Sou filho de Orixá. 2009.
Parte 1
Durante muito tempo relutei em escrever asminhs observações sobre o candomble porque sempre achei que não tinha conhecimento ou informação suficiente para repassar aos iniciados de nossa religião.
Não que agora eu tenha uma montanha de informações, não é isso. Mas ao longo desta caminhada, aprendi que ser um Ebami é bem mais que completar o ciclo de iniciação com uma cerimônia de sete anos. Ser Ebami (Egbonmi), é primordialmente cuidar para que os novatos sejam bem tratados e educados dentro dos princípios básicos da boa convivência e hierarquia religiosa de cada Casa de Axé.
E o que me motivou a escrever e compartilhar estas experiências foi, justamente, o aprendizado com a observação de acontecimentos e fatos presenciados ao longo do tempo. Esta observação fez a minha percepção de certo e errado mudar, e agora, acho que por menor que seja minha contribuição, ela pode de alguma forma ajudar aos que necessitam de orientação. Ou, ainda, auxiliá-los a descobrir seu caminho.
Alguns podem achar presunção, outros podem achar que de fato não tenho nada de novo para dizer, e é fato, não vou aqui reinventar a roda, não vou copiar e colar texto de ninguém, mas vou fazer o que me compete como irmão mais velho. Vou discutir aquilo que for pertinente e possível de ser discutido num blog. Nem mais, nem menos.
Vou começar por uma questão que para muitos é vista como uma brincadeira “ingênua” no interior das Casas de Santo, mas que tem causado tantos transtornos e desvios de conduta dos iniciados, além de contribuir também para um aprendizado inadequado, com conseqüente má formação dos futuros Zeladores de nossa religião perpetuando assim a ignorância e as crendices.
Refiro-me aos “tabus” e “mistérios” que na maioria das vezes foram e são “criados” no interior da própria comunidade, sem fundamento religioso algum que os sustentem. A maioria deles, os “tabus”, são de origem desconhecida e/ou duvidosas. Outros, simplesmente foram incorporados de outras religiões e tomaram importancia de leis.
Mas existe um ponto em comum a maioria destes “tabus e msitérios” de encomenda. Eles servem sobre maneira, e cabem como uma luva (em mãos erradas), para confundir os mais novos, impor o medo e manter o poder de algumas comunidades de nossa religião.
Não entendo o porquê da criação de tantos “mitos, preceitos e preconceitos” acerca de nossa religião, e muito menos consigo entender que essas criações e alucinações partam justamente de dentro de nossas Casas ou de Zeladores pouco confiáveis. E entendo menos ainda que estas criações sejam impostas aos iniciados.
A maioria desses ditos “mitos e preceitos”, não tem o menor fundamento religioso ou qualquer fundamento de “Quarto de Orixá” e só servem para atemorizar e criar uma idéia, apreciada por muitos, do poder absoluto do Zelador.
É sobre a falta de conhecimento religioso, que leva à criação de “tabus e mitos” sem fundamento, porém muito oportunos em certas situações onde o Líder se vê questionado, e sem respostas claras e convincentes, recorre aos “tabus e preceitos”, que me proponho a falar, tanto de um lado quanto do outro (pois se um grupo cria tais tabus e os impõe como regra, o outro lado simplesmente aceita sem questionar ou pensar); e principalmente da condição de submissão e marginalidade a que o iniciado é muitas vezes relegado nesta estrutura de invencionices.
Também da pompa, do ego e do interesse financeiro, que estão sendo postos acima de tudo em muitas casas, e que tem causado situações das mais complicadas. É sobre isso, e principalmente sobre essas criações alucinadas de uns tantos que desejo manifestar meu protesto, minha indignação.
Há pouco tempo falei à minha esposa que não quero mais participar do “Candomblé de periferia” ou do “Gueto” em contra ponto ao Ketu. Falo do Candomblé sem essência, sem fundamento, sem cultura, sem matriz, por tanto periférico. Quando me refiro ao Gueto, estou falando de uma comunidade fechada em si ou em torno da figura do Zelador, sendo este a configuração de tudo que é o certo, da moral e o único e inquestionável detentor do saber e poder, que distribui ordens……Esse modelo é característico dos guetos onde se criam suas próprias regras e leis, onde o que vale é a ditadura.
Não podemos confundir hierarquia com ditadura.
Um iniciado não pode ser tratado, e nem se deixar tratar, como subalterno, como pessoa de 2ª categoria dentro ou fora de qualquer Casa, o respeito é devido ao iniciado e principalmente ao Orixá. O tratamento desrespeitoso não pode ser confundido com hierarquia religiosa.
Tenho visto e sabido de lugares onde o preceito da boa educação não é cumprido, onde o que vale é o grito, o xingamento e o tratamento desrespeitoso. Por isso resolvi escrever e ajudar no que estiver ao meu alcance e for possível.
Quando soubermos o que somos e quem somos diante do nosso Orixá e diante de Olodumare, não aceitaremos zeladores presunçosos e arrogantes, mentirosos e farsantes que por medo, covardia ou ignorância tentam intimidar ou invalidar o que cada um carrega consigo em seu Ori.
Neste texto não serão feitas revelações de segredos de roncó, muito menos serão ensinadas ou recomendadas comidas e macumbas variadas para diversos fins, até por que nunca me interessei por este assunto. Meu interesse sempre esteve voltado para o conhecimento da cultura religiosa. Portanto se o que você procura é segredo de feitura, interrompa esta leitura e vá buscar em outro lugar. Aqui você vai ler sobre coisas que no final das contas você já sabia, mas faltava alguém te empurrar goela abaixo essas palavras.
Uma pergunta básica de todo principiante. Para que serve ficar dançando e rodando num xire se não sei a finalidade disso?
Resposta básica. É assim porque é assim e foi assim comigo. Então…. isso é o certo.
A resposta dada esclarece a pergunta feita?
Nossa religião é baseada na liberdade, na natureza e nos ancestrais divinizados ou não, sejam Orixás ou não. Nossa religião sempre nos ensinou a respeitar e agradecer aos antepassados por tudo o que fizeram e ainda fazem por nós. A harmonizar as energias da natureza e do corpo, e contemplar o belo. Além de uma noção muito clara de família e respeito aos mais velhos. Diante disso, o dançar, o cantar e o incorporar dos Orixás devem ser encarados como o momento de religação e (re) encontro com toda essa energia acumulada por nossos ancestrais e pela natureza, que pode e deve ser redistribuída a todos os participantes, seja no momento da dança do Orixá e do canto sagrado, ou em cerimônias restritas. Portanto se você não sabe a função destes elementos, se você não foi instruído para esse momento, como você saberá realizar sua parte neste conjunto?
Continua…..
Estou encantada com sua educação e cultura. Sinto sensação de tranquilidade após ler seus textos.. E fico muito feliz em saber que dentre tanta gente que degrini nossa religião podemos encontrar pessoas de alma tranquila e liberta como voçê.
Evelin, ficamos felizes em poder ajudar nossos irmãos e podemos, hoje, falar que há muitos outros sites, programas de rádio e principalmente Casas de Axé, onde o principio de candomblé familiar está sendo levado a sério. Para nós também é gratificante ter irmãos que buscam discutir a religião afinal é para isso que estamos aqui, no blog, para discutir a religião e abrir novos caminhos de pensamento e possibilidades. Axé e volte sempre, Tomeje.
A bença. Eu procurei esse texto num outro site, onde o sr. sempre o referenciava, mas não encontrei. Buscando na internet encontrei-o aqui.
Parabéns por sua ideologia.
Marlinho de Oxaguiã muito obrigado pela visita ao blog e volte sempre para perguntar e discutir nossa religião. Axé, Tomeje.
queria muito saber ?Sou filha de inasã com oxossi,tomei um igba ori,e minha inasã aceitou,mas parece q sou feita de berço,o nome da minha ereia é ventanininha,e gostaria muito de saber quem é minha pombogira,pq ela diz ser rainha,e já falaram q é uma 7 encruzilhadas,será q ela pode ser?
Carla de Araújo seja bem vinda. Não me tome como arrogante, ok? Mas oq eu de fato vc sabe de Oyá/Iansã? Ou de Oxóssi? O que vc sabe de Ori? Quem deu nome a sua Erê? Sou de um tempo onde quem dava o nome da Entidade era a própria entidade depois de um longo tempo de amadurecimento e trabalhos realizados em benefício das pessoas que a procuravam. Hoje pais e mães de santo dão nomes e entidades como quem muda de roupa, sem se preocupar em conhecer o filho/a e a própria entidade. Estão esquecendo do básico e primordial, o respeito a liturgia.
Sim, vc pode ser desta pomba-gira assim como pode ser de qualquer outra, o importante não é o nome da entidade e sim o trabalho que ela venha a realizar. Vamos conversar mais? Axé, Tomeje.
motumbá tomeje! sempre buscando o entendimento dos caminhos dos orixás, venho novamente buscar em seus esclarecimentos de vivencia dentro do candomblé.
estou iniciando uma pesquisa sobre um orixá. seria ele oxalufan kafugian. na literatura pouco encontrei sobre este orixá e em conversas com pessoas do meio também soube pouca coisa a respeito dele.se o senhor puder me auxiliar com algum comentário te agradeço. a proposito o seu comentário a respeito de exú caiu como uma luva para que eu reforce ainda mais minha busca na verdade e esclarecimento correto sobre nossa religião. são pessoas como o sr que mesmo de longe nos mostram que o amor e a dedicação aos orixás não é nada do que pregam em muitos ilês.E acredite! essa troca de conhecimentos com pessoas que se dedicam ao esclarecimento nos mantém firmes no nosso amor aos orixás. axé!
Babazinho eu desconheço este nome, nunca li ou ouvi falar. Mas uma coisa me chamou atenção. O termo guian está ligado a Oxaguian (Oxalá que come inhame pilado), um Oxalá novo e guerreiro. Quando vc escreveu que este nome está associado a Oxalufan (Oxalá pleno, antigo, “velho”) eu estranhei, não faz muito sentido que Oxalufan tenha uma de suas qualidades que lembre a juventude e guerra de Guian, entende? Para isso existe Oxaguian, então não fqz sentido que um Oxalufan tenha também uma qualidade guerreiro. Além disso tem o início do nome com este “kafu” que é bastante típico de Angola e que normalmente está associado a kafunge ou kafungê. Veja se foi realmente este o nome que te disseram. Não se contente com a resposta de que é “uma qualidade rara e que poucos conhecem” isso não é resposta satisfatória, é preciso que vc saiba que de fato alguém foi iniciado para esta qualidade, em que Casa e por quem. Isso é fundamental. Axé, Tomeje.
motumbá tomeje! vou fazer esta busca. o que me disseram é que este babá tem em seu enredo um jagum que o acompanha ao seu lado ao invés de um ayrá.
