunidades localizadas no seu entorno e para a valorização do rico legado cultural afro-brasileiro.
Desde sua fundação, no inicio do século XIX, a Casa de Osùmàrè se consolidou como espaço de resistência e manutenção de tradições africanas milenares. Como templo religioso, o terreiro, sempre manteve ações beneficentes a exemplo da distribuição de alimentos, acolhimento e tratamento de pessoas, dentre outra atividades.
Contudo, em 1988, a partir da criação da Associação Cultural e Religiosa São Salvador, entidade jurídica que representa a Casa de Oxumarê , estas e tantas outras atividades passaram a ocorrer de forma institucionalizada.
Após seu reconhecimento como instituição de utilidade pública, a associação vem atuando sistematicamente como um importante mecanismo de transformação social, realizando atividades culturais e educacionais que visam a ampliar oportunidades de empregabilidade e de geração de renda de pessoas socialmente vulneráveis.
Ao longo dos anos, a Casa de Osùmàrè prioriza o trabalho com crianças e adolescentes, já que são elas as responsáveis pela formação das futuras gerações. Deste modo, os projetos sociais executados têm como finalidade cumprir com os seguintes objetivos:
1) Reduzir a vulnerabilidade aos fatores de risco e diminuir a incidência de crianças no trabalho infantil;
Qualificar adolescentes e jovens para o mercado de trabalho;
2) Garantir a segurança alimentar e nutricional da qual depende o pleno desenvolvimento das crianças e adolescentes;
3) Incentivar os cuidados básicos de atenção à saúde e prevenção das DST/AIDS;
4) Difundir valores de cidadania e informações sobre direitos e serviços públicos
Venha nos conhecer!
#casadeoxumare
Na matriz africana, não existe a figura do demônio’, diz babalorixá sobre imagem de Belzebu exposta em fachada de casa no RS
Márcio de Jagun diz que exposição de imagem não ajuda a diminuir preconceito contra religiões de matriz africana.
Por Alan Souza*
24/03/2023 15h39 Atualizado há 17 horas
Michelly da Cigana em frente à estátua de Belzebu, o MaioralMichelly da Cigana em frente à estátua de Belzebu, o Maioral Arquivo pessoal
A discussão sobre a exposição da imagem de Belzebu na fachada de uma casa em Alvorada (RS) expôs uma racha nas religiões de matriz africana.
A proprietária da estátua Michelly da Cigana acredita que sua ação “desmistifica a religião”, a quimbanda.
O babalorixá Márcio de Jagun, doutor em filosofia africana, por sua vez, entende que essa não é a melhor forma de combater o preconceito contra religiões de matriz africana.
Márcio de Jagun é fundador do Instituto Orí, especializado em estudos sobre cultura e religiosidade afro-brasileira.
Ele explica que, apesar de a diversidade religiosa e a laicidade serem garantidas pela Constituição Federal de 1988, há uma discussão que precisa ser feita “do ponto de vista do conhecimento teológico”.
— A umbanda, candomblé e religiões de matriz africana passam por intolerância, uma demonização descabida. A melhor forma de se desmistificar ou “desdemonizar” essas religiões é buscando a matriz teológica: dizer que são crenças que não têm relação direta com o demônio.
No panteão de divindades de matriz africana não existe essa figura e nem mesmo Exu ocupa esse lugar de opositor ao criador.
A imagem que Michelly expõe é referida, muitas vezes, como diabo pela tradição judaico-cristã. De acordo com o babalorixá, no entanto, o “antagonista” ou alguma “personificação do mal” não existe nas religiões de matriz africana.
— Nas religiões de matriz africana não existe a figura do demônio. O satanismo e o luciferianismo, sim, são vertentes religiosas que cultuam essa figura.
A discussão começou com uma postagem de Ivan Almeida em sua conta no Twitter. “Vizinho novo chegou causando no bairro”, brincou ele. A postagem viralizou e, hoje, conta com mais de 90 mil curtidas na rede social.
Segundo a religiosa, apesar de as “divindades não entenderem de internet”, o vídeo de Ivan foi obra do plano espiritual para criar uma “oportunidade de esclarecer quem é essa divindade”.