Babazinho este fim de semana eu busquei ajuda com meus mais velhos e todos foram unanimes em dizer que isso é invenção, desculpe a palavra tão dura, mas nenhum dos mais velhos que eu consultei compreendeu o significado do nome, nenhum deles nunca ouviu falar, nunca leram nada a respeito disso e nenhum deles conseguiu atinar para um Oxala como este. Sei perfeitamente que não sou e nem somos os donos da verdade, estamos longe disso. Mas agora vendo seu comentário sobre um Jagum ao invés de um Ayrá eu fiquei muito convicto de que estão brincando contigo meu irmão. Veja muito bem onde vc está recolhendo estas informações porque o caso está ficando cada vez mais sério. Espero que eu esteja te ajudando com meus comentários. axé, Tomeje.
com certeza o sr está me ajudando muito. fico feliz em contar sempre com o seu auxilio e quando tiver alguma resposta sobre nosso assunto lhe informarei. no próximo mês estarei novamente em conversa com a zeladora que me deu este caminho de lufan e já terei questionamentos concretos e entrarei em contato. motumbá tomeje! como disse antes seus auxílios são muito importantes para nós que buscamos esclarecimentos e os verdadeiros caminhos no candomblé.
Este texto me fez lembrar de uma questão muito séria e totalmente relacionada ao que diz nesse post. Conheço uma pessoa que passou por uma situação traumática dentro de um terreiro. Ela me disse que já estava numa determinada casa de axé há 1 ano e meio e que, de repente, ela diz não saber o porquê, a Yalorisá, ou melhor, um dos orisá da mesma, veio e quebrou os igbás dos orisá dessa filha de santo. Além de tudo isso, ela me disse que lá tudo era na base do grito, da ditadura. Eu fiquei chocada. O que o sr. Tomege pensa sobre essa questão?
MSC, hoje, por coincidência (rsrsr) eu enviei este material aos meus filhos, é parte de um conjunto de 16 mandamentos de Ifá. Veja se isso é uma boa resposta para vc? Veja se o caso desta sacerdote se encaixa nisso? Axé, Tomeje.
2º Mandamento:
Eles avisaram aos Maiores que não chamassem a todos de esúrú. (Chamar a todos de “esúrú” é considerar todas as coisas como contas sagradas).
Significado do 2º Mandamento:
O sacerdote deve saber distinguir entre o ser profano e o ser sagrado, o ato profano e o ato sagrado, o objeto profano e o objeto sagrado.
Interpretação:
Não se pode proceder a ritual sem que se tenha investidura e conhecimento básico para realizá-los. Chamar a todos de esúrú, é considerar a todos, indiscriminadamente, como seres talhados para a missão sacerdotal, o que é uma inverdade ou, o que é pior, uma manipulação de interesses. Da mesma forma que nem todas as contas servem para formar-se o eleké (colar) de um Òrìsà (como as contas sagradas), nem todos os seres humanos nasceram fadados para a prática sacerdotal.
Mensagem:
Para ser um sacerdote de Ifá, são necessários inúmeros atributos morais, intelectuais, procedimentais e vocacionais. A simples iniciação de um ser profano, desprovido destes atributos básicos e essenciais, não o habilita como um sacerdote legítimo e legitimado. Da má interpretação e inobservância deste mandamento resulta a grande quantidade de maus sacerdotes que proliferam hoje em dia dentro do Culto de Òrúnmìlá. Ai observa-se a diferença entre “ser bàbáláwo” e “estar bàbáláwo”.
Aquele que se submete à iniciação visando tão somente o status de bàbáláwo, jamais será um verdadeiro sacerdote de Òrúnmìlá. “Estará” bàbáláwo, cargo adquirido pela iniciação, mas jamais “será” bàbáláwo, condição imposta por sua vocação, dedicação e desprendimento. Cabe ao sacerdote que procede a iniciação escolher, com muito critério, aqueles que são realmente dignos do sacerdócio.
motumbá tomoje! agora estou muito bem! quanto ao orixá que eu havia citado, tudo ficou bem claro. sou de lufã. e não sei o porque nem vou entrar em questão mais na casa que eu fui feito logo depois do preceito eu fiquei diferente, com muita raiva de tudo e todos, era difícil conseguir controlar minha ira no meu dia a dia, e era para ser diferente pois babá e a paciência e a calmaria. como o sr sabe me afastei desta casa e quando fui tomar a minha obrigação em uma casa que eu já frequentava antes de ser raspado a mãe de santo disse que precisava assentar ogum e que toda a minha ira era por conta dele. ela disse anida que não sabe porque babá furou o roncó pois ela sempre me viu como filho de ogum. e foi como um passe de mágica pois eu voltei a ser a pessoa equilibrada que sempre fui depois que ogum foi assentado. ela disse também que oxalá e ogum agora regem o meu ori, e que quando eu fizer alguma coisa para um também preciso fazer para o outro.e que é possível que um dia eu também receba ogum. e que eu preciso ( com o tempo) assentar os orixas dos dois caminhos o de oxalá e o de ogum. agora eu voltei a ser a pessoa alegre que eu era antes. gostaria de saber o que o sr acha disso que aconteceu e agradece-lo por sempre me ajudar em momentos de tormenta e de dúvida. que os ventos sempre lhe tragam saúde e prosperidade para que sua luta pelo esclarecimento não cesse. motumbá!
Babazinho que bom que vc está novamente em equilíbrio, axé meu irmão. Outro dia eu falei que não existem receitas de bolo para iniciação e alguém, cada uma deve ser bem vista no jogo e de preferencia confirmada em outros jogos. No seu caso, a presença de Ogum foi imperativa para te dar harmonia, talvez isso devesse ter sido visto durante a sua iniciação e pro algum motivo passou em branco ou talvez seja o procedimento da Casa só assentar os Orixás principais na iniciação e no decorrer do tempo ir “completando” o carrego. Isso varia de Casa e de Axé. Mas o importante é que agora está tudo no lugar e vc está feliz. Eu conheci uma Casa de Axé, que eu amo, que para todos os filhos, independente de terem em seu caminho Ogum e Oxalá, estes Orixás são reverenciados na iniciação e permanecem no carrego do filho, mas sem criar um “vinculo” não se trata de assentamento, é uma representação do Orixa, que uma vez por ano deve ser cuidado pela comunidade nas festas de Ogum e de Oxalá, independente do filho estar ou não estar na comunidade, estes Orixás são reverenciados e os filhos se beneficiarão disso. Mas existe um motivo claro e simples para isso, A Casa, como mantenedora do Axé do filho, entende que dar equilíbrio (Oxalá) e caminhos (Ogum) aos seus filhos é um dever da Casa. Por isso todos os filhos tem Ogum e Oxalá para terem sempre bons caminhos e equilíbrio. Mas isso é um caso específico desta Casa e deste Axé (raíz). Eu já uma menina entrar para ser feita de Xangô e sair de Oxalufã e outros casos onde Oxalá tomou a frente. Não temos como saber disso, mas se vc foi iniciado de Oxalufã, com certe Ele sabe o motivo e um dia vc tb vai saber. Seja grato a navalha que te iniciou e seja fiel a ela sempre, assim como deve ser a esta Yalorixa que te ajudou agora. Axé. Tomeje.
Boa noite, Tomege. A sua bênção. Coincidentemente também li esse texto no blog do wordpress.candomble (rsrs), e cheguei à conclusão de que essa pessoa não “é” uma Yalorìsà, mas sim “está” Yalorìsà, pois, no meu humilde entendimento, se um filho(a) da casa não está agindo de acordo com as regras, caberá ao sacerdote ou sacerdotisa chamá-lo(a) para conversar e resolver as questões, e não havendo acordo, pedir para que este(a) se retire da casa. Estou errada nos meus pensamentos, Tomege? Mais uma vez, obrigada pela ajuda. Asè!
Só mais uma questão: a pessoa que sofreu com essa ação anda muito preocupada, achando que as coisas possam dar errado na vida dela, etc, e que os seus òrìsàs não estão mais a acompanhando. O que o sr. poderia dizer a respeito disso para que eu possa transmitir a ela? Obrigada.
MSC sobre a primeira pergunta. Muitas vezes nós temos que lidar com pessoas de caráter duvidoso, chatas, que só fazem besteiras e outros problemas de relacionamento. Mas nós precisamos compreender que todos estes “problemas” foram vistos por nós, do nosso campo de visão, e compreendidos como problemas porque estamos na nossa zona de conforto julgando o comportamento dos outros de acordo com o comportamento que nós achamos que seja o certo, o nosso. Já vi pessoas maltratando Yawo por julgarem que todos os yawos são iguais e que todos devem saber, instintivamente, como se comportar. Mas estas pessoas esqueceram o tempo necessário ao seu próprio aprendizado, esqueceram de tudo e todos que lhe ajudaram a aprender, ou pior eles acham que porque sabem são superiores e são juízes dos demais. É por isso que eu acho que aquele texto é tão perfeito para certos zeladores, é preciso ter uma alma de professor, de líder e o desejo de ajudar. Isso não quer dizer que de vez em quando não haverá necessidade de arrumar a casa e eventualmente retirar alguns filhos que não se adaptam, mas até para isso é preciso calma e ponderação.
Sobre o seu amigo. Orixa não é uma energia que fica solta no espaço ou presa numa Casa de Axé. Orixa está no seu Ori (cabeça) e te acompanha sempre. Na maioria das vezes as pessoas tem medo de perderem bens materiais e se preocupam com isso ao invés de preocuparem-se em perder a família de Orixa (Casa de axé). Outras vezes ficam imaginando contos de fada onde todos se amam e se dão bem, o que não é verdade nem mesmo nas nossas famílias, porque seria diferente numa família de axé onde as pessoas precisam se doar muito mais para superar problemas de relacionamento? Não tenha medo, não deposite no outro um poder que ele não tem. Se seu amigo ficar com medo ele vai dar uma topada ou perder o emprego ou terminar um relacionamento, que são coisas da vida, e já vai imputar isso a uma possível macumba da Casa que ele saiu. Isso é besteira, tenha fé no orixá e siga sua vida, seja feliz e deixe o orixá mostrar novos caminhos. Mas não se iluda com sonhos de mundo cor de rosa, busque uma Casa onde se sinta bem e vá com calma, só não abandone o orixá ou seja, não SE abandone ao medo. Axé, Tomeje.
Bom dia, Tomege. Concordo com tudo o que sr. disse acima, é muito complicado certas pessoas terem o “poder” nas mãos, pois nem todas estão preparadas para tal, e em se falando de religião mais complicado ainda, porque muitas vezes pessoas chegam muito fragilizadas, precisando de força, de apoio espiritual, etc, e em casas como a que citei encontra o que meu amigo encontrou, uma pessoa despreparada. Mas tenho certeza que após passar para ele esse texto que o sr. escreveu, ficará mais tranquilo. Muito obrigada mais uma vez, Tomege.
Sou uma pessoa que tem lido bastante sobre a religião. O sr. poderia indicar alguns livros para eu ler? Grata. Asè!
MSC, ontem eu estava na Casa de um amigo, Pai Elias de Xangô, lá estavam meu Sacerdote Pai Marcio de Jagum e uma amiga e mais velha, Mãe Marcia de Oxum. A conversa era justamente sobre uma geração de Pai e Mães de santo que estão abrindo Casa sem o preparo necessário e o quanto isso tem sido prejudicial para a religião. Todos alí presentes tinham mais de 35 de iniciados, e eu alí, o único novinho (26 aninhos de santo), ouvindo atentamente os conselhos que volta e meia um deles me dava, indiretamente, mas que me serviam como luva. Tenho muito orgulho de conviver com meus mais velhos e aprender com eles e até ser chamado atenção por eles. Não estou me fazendo de bonzinho ou de bom moço, mas foi assim que aprendi e foi assim que eu cheguei aqui a este blog, depois de passar pelo ocandomblé.wordpress, e de uma temporada com meu Pai no rádio e agora na TV, foi ouvindo os conselhos dos mais velhos e respeitando os mais novos. Por favor volte ao ocandomble e releia o terceiro mandamento de ifá, é maravilhoso e resume muito dessa nosso conversa.
Por favor veja minha resposta ao Ari, logo abaixo da sua, vai te ajudar também. Axé, Tomeje.
Pai Tomege, adoro os seus comentários. Parabéns. Sou um grande admirador do Candomblé. Gostaria muito de ter uma intimidade maior com meus Orixás. Não sou iniciado ainda. Como posso entrar numa sintonia mais intima com meus Orixás. Conversar, sentir, receber sinais, sentir seu amparo. É que mesmo sendo um admirador, lendo textos, indo em algumas casas, e vendo a propriedade com que o Sr. E outras pessoas de respeito falam dos Orixás. As vezes pra nós não iniciados (abians), parece que estamos tão distantes. E creio e sinto que isto não é verdade. Como um abian pode, reverenciar e sentir com carinho a presença, amparo e direcionamento de seu Orixá? Desculpe se a pergunta pareceu sem nexo ou ignorante. Um grande abraço e Axé.
Ari, obrigado pelo carinho, fique sempre a vontade para perguntar, e tenha certeza, não existe pergunta burra, existe ouvido em forma cônica (de burro) rsrsrs.
Eu sempre falo que o mais importe é conhecermos o nosso orixá, saber a sua origem, se ele veio de Abeokutá, de oyó, de ire, de irá, de oxogbô ou seja de onde for, isso é importante para conhecermos a nossa raíz como filhos deste orixá. A partir deste conhecimento nós aprendemos mais sobre a realidade daquele povo e do orixá, seus costumes e suas lendas. É um mergulho profundo no conhecimento da cultura africana negra. Não é nada fácil, há poucos livros, os artigos são complexos e chatos de serem lidos, as vezes não temos nada além de duas linhas sobre um povo inteiro, mas são duas linhas importantes de serem conhecidas por nós, povo de axé. Então a minha sugestão é mergulhemos na cultura, esqueçamos os assuntos de qualidades, quem come com quem, que cor usa, como dança e como se canta para o orixá. Vamos criar uma relação entre filho e orixá, eu creio, que assim podemos chegar ao que vc deseja Ari.
Tem três livros que acho bem interessantes, dois deles para dar uma base de conhecimento, e o outro é uma universidade inteira. O primeiro é o “Lendas dos Orixás, de Reginaldo Prandi” algumas pessoas acham que não tão bom, mas eu acho que é um bom livro para iniciar os estudos. O segundo é o “As melhores lendas da mitologia africana” esqueci agora os autores, desculpe. Mas é um livro que tem uma pegada de humor, é bem engraçado e conta as lendas de forma lúdica. O terceiro é um clássico, complexo e difícil de ler, mas vale cada palavra, “Notas sobre os cultos de orixás e voduns, de Pierre Verger”. Mesmo que sejam até pareçam conflitantes entre si, estas leituras são interessantes e podem ajudar muito a desmistificar a religião. Axé, espero ter ajudado.
Boa noite, Tomege. Acho tão interessantes as colocações que o sr. faz sobre a religião, e penso que se todas as pessoas que se iniciam tivessem consciência do quão importante é o papel de um(a) sacerdote/sacerdotisa tudo seria diferente. Mas ainda acredito que os bons, honestos e fiéis ao culto da religião vencerão essa batalha.
Em relação ao mandamento citado acima, irei ao blog para lê-lo, e buscarei os livros indicados. Muito obrigada, Tomege. Asè!
Boa tare Srº Nelson.Lembro do Srº no candomblé wordpress.O Srº já abriu Casa e por favor aonde fica?
Regio seja bem vindo. Foi um período maravilhoso aquele no ocandomble, de vez em quando ainda visito o blog e gosto muito do que vejo lá. Sim já abri a Casa de Axé, apesar de tantas obras ainda por fazer. Ela fica em São Gonçalo, RJ. Axé e felicidade. Tomeje.
Boa tarde Srº Nelson!Moro em São Paulo para mim fica meio longe ir ao Rio,mas quem sabe um dia.Por acaso o Srº conhece alguém de Candomblé Angola ou Umbanda aqui na cidade de São Paulo ou proximidades?Sucesso e felicidades na sua empreitada.
Regio eu só conheço o meu irmão em Campinas, serve? Mas lá é Ketu. Axé, Tomeje. Mas talvez o Euandilu do ocandomble possa te indicar alguém de Angola.
Obrigado!
Bom dia, Tomeje. A sua bênção. Como o sr. está? Espero que esteja bem.
Bom, gostaria de saber quais conselhos o sr. daria para abian que chegaram recentemente em Casas de Asè. Ex: comportamento, atividades a serem realizadas, etc.
Grata. Asè!!!!
MSC que bom que a abian chegou a uma Casa de Axé, ficou muito feliz. Discrição e bom senso são dois dos “orixás” mais valiosos que temos, eles nos ensinam a tomar a benção de todos, não importa quem seja, nos ensinam a ser discreto em roupas e atitudes e comportamentos, sempre sem exageros, nem para mais nem pra menos, também é de bom tom ser proativo, sem no entanto ser invasivo, ou seja, oferecer ajuda é uma coisa, tomar liberdade e ir fazendo é outra. Falar baixo e pouco e ouvir muito. Acho que estes “arquétipos” definem bem estes dois “orixás” especiais de abian. Axé e seja bem vinda rsrsrsrsrsrsrsr. Tomeje.
Pois é, Tomeje, o sr. acompanhou um pouco dessa jornada e agora o momento chegou. Espero ter todos esses pré-requesitos citados acima e que eu tenha encontrado o meu caminho.
Obrigada por cada palavra, cada conselho no meu período de busca, de dúvidas, enfim, de tantos questionamentos. Sei que esse novo passo será apenas o primeiro de tantos outros que terei que trilhar, mas iniciar é preciso, não é mesmo? E não tenha dúvidas que agora novos questionamentos virão por aí. Não deixarei o sr. em “paz”. kkkkkkk.
Agradeço pelas boas-vindas, e vamos em frente. Asè!!!!
Gostaria de saber, se quando estamos com uma entidade. Nosso corpo fica quente como se estivesse pegando fogo?
Jennifer seja bem vinda. Muitas pessoas já relataram que ficam com o corpo mais quente ou com uma sensação de calor, e isso é normal. A incorporação mexe mesmo com o metabolismo do corpo e acaba dando uma sensação de aquecimento.
Sobre esta sensação de que o corpo esteja pegando fogo, as únicas vezes que eu ouvi isso, foi de pessoas que estavam manisfestadas das entidades pombagira ou exús. Mas estas pessoas confundem exú com diabo e acabam mistificando as coisas e falando que o corpo parece que está pegando fogo, numa referencia ao inferno (comentário e pensamento de quem é pouco instruída na religião e que só servem para manchar a imagem da religião) isso é mistificação de quem confunde exú com diabo. Logicamente não é o seu caso. Axé, Tomeje.
Boa tarde, Tomeje. Lendo um pouco mais o texto do prof. José Beniste que uma seguidora do blog colocou aqui para discussão, onde um dos tópicos é este a seguir: “Tomar a benção encostando a mão no queixo…” Qual a visão do sr. sobre esse assunto? Asè!
Alguns líderes aqui no RJ estão com esta “onda”, pior ainda é o caso de uma mais velha que não toma a benção de ninguém pelo simples fato de ser “mais velha”, triste ver isso…… O motivo do beijo no queixo é porque estes srs e sras alegam que por ser mais velhos ou superiores ou por que seus Pais ou Mães terem morrido ou porque eles são de Ifá (por exemplo), eles só beijam a mão de pessoas mais velhas ou de seus Oluwos. Mas???? quando eu tomo a benção de alguém.. eu estou tomando a benção dela ou do Orixa dela?????? Eu aprendi que é do Orixa dela e não importa a idade, cor, sexo ou condição hierárquica. Para mim é uma tristeza ver isso. Durante algum tempo eu tomei a benção de um grande líder aqui do RJ e ele fez isso, eu beijei a mão dele e me deu o queixo. Eu sou Ogum MSC… O sangue sobe… Ai eu deixei de tomar a benção dele, me dirijo a ele pelo nome e ponto final e vivo feliz assim. Mas o manifesto do Prof é muito bom né??? Tomeje.
Com todo respeito aos meus mais velhos, mas eu não concordo com isso não, acho uma atitude tão desrespeitosa à pessoa que pede a bênção. Eu já fui uma das “felizardas” nisso também, Tomeje, no momento me senti o último dos seres. Rsrs. E como o sr. já citou num outro momento, ser educado, respeitoso com os mais novos não tirará de ninguém o que o mesmo já conquistou dentro da hierarquia, não é mesmo? Além do que, até onde eu aprendi nós não tomamos bênção à pessoa e sim ao orixá dela, como o sr. também citou. Mas já vi que tenho muito o que ver e aprender nessa longa estrada ainda. E continuarei a “purificar a alma”. Rsrsrsrsrs. Sim, o texto do prof. Beniste é excelente, tem muitos tópicos interessantes para serem discutidos.
MSC eu ia dizer que é uma pena que poucos o leem e menos ainda os que o discutem, a maioria só quer saber quem é o seu Orixa e com Ele come, e o que come. Mas…. não vou falar isso, rsrsrsrs. Eu trabalho aqui na net desde 2008 no ocandomblé, depois veio o pgm de rádio e agora a tv, eu tenho visto que o trabalho vale cada digitada, porque para cada um que conseguimos falar é mais um que conseguimos abrir a cabeça para um candomblé, não que tenhamos a pretensão de que seja diferente, mas muito mais engajado. tenho muito orgulho da Dayane do ocandomblé e de outras pessoas com quem eu mantive uma boa conversa neste tempo todo. Por isso não vou falar o que disse que não ia falar quando falei rsrsrsr Mesmo que sejamos poucos, ainda assim somos fortes e podemos modificar isso que está ai. Axé, Tomeje.
Rsrsrsrsrsrs. É uma pena que poucos leiam mesmo, Tomeje, mas acredito que o serviço que o sr. presta a nós aqui seja como um trabalho de formiguinha, que muitos não percebem no dia a dia, mas que no final faz um diferença imensa. Fico sentida apenas por aqueles que por não lerem e que com isso não conhecem mais profundamente sua religião, perdem a oportunidade de evoluirem, seja como ser humano, religioso, enfim… Mas essa também é uma escolha feita por cada um, não é verdade? Só posso dizer que nesse pouco tempo de trocas aqui no blog já percebo uma diferença enorme sobre o meu olhar perante a religião, e não pretendo parar. Rsrsrs. O sr. sabe, para alguns eu serei uma pedra no sapato, não é? Mas tudo bem, seguirei cantando… e lendo…. e “purificando” a alma. Rsrs. Asè!!!!