— Eu estou gostando da oportunidade de desmistificar a minha religião. Essa divindade mudou minha vida financeira, protege minha casa, minha família — explicou. — Alguma voz pra dizer que (a quimbanda) não é uma religião das trevas.
Apesar de ser referida como uma vizinha nova, Michelly da Cigana afirma que mora no bairro há bastante tempo. Mas resolveu colocar a imagem de Belzebu na fachada somente em novembro do ano passado. Ela explica que a estátua é uma representação de sua fé.
— Coloquei a imagem no muro como uma espécie de adoração a Belzebu, o Maioral, uma divindade que cultuo há nove anos, para dizer que não tenho vergonha da minha fé.
*Estagiário sob a supervisão de Carla Rocha
Material retirado do site oficial da Casa de Oxumarê.
O Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó, registra-se ainda, e com maior frequência, em variantes mais simples: IIê Oxumarê, Casa de Oxumarê, Terreiro de Oxumarê ou Axé Oxumarê.
Sua história remonta ao início do século XIX, como um dos mais antigos e tradicionais Candomblés da Bahia, contribuindo de modo significativo para preservar e difundir a cultura africana no Brasil.
Guardiã e detentora de uma tradição milenar, a Casa perpetua o legado ancestral do culto aos Òrìsàs, lançando as sementes do que hoje representa o candomblé para o país e o mundo. Constitui-se como templo religioso secular, faz parte do panteão de terreiros responsáveis pela gênese do candomblé.
Enraizando-se em quanto templo de candomblé, a Casa de Oxumarê, deu origem a mais de um milhar de Terreiros ramificados em diferentes estados da Federação, e também no exterior, consolidando-se como Casa Matricial.
Dada a relevância de sua expansão a torna principal responsável pela disseminação, do candomblé no Brasil. Compreendendo seu dever e responsabilidade em preservar e dar manutenção a esta religiosidade, atuando também na garantia de políticas públicas par assegurar o direito de professarmos nossa fé.
Desde o Calundu do Obítedo na Cidade de Cachoeira-BA, local da ascendência religiosa primordial da Casa de Òsùmàrè, no Brasil, os pilares de sua formação foram o resgate familiar, cultural e religioso de africanos e afrodescendentes.
Assim no ano de 1836, consolidou-se em templo religioso, sua primeira sede, adquirida pelo saudoso e venerável Bàbá Tàlábí, na Rua das Grades de Ferros, em Salvador. Além de templo religioso fora criada uma irmandade, na qual cada filho e filha de santo trabalhavam para comprar outros negros, respondendo legalmente por eles, favorecendo a reconstrução da unidade familiar para centenas de seres humanos escravizados, agregando-os à família do Àse e difundindo o culto aos Òrisas A Casa de Oxumarê, sofreu uma brutal
perseguição alimentada pela intolerância religiosa de alguns setores da sociedade em diferentes épocas de seu passado, mas reagiu pacífica e tenazmente, cultivando valores da fé, dos ensinamentos ancestrais e a convicção que através da união superaríamos os obstáculos. Para resistir ao regime escravagista, à repressão e à intolerância ao culto dos Òrìsàs, em uma época onde qualquer manifestação cultural e religiosa era considerada crime, o Terreiro de Oxumarê, se fez obrigado a migrar seu templo respectivas vezes:
• 1845 – Bairro da Cruz do Cosme, atual Bairro da Caixa D’ Água, Salvador-BA;
• 1870 – Rua da Lama, Primeiro Distrito de Vitória, Salvador- BA;
• 1905 – Bairro da Federação, Avenida Vasco da Gama, 343, CEP :40.230.731 (acesso pelas escadarias) e Segunda Travessa Pedro Gama, n. 65, Federação. CEP: 40.231.025 (acesso através de veículo).
No sítio onde está implantado nos dias de hoje consiste em um acervo de bens simbólicos que a torna digna de destaque. Seu patrimônio imaterial e material se ligam de modo estreito e são ambos valiosos para a cultura e a memória do país. Indiscutivelmente a Casa de Oxumarê, constitui-se em um marco simbólico de grande relevância e resistência para os Povos de Santo e os grupos afro-descendentes, bem como para todos os cidadãos brasileiros das mais variáveis origens que prezam a liberdade e a cidadania.
importância da casa de Oxumarê para a cultura brasileira e sua permanente contribuição pela preservação da história dos povos africanos no Brasil, resultou nos respectivos reconhecimentos:
• Seu território corresponde à Área de Proteção Sócio-Ecológica do Alto do Sobradinho, instituída pela Lei n.º 3592, de 16/11/1985.