Boa noite, Tomeje. Eu de novo. Rsrsrs. Estava lendo um dos tópicos de um dos livros do prof. José Beniste, onde ele fala do uso da data de nascimento do consulente pelo sacerdote na mesa do jogo de búzios, e me lembrei que o sr. me disse tempos atrás que normalmente isso não é utilizado. Então esse uso dependerá da linha que o sacerdote siga? Fiquei confusa. Axé!!!!
MSC boa tarde, axéô. Eu acho que este trecho do livro o Prof Beniste critica o uso destas outras formas de “oráculo” durante a consulta.Acho inclusive que ele chama de apoio ao jogo, mesmo assim me parece que ele critica e diz que isso não deveria fazer parte da mesa de jogo.Veja por favor se é isso. Eu não vejo com bons olhos o uso de outros elementos numa mesa de jogo,mas vamos conversando. Axé, Tomeje.
Tomeje, neste livro e no tópico citado o prof. Beniste fala que esse sistema vem sendo adotado por muitas pessoas e que em muitos casos ele auxilia o jogo de búzios. Ele também diz que não é uma forma tradicional, mas que através dela buscam o Odù do consulente.
Bom, eu, particularmente, não consegui identificar se ele está criticando essa forma porque ele até a exemplifica mostrando uma tabela com algumas regras de como fazer a consulta. Mas, de fato, como o sr. falou, ele diz ser um apoio ao jogo de búzios.
MSC eu li este trecho como uma crítica a estas misturas. Mas de toda forma, o que vale para o candomblé é o oráculo, o restante é invencionismo. Olha eu não duvido que para muitos isso funcione e de resultados, mas foge ao tradicional. Fiquei super feliz com sua leitura.Axéôôôe boa leitura. Tomeje.
Se o sr. e o prof. Beniste falaram, está falado. Rsrs. E quanto à leitura, fico feliz que o sr. tenha gostado de saber. Eu estou encantada com essa e com as demais obras do professor. Já tenho quase todas. kkkkk. Leituras imprescindíveis para quem quer aprender sobre a religião, não é?
MSC, como disse Yá Stella de Oxossi, o candomblé já deixou de ser oral faz tempo, precisamos quebrar este paradigma e incentivar a leitura de boas obras sobre nossa religião. Axé, Tomeje.
Abença, baba
só uma curiosidade que me surgiu: como funciona o casamento na nossas religião? Nunca ouvi relato de nenhuma cerimônia…
axé
Maria existem diversas formas de se fazer um casamento no candomblé, já vi algumas delas. algumas mais tradicionais e outras nem tanto. Eu e minha mulher nos casamos no candomblé na Casa de Yá Gisele Omindarewá, nossa Yá à época, e foi fantástico. Mas a cerimonia foi bem tradicional, com os “noivos” recolhidos durante 01 semana, comida e oferendas aos orixas dos noivos, rezas, orixas presentes (virados), desejos de felicidades da comunidade terreiro e por fim a festa pública. Nossa Yá nos presenteou com a tradição que ela viu em terras africanas e recriou no Axé. Não houve nada de grandioso, e nada que lembrasse o casamento católico, foi simples e lindo. Vou pedir para ela postar algumas fotos aqui no blog. Axé. Tomeje.
Uma coisa importante, os sacerdotes devidamente reconhecido e com suas Casas de Axé legalizadas podem oficiar o casamento com valor legal, ou seja, podem validar junto ao cartório o casamento com qualquer outro. Tomeje.
Nossa, imagino que tenha sido lindo! Quero ver as fotos sim, por favor!
Mas uma duvida que me veio: se tem recolhimento, não é possível casar um filho de santo com alguém que nao seja, ne?
Explico: se a esposa do senhor nao fosse do candomblé, vocês não poderiam ter feito a cerimônia, ne?
Ixe, o site nao aceitou meu comentário dessa vez!
Maria, o meu casamento seguiu o principio de que os noivos pertencem a mesma comunidade, portanto, o recolhimento e as normas da religião fazem parte da vida cotidiana dos noivos. Sendo assim a nossa Ya optou por seguir a tradição que presenciou.
O casamento na tradição cultural Yorubá é muito mais que a união de duas pessoas, ele simboliza a passagem para a vida adulta com todas as suas responsabilidades, além de tb ser uma união de famílias e/ou territórios/crenças. As vezes estes casamento se davam ente inimigos históricos para promover a paz. Tem casos onde os casamentos se davam entre etnias diferentes e isso pode explicar, por exemplo, o caso de termos Voduns no Ketu e Orixas no Jeje. Isso é fruto de união entre famílias Fon(jeje) e Nagô(ketu), que viviam em territórios vizinhos e algumas vezes lutavam ente si. Com estes casamento eles selavam a paz. Mas, muito mais que isso, os Deuses vindos da outra família passavam a ser cultuados e respeitados pela outra família, o que dá origem a uma certo “sincretismo entre Deuses”.
Como eu te disse antes, a cultura familiar yorubá é complexa. Para vc ter uma ideia, nem todos os rapazes se casam e, quando casam, nem sempre lhes é permitido escolher a noiva, essas decisões passam pelo conselho dos mais velhos e pelos chefes das famílias. O casamento se dá por união de famílias inteiras. Lembre-se que estou falando de uma tradição secular, não leia nem julgue com olhos e moral de hoje. Para um jovem pleitear o direito ao casamento, ele deve: Possuir condições de suprir as necessidades da noiva. Deve possuir terra e plantação e bichos. Deve passar pelos ritos de passagem da vida infantil pra a vida adulta e deve ser reconhecido como uma “boa pessoa” na comunidade. Alem disso a sua família deve certificar o conselho dos mais velhos que aquele filho não é mais necessário à subsistência da família e que um outro filho o substituiu nesta função, liberando então o jovem para o casamento. Veja como isso é complexo e sério. E quando vc parar para ler este texto novamente, leia-o pensando em alguém que está iniciando sua vida religiosa no candomblé e veja como é idêntico. A pessoa chega a uma Casa de Axé (abian), é iniciado, vai aprendendo com os mais velhos e num determinado ponto esta pessoa é reconhecida como capaz de formar sua própria família de Axé (casar). São os mais velhos que o reconhecem como sacerdote (noivo) e é a sua família de Axé que lhe da a autorização pra ele abrir sua Casa/família (Deká). O restante dos filhos daquele Axé ocuparão cargos dentro do Axé e cuidarão dos mais novos.
Viu como é parecido? Como a estrutura familiar e religiosa se fundem? Se os candomblés seguissem este modelo tradicional teríamos muito menos candomblés abertos, porém muito menos problemas com pessoas que acham que conhecem e que podem abrir casa.
Hoje ainda se ve isso nas Casas tradicionais, onde somente os capazes, aqueles que passaram pelo rigoroso processo de escolha e aprovação da sociedade religiosa tem direito de abrir Casa, C Entendeu???????? Por isso eu não canso de repetir que vcs devem procurar Casas tradicionais.
Ms voltando a sua pergunta. Sim, uma pessoa não iniciada pode se casar sim, desde que ela compreenda e aceite que a religião do outro tem estes costumes. O caso do recolhimento, não é um impedimento, a pessoa não iniciada ficará recolhida “light” num descanso rsrsrs e o outro noivo passará pelo recolhimento litúrgico, só isso. Axé, Tomeje.
Desculpe a demora pra responder, Tomeje, mas estou tendo sérios problemas pra acessar a internet ultimamente.
Enfim, adorei a comparação que o senhor fez entre o casamento e o sacerdócio. É bem assim mesmo que funciona (ou deveria funcionar).
Isso me trouxe, ainda, outra dúvida: é possível que seja visto, antes mesmo da pessoa passar pelo roncó, que ela é destinada a pegar o Deká?
Pergunto porque conheço um abian que vive dizendo que nasceu pra ser babalorixá (e que acha, inclusive, que o orixá dele vai “liberar” o deká antes da obrigação dos sete anos) e sempre achei isso muuuuito estranho (pra não usar a palavra “marmota”). Daí fiquei pensando: é possível?!
Obrigada por ser sempre tão atencioso conosco!
Axé axé axé
Maria, existem sim alguns poucos predestinados. Temos como exemplo o babalorixa PC do Axé Oxumare, que pouco depois do seu nascimento Ogum lhe tomou nos braços e informou a todos que ele seria o herdeiro do Axé. Isso consta do site o Axé Oxumare. Temos outros exemplos disso. Mas são casos rariiiiiiiiiiiissssssiiiimos. Em geral se espera que a pessoa seja iniciada, passe por todos as etapas, aprenda o suficiente e só depois é que se diz a ele se ele tem cargo. Mas isso de orixa liberar antes dos sete anos é bem estranho, pra não dizer pior, né? rsrsrs. Em geral quem nasce de fato para o sacerdócio e leva isso a sério não fala nada, não faz propaganda. Mas tem gente que le as histórias dos outros na internet (ô praga isso de internet, rsrsr) e sai inventando fórmulas e receitas e se dizendo muito especiais. Axé.
Bençâo Baba!
Olha, esse negócio de internet é mesmo uma faca de 2 gumes Por um lado ajuda muito pessoas que, como eu, estâo sem acesso à informaçäo confiável. A medida em que vou lendo todos os comentários, vejo quanta gente o sr. já acudiu através desse seu trabalho na rede.
Por outro lado, dá recursos para os mistificadores de plantão. Não faz muito tempo, uma pessoa me disse que sonhou com o boiadeiro ( lembrei do sr. falando da sua “má vontade” com sonhos rsrsrs) lhe dando seu ponto cantado e cantarolou um ponto que está no YouTube! Pior ainda, na hora da gira o boiadeiro “incorporado” cantou e ensinou p os ogans aquele ponto! O mais grave de tudo: essa pessoa era o Pai Pequeno da casa!!!! como a casa é nova e a maioria dos filhos é inexperiente, todos acharam o máximo. Não dá pra saber se é pra rir ou pra chorar, não é?
Desculpe “cuspir” essa história aqui, mas achei que valia a pena, p as pessoas saberem q isso acontece “na vida real”. Confesso que me calei e não levei o fato ao meu pai, mas pensei q era melhor não abrir a boca pra falar , já que não tinha nada de bom p dizer…
PM eu vou enviar o contato do meu Pai para vc amanha dia 22/06, ok?
Já tanta coisa aqui que, realmente, não me espanto mais com nada. Teve gente que foi feito de Ogun alada meji(dois facões), de Oxum Miwa (nome litúrgico de Mãe Senhora, uam das Yás do Opo afonjá BA), Tem uma pessoa que “descobriu” ser filha de Yemonjá com lúcifer, outro foi feito no cemitério porque a Oyá dele só pode ser feita no cemitério. E por aí vai. Lembrei de outro caso hilário. A mãe de santo recebeu cerca de 15 mil reais para fazer o assentamento de uma pombagira para um filha que mora na Espanha. Alegação da mãe de santo para o preço. O assentamento tinha que ser feito no aeroporto rsrsrsrsrrss. Ela recebeu o valor, tá?????? Asé e felicidade rsrsrsrsrrr
Boa tarde, Tomeje. Recentemente li algo que me deixou meio confusa sobre aborto x Candomblé. Qual é a visão da religião sobre esse assunto? Axé!
MSC, desculpe a demora, mas o blog estava sendo atacado por vírus. Mas a sua pergunta é muito instigante, ela requer uma tese de mestrado para responde-la. Mas em geral o candomblé não tem uma posição clara sobre este tema. Isso varia muito de Casa para Casa. Mas tem diversos outros assuntos correlatos que precisamos entender. desde a formação da famílai Yarubá, o casamento, as guerras, a liberdade sexual, a noção de filho e de paternidade e outras coisas como a não existência do pecado. Também temos que pensar que a nossa cultura brasileira foi formada com base católica e por mais que digamos que o candomblé está a parte disso, o candomblé está, na realidade, assim como todas as demais religiões, inserido nesta mentalidade nacional, não subordinado, mas inserido. Falar que o candomblé tem uma posição definida conflita com os conceitos formados pelos sacerdotes, que muitas vezes, tem o catolicismo como referencia de conduta moral. Eu sou a favor e defendo que a mulehr tem o direito de decidir que ruma vai dar a uma gravidez indesejada ou inapropriada. Penso que seja um caso de dialogar muito com os filhos e filhas do Axé sobre isso. Axé, Tomeje.
Boa tarde, Tomeje. Tudo bem. Espero que o problema já tenha sido solucionado.
Quanto ao assunto citado acima, realmente, ele daria uma tese de mestrado. São muitos questionamentos para poucas respostas. São muitos dedos apontados para as mulheres que praticam essa ação para pouco entendimento das razões que as levam a tomar essa decisão. Enfim, penso eu que esse e tantos outros assuntos polêmicos deveriam ser discutidos dentro das Casas de Axé como forma de esclarecimento a todos. Axé ô!
MSC, com toda certeza estes temas devem ser discutidos abertamente, o problema é que muito acham que o dever do sacerdote se restringe aos muros do Axé, o que o filho faz fora é da conta dele, e não é bem assim, o filho deveria ser reflexo da sua Casa em todos os lugares, não acha? E isso não é questão de controle das cabeças, mas de assumir o papel de educador social e religioso. Há outros temas tão complexos quanto este. Por exemplo o transexualismo, já pensou nisso? Imagine o seguinte. Alguém que nasce homem e Ogan, mas fez cirurgia de mudança de sexo, como fica agora o cargo de Ogan? Uma mulher pode tocar? Como resolvemos estes casos, masculinos ou femininos?????? Axé, Tomeje.
Um amigo zelador de santo jogou pra mim e disse que sou filho de logun ,qual o momento certo pra eu saber o que o meu orixa quer de mim?
Ivanildo seja bem vindo ao blog. Eu penso que seja bem ao contrário do que vc está propondo. Não é bem o orixa que pode desejar algo de vc. Veja o que disse Pierre Verger, um dos maiores pesquisadores da nossa religião, sobre este tema. E eu acho que vai caber perfeitamente para te responder. “Dizem que são os orixas que nos escolhem como seus filhos. Porém, nunca ninguém conseguiu explicar como esta escolha se dá. Eu (Pierre Verger) penso que seja uma questão de necessidades. O filho precisa do orixa para ser quem de fato ele (filho) é. E o Orixa precisa do filho para existir de fato.” Veja o quanto é profundo e correto isso que disse Pierre Verger. Pense a esse respeito e vamos conversar mais. Axé, Tomeje.
bem,eu estou entrando neste”em propósito de comunicar que ontem dia 27 10 14 ATERRA PERDE UMA EBAMI UMA TATA ORIXÁ – estar postado na federação umbanda e candomblé.
Tomenge, sua benção.
boa noite!
Acompanho suas orientações e discussões desde o site Candomblé WordPress.
Muito bom ter pessoas como você, que esclarecem duvidas e esclarecem assuntos que não se consegue esclarecer nas roças.
Agora que encontrei este blog “só seu”, comentarei mais e tirarei mais minhas dúvidas (que não são poucas!!)
Parabéns!!!
Ogun está orgulhoso de você!
Juliana, muito obrigado pelo carinho e pelo comentário, seja bem vinda. Axé, Tomeje.
Tomeje, motumbá, sua benção!
Tenho acompanhado suas publicações antigas em outro blog e agora encontrei o seu própro, estou muito feliz!!! Gosto muito da seriedade e da atenção prestada, percebo que vc é uma pessoa bem coerente! Tbm sou filho de Ogum, iniciado há quase seis anos! Enfim…. Te desejo toda a luz do nosso Pai!!! Parabéns axé!!!
Oniregue, obrigado. Que Ogum nos abençoe. Axé, Tomeje.
Sua Benção!Acompanho sempre seu blogo nunca tive coragem de postar nada,tenho uma duvida sempre ouvi dizer que só se raspa uma vez correto?Porem já presenciei o orixá “pedindo” que se raspasse de novo sendo que a o yawo não trocou de baba nem de axé e meu baba disse que se eu me recusasse ele não ia por a mão na minha cabeça pois não ia afronta o orixá!É correto isso?Existe mesmo a possibilidade do orixá pedir novamente que se raspe?
Sandra, a minha resposta está baseada na tradição. A tradição diz que o sacerdote é competente o suficiente para iniciar um filho da forma correta. Quando eu falo correta, é dentro do axé/raiz daquela pessoa, ou seja, do sacerdote, de acordo com o que ele aprendeu com os seus mais velhos. Sendo assim, não há motivos para que o orixá conteste a competência do sacerdote. O caso que você citou é muito fora do normal porque o orixá está pondo em dúvida a competência do sacerdote. Por outro lado, o sacerdote ao aceitar essa imposição do orixá ficará numa posição de fragilidade, e pensando neste assunto tendo como base a tradição religiosa, isso não é cabível, nem de um lado (o orixá questionar) e nem do outro (o sacerdote aceitar esse questionamento). O seu comentário me faz pensar que: ou o filho está mistificando ou o sacerdote não é competente no que faz. De toda forma é uma situação muito complexa que deve ser vista com muita calma e muito rigor por ambas as partes (filho e sacerdote). O sacerdote pode estar lidando com um filho que está mistificando, mas também pode ser que o orixá esteja correto e cobrando o que, de fato, deveria ter sido feito. Espero ter ajudado. Axé, Tomeje.
Sua benção Tomeje!Agradeço sua resposta quando eu digo raspa novamente é na obrigação dos 7 anos!Vejo que na minha casa não são todos os filhos que raspam novamente na verdade são minoria mais existe essa possibilidade de através do jogo o orixa pedir isso nas condições que citei acima sem ter trocado de axé!Se isso não for correto como contestar meu baba?Como posso depois de já estar no roncó dizer não eu não vou raspar novamente é fato que se isso realmente for correto se há o risco do orixá pedir novamente tudo bem quem sou eu para contestar meu orixa!Aguardo seu comentario
Sandra, agora á situação é outra. Não o Orixa manifestado que pediu nova rspagem, ok? Então o meu texto anterior fica prejudicado porque eu tomei como base o Orixa manifestado. Mas, mesmo assim, deveria haver uma uniformidade de procedimento. Quando é o jogo do Babá que determina essa necessidade fica bem cmlicado de contestar. Acho que vc deve procurar um outro Baba e verificar se seu Orixa de fato quer este procedimento. Não se trata de se rebelar com seu babá, mas de saber o motivo de alguns rasparem e outros não. Em geral, nas grandes Casas de Axé não se raspa em nenhuma outra obrigação. Axé, Tomeje.
Motumbá meu mais velho!Você me ajudou muito, assim como tem ajudado muitos outros irmãos!Que minha mãe oya lhe abençoe muito!
Grande Tomeje, sua benção!
Olha eu aqui novamente!
Meu irmão, desta vez venho com uma dúvida que tem me deixado um pouco perdido, e gostaria, como sempre, do seu esclarecimento e aconselhamento.
Não sei se você se recorda, mas estou retornando aos poucos ao axé, sou abian, mas afastado há 14 anos do Candomblé. O fato é que desde o último jogo de búzios antes de eu me afastar, saiu que eu era de Oxaguian com Yemanjá e Oxum. Em um jogo muito esclarecedor que fiz esta semana, saiu que eu era de Oxossi com Xangô e Iansã. Muita coisa bateu, mas foi dito também que um dos meus Exus – este de herança – pede um assentamento urgente, pois era um Exu de trabalho, e muito forte.
Quem tem “cuidado” de mim é uma amiga de infância, mas que hoje tem 15 anos de feitura, mas ainda não recebeu deká. Esse jogo foi feito por outra mãe de santo, que já tem 40 e tantos anos de santo.
Como falei anteriormente, quero ir para um local de boas origens e de tradição, mas ainda não tive a oportunidade.
Minha dúvida é: existe a possibilidade de sair algo errado no Ifá, incluindo os orixás de alguém? Você aconselha que eu jogue com outras pessoas para confirmação? E quanto a este assentamento “urgente”, devo fazer ou você acha mais correto eu confirmar tudo isso em um local de tradição?
Acredite, não quero ficar correndo os quatro cantos, mas estou em dúvida se devo prosseguir fazendo estes “tapas buraco” com essa minha amiga ou se prossigo a minha caminhada confirmado esse jogo que foi feito, em outros locais mais tradicionais.
Obrigado mais uma vez, meu amigo. Axé!
Hilder, quando eu falo de Casas de tradição, eu não estou me referindo somente às grandes Casas de Salvador, existem muitas outras Casas que seguem a tradição do Candomblé e que são bastante sérias e comprometidas com a religião. Digo isto para que não fique restrito a algumas poucas Casas, mas sempre dê preferência às Casas tradicionais. Essa diferença que aparece entre os jogos pode se dar por vários motivos, então, eu acho importante que você confirme isso com um jogo de alguém de sua confiança. Penso que alguém que ainda não recebeu autorização para jogar, como parece ser o caso da sua amiga, não deveria cuidar de ninguém e nem fazer jogo. Esse segundo jogo que você fez que apontou o assentamento também me deixa algumas dúvidas, porque assentamento de herança é feito em casos muito especiais. Em geral, em 99% dos casos faz-se uma pequena oferenda para esse Exu de herança e o assunto termina aí. Imagine o seguinte: ninguém começa uma obra pelo telhado, mas sim pelas fundações. Neste caso, as fundações são os seus Orixás e os seus Exus, e só depois, muito depois, seria o caso de alguma herança. Além disso, acho muito estranho você ter um assentamento se ainda não frequenta uma Casa. Você faria o quê com esse assentamento? Procure um jogo de confiança numa boa Casa e veja o que o jogo lhe diz. Axé, Tomeje.
Muitíssimo obrigado, meu irmão. Sua resposta foi muito esclarecedora. Farei conforme o seu conselho.
Mais uma vez, muito obrigado, e muito axé pra você.
Benção, Tomeje!