• Declarada Território Cultural Afro-Brasileiro, através da Fundação Cultural Palmares, em 15 de abril 2002, nos termos dos artigos 215 e 216 da Constituição Federal da República e do Artigo 1º da Lei 7.688.
• Registrado em livro de tombo do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia – IPAC como patrimônio cultural deste Estado, tombamento este homologado em 15 de dezembro de 2004, através do Decreto 9.215, com base na Lei Estadual 8.895.
• 9 de julho de 2014, A MINISTRA DE ESTADO DA CULTURA, Excelentíssima Senhora Marta Suplicy, no uso das atribuições legais que lhe confere o inciso II do art. 87 da Constituição e a Lei nº 6.292, de 15 de dezembro de 1975, e tendo em vista a manifestação do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do IPHAN, na 74ª reunião, realizada no dia 27 de novembro de 2013, resolve: Art. 1º Homologar, para os efeitos do Decreto-lei n.º 25, de 30 de novembro de 1937, o tombamento da Casa de Oxumarê como Patrimônio Material e Imaterial Nacional, através da portaria n.º 68™
Material retirado do site oficial Casa de Oxumarê
Muito Cuidado
Com o que se promete à Ọ̀ṣun – a Deusa das Águas!!!
Uma antiga história Nàgó, conta que o grande rei Oluwu, estava seguindo para uma batalha muito difícil, entretanto, ele tinha que atravessar o rio em um dia que o mesmo estava demasiadamente agitado.
Como a batalha era muito importante e Olowu não podia perder nenhum dos seus soldados, ele fez uma promessa a Ọ̀ṣun, a Deusa desse rio, de modo que ele e o seu exército tivesse sucesso na travessia.
Oluwo ajoelhou-se diante do rio e proferiu: ‘Minha Mãe Ọ̀ṣun, se a senhora permitir atravessar o seu rio juntamente com o meu exército e me favorecer na grande batalha, eu lhe darei coisas boas’. Olowu, no entanto, não se atentou que sua esposa tinha por nome ‘Coisas Boas’ (Nkan Rere). Logo após a súplica de Olowu, as águas do rio começaram a baixar, mas Ọ̀ṣun havia entendido que Olowu iria lhe presentear com sua mulher ‘Nkan Rere’.
Olowu e seu exército conseguiram atravessar o rio e venceram a grande batalha.
No caminho de volta, Olowu novamente se deparou com o rio, que uma vez mais estava com suas águas bastante agitadas. Diante do rio de Ọ̀ṣun, Olowu mandou que todos jogassem às águas muitas coisas boas. Assim, Olowu e se exército começou a depositar muitos búzios, muitos ovos, pulseiras e correntes de brinde no rio. No entanto, tudo que eles jogavam ao rio, voltava, ou seja, Ọ̀ṣun não aceitou nenhuma das oferendas e suas águas ficavam cada vez mais agitadas.
Preocupado com aquela situação, Olowu foi consultar o oráculo que lhe disse que Ọ̀ṣun estava irritada, pois Olowu havia prometido a própria mulher ao rio. Somente nessa hora Olowu percebeu ‘Coisas Boas’ também era o nome de sua esposa. Olowu então levou a própria esposa ao rio, de modo que υ voltasse a ficar calma.
A esposa de Olowu estava grávida e essa criança nasceu dentro do rio, com a proteção de Ọ̀ṣun. Assim que a criança nasceu, Ọ̀ṣun a devolveu, dizendo que Olowu só havia prometido ‘Nkan Rere’ e não a criança. Sobe o argumento que a criança não poderia viver sem a mãe, Olowu conseguiu consegui convencer a Ọ̀ṣun, devolver Nkan Rere com a condição que o dia que ela faltasse com cuidados que a criança necessitava buscaria ela pessoalmente para morar nas profundezas do rio.
Assim Ọ̀ṣun passou a olhar por aquela criança assim como todas as outras da aldeia e toda mãe que maltratasse seu filhos recebia pessoalmente a advertência de Ọ̀ṣun.
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