Gostaria de agradecer por todas as informações que você compartilha, em textos muito bem escritos. Estou “viciada” eu seu blog. Iniciei há pouco tempo no Candomblé e ainda tenho muitas dúvidas e receios. Meu pai de santo me aconselha muito, mas estou apenas “engatinhando” e tenho muito o que aprender. Estou encantada com a religião. Sinto que o vazio que eu sentia na alma (e algumas pessoas dizem sentir), em mim foi preenchido. Sua sabedoria é de grande valor para mim!! Muito axé!
Grazi, ficamos muito felizes em colaborar com o seu início de jornada e muito felizes também por sermos uma referência de estudos para você. Que a sua vida na religião seja de axé e felicidades e que os Orixás te protejam. Estamos aqui para ajudar. Axé, Tomeje.
Bom dia Srº Nelson!Gostaria de saber se pode acontecer de no jogo de búzios não se identificar se a pessoa é rodante ou não?E no caso como a pessoa vai entrar como Abian,o zelador pedir para que ela participe da roda para se ter a certeza se ela é rodante ou não.Como podemos confirmar as referências do zelador referente a seus mais velhos(descendência da Casa).As referências são em outro Estado.Axé.
Abian, seja muito bem-vindo(a). Normalmente, no jogo de búzios, o que se busca é saber de maneira geral sobre a vida do consulente. Para que se possa saber se uma pessoa é rodante ou não é preciso haver um jogo específico para isso.
Sobre abian participar de roda, em muitas Casas isso costuma acontecer sim, para que possam saber quem é rodante e quem não é, mas é importante te dizer que isso só ocorre em rodas internas, ou seja, quando existe uma função sem visitantes presentes. Em rodas públicas abians não participam.
Quanto a confirmar as referências de um determinado zelador, não existe outra forma que não seja fazendo perguntas diretas sobre a Casa onde ele foi iniciado, quem é o pai ou a mãe de santo dele, etc. Além disso, é importante também que você busque informações sobre a Casa que ele te informar e observe se o comportamento desse sacerdote está de acordo com a Casa onde ele diz ter sido iniciado. É preciso que você colha o máximo de informações possíveis sobre isso e analise bastante como ele conduz a própria Casa. Espero ter ajudado. Axé, Tomeje.
Boa tarde Tomeje!Sobre participar da Roda foi mais ou menos isso que ele falou,só que a Casa de referência fica em uma outra cidade,o nome do zelador dele existe ,já vi comentários e foto dele na internet(é o único meio que tenho de pesquisa)e vi uma foto dele lá também,algumas coisas estão batendo,a Casa é de Angola,
e a Casa dos seus mais velhos é antiga.Não tenho como conhecer a casa do Zelador dele pois fica na Baixada Fluminense.A Casa inspira confiança,mas é tanto tombo que já tomei…..Como podemos ter certeza das incorporações dos filhos da Casa?Desculpe as perguntas mas é a única maneira que eu tenho de buscar informações.
Abian, acho que a única forma que você tem para eliminar algumas das suas dúvidas é passar um tempo frequentando a Casa como abian mesmo, e observar tudo e todos, e a partir daí ir tirando suas conclusões sobre o que o sacerdote te informou em relação a descendência da Casa dele. Não tem muito o que fazer, mas o importante é que você tenha total confiança nesse sacerdote para que futuramente você pense numa iniciação.
Em relação às incorporações, sua dúvida não ficou muito clara. Axé, Tomeje.
Boa tarde Tomeje!Com relação as incorporações é que esse Zelador trabalha com um Caboclo e esse Caboclo indica para a Ekédi algumas coisas que têm que serem feitas,talvez devido a minha inexperiência fico com dúvidas,a Casa parece séria e o Zelador me disse que segue os ensinamentos dos seus mais velhos.Vou dar tempo ao tempo para sanar essas dúvidas.Têm alguma federação no Rio de Janeiro que podemos onde podemos pesquisar a existência de Casas registradas? Desculpe os questionamentos mas é que já passei por tantas que fico ressabiado.Saúde,paz e prosperidade ao senhor.
Abian, esse assunto é muito complexo. Não existe uma forma específica para que alguém consiga identificar se uma pessoa está “incorporada” ou não. No seu caso e em todos os outros, o que precisa ser feito é ter confiança no sacerdote. Se na Casa desse sacerdote o caboclo dele trabalha dessa maneira, cabe a você respeitar e seguir o que for determinado. Agora se você tiver dúvidas quanto à prática do sacerdote/Casa, repense um pouco sobre tudo, principalmente sobre a sua frequência nessa Casa, porque o que não dá é você viver desconfiando de tudo, afinal, como você seguiria sua vida dentro desse Axé? Você se iniciaria mesmo com todas essas dúvidas, principalmente em relação à seriedade do sacerdote? Acho que é muito importante você fazer uma reflexão sobre isso.
Indico a você a Federação da Umbanda e do Candomblé, que fica em Madureira. Lá você poderá fazer essa pesquisa sobre o registro de alguma Casa. Axé, Tomeje.
Boa noite. Me chamo Geovana, tenho 19 anos. Sou do Ilê asé Odé Igbo, filha de Gabriel de Logun ede e sou abian.. Entrei na casa em agosto do ano passado, mas conheço todos da casa ha 5 anos e frequento no mesmo tempo.sou filha de Ossain com Oxóssi, no caso sou ori meji . A primeira vez q virei foi no final do ano passado.. Senti uma energia diferente.. So que eu fico encucada pq eu fico consciente, e continuo sentindo meu corpo.. Meu pai disse que isso e normal pq estou começando, e confio plenamente no que ele diz. Meu pai e um pai de ouro, cuida, se preocupa, coisa rara de se ver hj..as so queria saber de outro mais velho se isso e normal mesmo.. So p desencargo de consciência. Boa noite e bença !
Geovana, boa noite, seja bem-vinda ao blog. Eu fiquei na dúvida se ao se referir a ori meji você está afirmando ser ori meji ou se está fazendo uma pergunta, mas, independentemente disso, eu te responderei o que aprendi. Bom, ori meji, dentro do conhecimento que adquiri, refere-se a uma pessoa que tenha duas qualidades de um mesmo Orixá. Exemplo: Yemanjá Sessu com Yemanjá Sabá, etc. No seu caso, como você diz ser filha de Ossaim e Oxóssi, eles são Orixás distintos, não caracterizando, assim, um caso de ori meji.
Em relação a sensação que você disse sentir durante o transe, isso é normal. Com o passar do tempo, principalmente após a iniciação, a energia do Orixá se equilibrará e você se sentirá melhor. Mas não se preocupe com isso, aproveite esse momento do abianato para ir aprendendo quem é o seu Orixá e de que forma ele busca se comunicar com você. Isso é maravilhoso e só você poderá sentir. Desencane e seja feliz. E que bom que você disse ter encontrado uma pessoa que te transmite confiança, isso é fundamental. Espero ter te ajudado de alguma forma. Fique à vontade para retornar aqui, ok? Axé! Cátia.
Tenho 29 anos..sempre me interessou a história do espiritismo em si..livros,reportagens,histórias de pessoas conhecidas que sao espíritas,os envolvidos e desenvolvidos..até então somente teoria para mim…até que ano passado quis tira duvidas e chegar a uma conclusão…eis que me foi revelado em uma consulta através do jogo de buzios…descobri meus Orixas…e nao só que tenho caminho espiritualpara ser trilhado,estou em choque desde então,ocorreram divergências,acabei fazendo consultas dos buzios em duas mae de santos… ambas afirmarmam minha caminhada espiritual porem com divergencias entre amba,mas firam taxativas eu nasci predestinada a religião e que tenho o que fazer pois nunca cuidei desse meu lado que tudo é questão de tempo.A primeira mae me disse que sou de Yansa e Oxossi e a segunda de Oxossi com Yansa!! To confusa,com medo,ansiosa…sinto coisas que não sei explicar desde então,acho que acabarei louca ,tantas coisas comecam a fazer sentido e ao mesmo tempo nao!! Me deem uma orientação Por Favor!!! Ou se conhecem alguma boa casa de Axe aqui em Sao Vicente na baixada santista,um lado meu quer correr mas outro lado não!!
Viviane, seja bem-vinda. Olha só, primeiramente vamos entender que espiritismo nada tem a ver com o Candomblé, ok? São duas religiões distintas. Já em relação à consulta que você fez, o que eu posso te dizer é que tenha calma porque o caminho dentro da religião não deve ser assim, ou seja, você se consultar com um sacerdote e de imediato entrar para a religião sem antes passar pelo processo de conhecimento sobre a religião escolhida, nem que esse conhecimento seja mínimo. São raros os casos em que uma pessoa precisa ser iniciada de forma urgente. E me parece não ser esse o seu caso, sua necessidade, pois você já está com 29 anos e pelo seu relato tudo está bem com você, certo? Outra coisa que eu devo te dizer é que é normal nós ficarmos ansiosos e muitas vezes assustados com o que nos é dito após um jogo de búzios, porque estamos lidando de certa forma com o desconhecido. Mas, mais uma vez eu te direi: tenha calma, e cuidado onde você irá. Procure uma Casa de tradição e um sacerdote sério para jogar para você.
Infelizmente não temos como indicar uma Casa em São Vicente para você, mas se procurar alguma Casa, busque informações referentes a ela antes como, por exemplo, saber se é de tradição, a seriedade do sacerdote, o reconhecimento dele perante a comunidade religiosa, enfim, tudo que possa te deixar segura, ok? Espero ter te ajudado, Viviane. Axé, Cátia.
ola mutumba como eu faço pra faser uma pergunta para o tomege de ogum ?muito axe
Mariana, seja bem-vinda. Você pode fazer a pergunta aqui mesmo que o baba Tomeje em breve responderá. Axé, Cátia.
tomege de ogum pra mim vc e xou um ser inluminado para ajudar as pessoas eu adoro ler os seus ensinamentos eu acredito que muita gente esta conseguindo acertar sua vida espiritual atraves da sua esperiencia muito axe pra voce e todo que fasem parte dessa famllia
Mariana, que bom que você está gostando do blog. Agradecemos pelo carinho e incentivo. Esteja sempre à vontade para retornar, ok? Axé, Cátia.
Mariana, ficamos muitos felizes em poder ajudar, pensamos que Candomblé é, acima de tudo, se conhecer. Muito obrigado pelo carinho e, com certeza, essas demonstrações de reconhecimento nos dão forças para seguir em frente. Que Yemonjá lhe abençõe e Ogum lhe abra os caminhos. Axé, Tomeje.
Tomeje. Boa tarde.
Estou a procura de zeladores Como VC, preciso ajudar minha esposa e meu filho de dois aninhos, VC poderia indicar-me algum zelador Para q EU debater a situaçao de minha familia? Por favor tomeje me ajude sou de campo Grande Rio de Janeiro. Preciso ajuda-Los nao posso ficar de braços cruzados. Preciso de uma casa seria para leva-los será q vc poderia me indicar alguém de seu asé ou vc mesmo poderia me convidar para um candomblé na sua casa para q eu possa leva-los, desculpe o intrometimento tomeje mas estou ficando cansado com essa procura. Desde já agradeço.
Eduardo
Eduardo, eu já lhe respondi na sua primeira pergunta, num outro post. A minha Casa fica em São Gonçalo. Dia 30/08, às 10h, tem Olubajé na Casa do meu pai, em Pedra de Guaratiba. Enviei-lhe um e-mail com o meu contato. Por favor, veja o seu e-mail. Axé, Tomeje.
Tomeje, muito obrigado pela atenção. O blog realmente funciona como uma ferramenta positiva em prol da religião. Meus sinceros agradecimentos, mas não consegui visualizar seu e-mail será q o sr. Poderia reenviar por gentileza, ah dia 30/08 está ótimo para mim, o sr. Pode me passar o endereço ? Desculpe o incômodo.
Eduardo, ainda hoje eu vou tentar enviar o e-mail com as informações para o seu e-mail cadastrado aqui no blog. Axé, Tomeje.
boa noite pai mutumba gostaria se o senhor pode me dizer quando colocamos um agrado para um santo
cso este seja se depois de levantar onde pade ser coolocado e quanto tempo podem ser levantada este
agrado e onde colocarei terei que deixar em uma folhas de moma e se n tem poderei ussar que tipo .
ficarei muito grata se tiver se o pai poder me dar a respostas a ago e poderei oferecer em em uma
vasilha tipo prato ou tigela branca pois n tem aqui alquidar pai tomege tem que ser sempre colocado seja
para orixas ou santo em folhas de momonas seja como for ago me perdoi as perguntas e por que estou
em um lugar que me dificalta fazer e n verdade n pode estes tipo de coisa mais por nossos santo e pelo o ase
obigada e forte e enorme abrços parabens e muitos ase .
Nilza, quando os Orixás vieram para o Brasil, eles precisaram se adaptar à nova realidade, incluindo novas folhas, novos costumes e novas roupas. Nilza, eu penso que o básico da nossa religião deve ser mantido, ainda que você tenha que utilizar, por exemplo, outro tipo de feijão para fazer omolocum, o omolocum será feito e terá as mesmas características do omolocum feito no Brasil. Isso, para mim, é adaptar, sem perder de vista a tradição. Coloque a comida numa tigela ou num prato, que seja, de preferência, branco e de uso exclusivo para este fim, coloque num ambiente ventilado e iluminado e deixe por, no máximo, 24 horas. O ideal seria colocar no pé de alguma árvore, porém, como não é possível, descarte no lixo convencional. Vc não está fazendo nada de errado. Axé, Tomeje.
aqui boa tarde hoje 02 ;09 22015 premeiro mutumba a sua bença meu pai tomege
fiquei muito grata viu em
ter a suas resposta sabe nunca e tarde para a prender e ouvir de quem sabe conhece
bom pai como pai tomege sabe e u etou a anos longe ne de tudo mais estou sempre lendo e temho
as minhas duvidas por que hoje em dia mudou muito tudo ne e nem todos fazem como
a algus anos no meu tempo mais comcordo sim com o pai tomege e seja quem for de voces
muito maravilhoso ter este blg e eu fico me sentindo sempre horrada em ter todos a final n sou e nunca serei como voces que tem o dom de tantas sabedorias de nosso axe ase que eu amo viu e adimiro tantas
esplicaçao vinda de pessoas como o senhor parabens tambem ao seus
obrigada arigato olha nunca me esquecerei mais tudo que eu tenho e sou devo aos meu nossos ase
eu nunca irei me esquecer amo e sempre lestou olhando as respostas e perguntas fico encamtada
divino expledido parabens ase mutumba mucuum e tenha muitos ase arigato que pai ogum nos de sempre axe a sim como esta me dando mais uma vez pela segunda estou grata por ter a minha mainha egbomym depois de anos foi voces da familia ori quem encomtrou para mim olha depois de anos eu tinha
dez em completo quando a comheci hoje tenho cimqueita e trez e
stou dando
um trabalhao a ela quem sabe um dia cotarei tudinho esta estoria dos meus ase obrigada
ate mais pai tomege muito obrigada sempre .
tenho agradeço a
sua resposta
pai ago tenho uma pergunta que gostari fazer quando a contece de ter que dar out
ra obrigaçao depois de anos no meu caso o que foi feito pela primeira vez sera repetido as serimonias e tudo
a dijinda e o orunco continua outra pergunta ja faz anos estou longe do axe e estou preoculpada me esqueci agora mudou tudo ne sera que eu o santo volta como era ago a gente bola e raspa de novo
pai eu n vejo este dia chegar por anos eu n viro ou melhor com todo respeito o santo n responde n vira
mais sinto muito perto .olha nem imagine o tamto e quanto sinto saudades do ase fico maravilhada encantada por ser uma filha de santo de orixa amo ser di osum e obaluae omulu sim e que um dia podemos
nos reunir quem sabe ne ou sei la so sei que eu amo voces eu sou eterna iyao abrçs e a sua bença .ate mais de lembraças a todos
ass.nilza de freitas kawakami daqui do japan……………………………….abrç brsil
Nilza será um prazer se eu puder ir na sua obrigação. Se for aqui no Rio de Janeiro eu vou com certeza. Fique tranquila que tudo que foi feito na sua iniciação será respeitado sim, digina, orukú e tudo mais. Em algumas Casas é comun que se raspe as pessoas que estão entrando na Casa, mas no seu caso eu acho que não será preciso devido seu tempo de iniciada. Oxum nunca abandona sua filha Nilza, Ela estará sempre do teu lado, aqui no Brasil ou aí no Japão. Axé e me de notícias da sua obrigação, ok? Que Ogum te de bons caminhos (Onan re ô). Tomeje.
Babá Nelson olha aqui eu de novo, pai tem coisa mais chata que tendo Ifá revelado um determinado orixá mas todo mundo diz ser outro, meu exemplo: O jogo sagrado me deu Ogum e pra mim ele já é tudo, meu norte, meu baluarte só que muitos irmãos “com axé de ifá nos olhos” dizem que por que sou baixo e gordo, sou filho de Xangô! Isso muito me chateia, como se por minha fisionomia meu pai não pode ser meu pai! Sou Abiyan ainda mas sinto em mim o axé de Onirê! Outra, parece que os filhos de Ogum tem que ser suicidas, não posso temer determinada situação que dizem que não pareço filho de Ogum, não posso ter medo de altura etc, etc, etc. Que chato pai! Ogum é destemido, corajoso, pró ativo e tudo mais eu sou só um filho!
Jan, esse tipo de adivinho tem em todo lugar, as pessoas querem saber que o próprio sacerdote ou mesmo que o orixa. Acho que vc deve rever sua relação com esta Casa, sinceramente, não quero colocar dúvidas ou discórdias, sabe que não sou disso, mas “pau que nasce torno, morre torto”. Será que vc vai aturar isso o tempo todo? Pense, irmão, pense! Tomeje.
Ah babá! Eu ouço isso da minha mãe porque a zeladora dela disse que era assim, já meu babá nunca disse nada mas alguns irmãos dizem
Ah quero muito dividir isso com o senhor afinal o senhor e seus textos me trouxeram ensinamentos valiosos bem antes de realmente estar num Axé desde o candomblé wordpress! Ogum já quer nascer! Está ficando mais forte os sinais, só não bolei ainda mas o jogo indicou e sinto, sonho e assim vou conhecendo o poder de ogum!
A sua bênção babá! Ogun yé!
Ogun é vida!
só que infelizmente estou sem condições pra custear minha iniciação, desempregado e sinto que meu zelador não custearia a iniciação a não ser que o orixá determinasse, a casa precisou iniciar dois irmãos que bolaram de jeito aí não teve como planejar! Tenho plena certeza que Ogum dará caminhos e enfim viverei esse momento ímpar! Uma ótima quinta feira babá!
Jan, o fato de alguém ter bolado não significa absolutamente nada. Nada além de que a pessoa é rodante, que a pessoa manifesta orixa, só isso. Bolar não é sinal de que a pessoa tenha que ser iniciada. Mesmo que Ogun queira a iniciação do filho (vc) isso não significa que vvc tenha que se iniciar agora ou naquela Casa. Vá com calma, não deixe o seu desejo se impor ao próprio orixa meu irmão. Iniciação não tem idade certa, eu já ajudei a iniciar um senhor de 65 anos para Exú e uma senhora de 70 anos para Nanã. Vamos com calma? Asé, Tomeje
falou tudo babá, precisava disso! Muito obrigado, vou esperar! Bom dia!
Motumba Tomeji
No seu entendimento existe um Caminho de Oya Bale que se chama Afefe Iku Funã? falam que nesse caminho ela come com Esu, Ogum e Obaluae.
Cherie para mim só existe uma Oyá Igbale, não reconheço sub grupo nas Igbale. Cherie eu só conheço Oya Igbale, Icú Oyá (não é feita), Onira, Jegbé, Padá, Jimudá e Cará. Asé e vamos conversando, Tomeje. Irmão, meu nome é Tomeje com ê no final rsrsrsrsrs
Boa tarde,
Por favor, sei que pode parecer uma pergunta boba ou até absurda… Mas como posso fazer pra ouvir meu orixá? Como posso identificar isso? Alguém pode me ajudar?
Regina, seja bem vinda. Tem muita gente que fala que, literalmente, ouve/escuta o orixa. Como se se orixa falasse realmente aos ouvidos de alguém. Eu sou cético, eu duvido e eu não compreendo isso. Falo isso porque toda vez que alguém fala isso, repare, as pessoas só falam coisas a SEU favor, coisas que estes “ouvintes” querem ouvir. Portanto eu duvido disso sim. Regina a nossa religião é oracular e sempre será assim. Se pudermos falar em “ouvir” o orixa, isso se faz através do oráculo. Para mim, ouvir o orixa, é SE ouvir, é dar atenção aos sinais do seu corpo, da sua cabeça, de tudo que está ao seu redor minha irmã. Não há isso de maneiras de “ouvir” o orixa. Desculpe a dureza e talvez uma certa secura nas palavras, mas tenho visto tanta gente fantasiando a relação entre o fiel e o orixa que é preciso falar direto e claro sobre estes assuntos, espero não ter sido desagradável ou grosso, ok? Asé, Tomeje.
Ok desculpa Tomejê.
Então no caso sou de Oya Igbale.
Essa Oya come com que Orisas?
Cherie, esse negócio de “com quem meu orixa come?” é invenção do povo. Explico o meu aprendizado quanto a isso!!! Quem nos dá vida é Olodumare, certo? Se Ele definiu que para vc a melhor combinação é Oyá e Ogun, Omolu, Exú ou Oxalá. Isso é responsabilidade de Olodumare meu irmão. A minha parte como sacerdote é buscar os motivos disso, sem nunca questionar a decisão Dele. Ok? Seguindo esta lógica, para mim, de acordo com o que eu aprendi, não existem receitas de bolo. Sua Oyá é única e é apenas SUA, vc é individual, é único e isso faz sua Oya ser também, certo? Portanto, meu irmão, a comida é Dela rsrsrsrsrs Oya vai dividir ou ser acompanhada por quem Oyá quiser rsrsrsrsrs Não entre nessa de que não existem orixas que não podem ser juntós, que existem combinação pré existentes. que Oyá Igbale só pode “comer” com fulano ou ciclano. O Olhador (pai ou mãe) tem é que ter coragem para afirmar que, mesmo sendo um orixa que todos dizem que não podem comer com Oyá, se o tsl orixa afirmar que é Ele que acompanha a SUA Oyá, que seja então e ponto final meu irmão!!!! Asé e felicidade. Tomeje.
Babá Nelson não sei se isso é coisa de Ogum mas quando venho ao senhor sinto que somos amigos de longa data, um camarada. Deixo aqui meus maus sinceros agradecimentos por me auxiliar com tudo que já escreveu e respondeu nos comentários (Aprendi muito com suas respostas no “O candomblé”), aprendi muito e digo que se a geografia permitisse colocaria meu Ori sob seus cuidados. O senhor honra Ogum com seu amor e respeito a religião, sempre combatendo a falta de ética e respeito de muitos zeladores que usam nossa fé como arma para intimidar, roubar e controlar seus filhos. Adoraria apertar sua mão, você é um homem digno de ser chamado de pai, ainda bem que seu momento chegou! Tenho certeza que Ogum está orgulhoso pelo caminho que decidiu trilhar, meu motumbá babá Tomeje, empunhe o facão, ainda tem muita batalha pra se vencer, o Candomblé precisa de gente como o senhor!
Jan, muito obrigado pelas palavras, fico feliz em ajudar e orientar. Aprendi com meu Pai que “eu pertenço ao candomblé, o candomblé não me pertence”, isso significa que a minha obrigação é colaborar para que nossa religião permaneça e cresça. Minha mãe Ekedji riu muito quando li seu post para ela. Ela disse o seguinte: Ah se esssa pessoa conhecesse o Tomeje que eu conheço! Jan eu sou tão comun quanto qualquer outro rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs Asé e felicidade sempre meu irmão
Boa tarde,
Sai da casa onde frequentava, me iniciei lá mas, não deu certo… A verdade é que meu orixá ganhou um presente em espécie da minha madrinha de barracão, esse valor foi depositado na conta corrente da mãe de santo porém, nunca vi a cor desse dinheiro… Perdi a confiança… Não permiti que ela soubesse que eu havia descoberto tudo… Fui até lá e primeiramente agradeci por tudo que haviam feito por mim, pedi perdão caso tivesse feito algo de errado, tirei minhas coisas e fui embora… O fato é que de uns tempos pra cá as pessoas referem-se a mim como “demônio” pelo fato deu ter saído da casa… Isso me ofende e penso que ainda que eu tenha feito algo de errado também fizeram errado comigo… Eu não sai falando pra ninguém o que havia acontecido comigo… Mas, as pessoas que lá estão tem ódio de mim… Tenho muita consciência na incorporação e isso sempre me colocou muito em dúvida e sempre fui honesta nesta questão preferindo falar a verdade a mentir que apagava e não lembrava de nada… Hoje as pessoas que lá estão falam que eu perdi meu santo, que meu santo me abandonou e por isso eu nunca “apaguei” na incorporação.. Pode realmente ser isso? Ao sair da casa de santo perdi tudo? Benção
Suelen seja bem vinda ao blog. Infelizmente ,muita gente ainda não se deu conta que tem 02 orelhas e 01 boca, justamente pra ouvir mais que falar! Orixa não abandona um filho em situação nenhuma. A incorporação nem sempre é totalmente inconsciente, e eu acho perfeitamente normal, anormal é falar que “apaga”. Pena que muitos tem boca e falam o que querem, falam besteiras…… Se vc saiu da Casa, esqueça, não dê ouvidos a isso que falam de vc, se finja de morta, deixe que falem, que pensem ou que façam. No final o acerto e a moral vem a tona. Deixe-os falar, um dia eles cansarão de falar de vc e talvez se lembrem de procurar seus orixa para um Osé (limpeza), ou para acender uma vela, ou colocar umas flores, ou mesmo para rezar. Um dia ele vão te esquecer. Falo isso com absoluta certeza e conhecimento de causa, já passei por isso. Fiquei calado, quieto e foi a melhor coisa que fiz. Confie no seu orixa, só Nele. Asé, Tomeje
Kkkkkkk não acreditoooo!!!
Baba, qdo ficarmos velhinhos vamos escrever um livro a 4 maos: eu conto os absurdos q já vi nos hospitais e o sr conta essas histórias surreais…vai ser um best seller!!! Vamos ganhar uma fortuna!!! Rsrsrsrsrs
Boa tarde meu nome é Jussara iniciada a cinco anos não sei porque o bara do meu orixá não foi acentado.sair dessa casa depois de um ano fui pra outra a ya.fez o acentamento.dele ela disse que ele se chama bara lonan . que mesmo eu sendo filha de Oxóssi poderia ser esse mesmo .eu vi no seus que lonan e o mensageiro de Ogum. Não tenho muito conhecimento porisso estou com essa dúvida e outra depois ela jogou o corpo inteiro do animal num rio o não tirou nada de dentro .eu sempre ouvir dizer que se aproveita tudo do animal não entendi isso até hoje .já não pertenço mais a essa casa também.estou sem lugar pra cuidar do meu pai . não sei nem oque fazer mais .mutumba axé
Jussara seja bem vinda ao blog. É uma pena que vc não esteja na sua Casa de origem, mas Oxossi sabe o por que te tirou de lá. É verdade que um Bara não ligado diretamente a um determinado orixa possa se apresentar como Bara de outro Orixa, como no seu caso. Isso não é normal, mas pode sim. Anormal, para mim, é não assentar o Bara na iniciação. Mas…. em todo caso o seu Bara foi assentado é é isso que importa. É muito estranho alguém despachar o corpo do animal sem oferecer algumas partes do animal para o orixa ou Bara que foi assentado. O que vejo é que tem muita gente que abre casa e não sabe o que fazer ou como fazer ou então não tem competência ou lugar apropriado para preparar uma oferenda digna. Talvez seja o caso desta mãe de santo…
Não desanime, procure um lugar sério e honesto pra cuidar da sua espiritualidade. Se eu puder ajudar te indicando uma casa, será um prazer. Asé e felicidade, Baba Tomeje
Obrigada pelo seu carinho gostaria sim encontrar uma casa que eu pudesse cuidar dele com todo carinho e respeito porque ele mi avisou e eu não tive a sabedoria pra entender .entrei porque estava muito doente sem conhecer nada os médicos não sabia dizer o que eu tinha fique bem até um ano depois voltei a sentir tudo dinovo não tenho nenhuma obrigação paga ainda porque não consegui encontrar uma casa que ele queira ficar . mais uma vez obrigada . muito axé .
Jussara vc é onde, talvez eu possa indicar alguém sim.
Sua benção baba eu moro na freguesia em Jacarepaguá . estou muito obrigada pelo carinho que o nosso pai oxalá abençoe sempre o senhor é sua família outra pergunta baba o santo nunca mais passou na minha cabeça já tem muito tempo que eu não sinto mais a presença dele será por causas das obrigações atrasadas ?????
Jussara eu ver se o endereço da Casa de uma amiga ai em Jacarepagua e volto aqui pra te informar. Ase e felicidades. baba Tomeje
Jussara o contato é Mãe Wanda, telefone 2436 2839. Asé e felicidades, Baba Tomeje
Bom dia
Uma dúvida por favor, já sou iniciada e por problemas sai da casa onde me iniciei… Agora estou em outra e com obrigações atrasadas… Ocorre que no xire quando toca pro meu segundo santo (Xango) eu ando passando muito mal… A sensação que tenho é de que vou bolar… Isso é possivel? Pode acontecer com alguém já iniciado? Estou com medo… Axe
Barbara seja bem vinda ao blog. Que bom que temos mais uma iniciada na religião. Que pena que vc precisou sair da sua Casa. Nenhum iniciado bola depois que passa pelos Orôs de iniciação. Talvez seja só o seu segundo Orixa querendo se manifestar. Em alguns Axé, o segundo Orixa nunca se manifesta ou demora muito para isso acontecer. Mas o seu relato me deixa pensando que Xangô quer sua cabeça. Sobre as obrigações. Elas não são feitas levando em conta o tempo, mas o aprendizado da pessoa, afinal, ser mais velho é sinônimo de responsabilidade de ensinar os mais novos. Portanto a questão é de aprendizado e não de tempo. Não se preocupe com o tempo, mas com o aprendizado. Asé e felicidades. Baba Tomeje.
Tomeje gratidão pela resposta, completei 4 anos de iniciação agora em junho/2017 e sou da Nação Angola.. Não dei minhas obrigações de 1 e 3 ainda… É extremamente delicado mudar de casa… Infelizmente vemos uma grande falta de respeito mas estou firme pelo meu orixá Tomeje… Me assustei muito na última vez que cantaram pra Xango eu realmente passei muito mal.. Uma tontura muito forte e uma sensação de que poderia cair… Quando acabou eu voltei ao normal… fiquei me perguntando se seria Xango mesmo…
Não quero de forma alguma colocar pulga na sua orelha kkkkk. Mas sempre deixo uma questão para vcs de Angola pensarem. Se vcs são Bantu, se vcs cultuam Inkisse???? Por que chamam seus Deuses pelos nomes Yorubas? Sei de casos como o Tumban Junssara que tem este procedimento, mas eu sempre achei estranho isso. Mas cada casa faz de um jeito.
Desejo que vc se encontre na Casa, se acostume com o novo axé e fique feliz. O que nós pudermos pudermos ajudar, estaremos sempre aqui. Axé e felicidades. Baba Tomeje.
Qual o preço que se paga por fazer amarração? O orixa nao perdoa?
Sandra, seja bem vinda. Este assunto é polêmico e dá discussão pro mês todo. Ninguém quer viver com alguém que foi “iludido, lhe foi tirada a condição de escolha, coagido espiritualmente”. Estou falando na hipótese de eu crer que é possível alguém modificar a vontade do outro e do próprio Deus. Affinal se somos todos filhos de um Deus, e que Ele determina quando nascemos, quando morremos e outras determinações da nossa vida, por que seria diferente no amor? Deus determina até onde aquele amor faz bem a outra pessoa, não acha? Pensando assim eu creio que ninguém tem força para mudar o que Deus determina no caminho de alguém.
Orixa pode no máximo te ver como alguém que quis algo que não te pertencia mais, mesmo que por amor, vc tentou manipular o desejo do outro e o orixa não concorda com isso. Mas nunca vai chegar o ponto do orixa te punir, no máximo orixa vai mostrar a vc ou ao outra pessoa que está alguma coisa fora do lugar. Orixa, em geral perdoa, desde que o erro não repetidamente ou deliberadamente cometido. Deixe que sua vida e do outro sigam seus caminhos naturais minha irmã. Seja feliz e deixe ser feliz a quem vc ama. Que Yemonjá te abençoe e te de felicidades sempre. Asé, Baba Tomeje.
Oi Boa tarde
É um prazer conhece- lo sou amiga de sua irmã Carmem Suely
Queria muito seguir vc, se possível for me diz como.
Grande abraço
Marta Inês, seja super bem vinda ao blog. Que bom!!!! Gostei muito da novidade. Basta seguir o blog e perguntar o que vc desejar, dentro do possível nós respondemos. Fiquei realmente feliz Marta, obrigado. Baba Tomeje.
Oi boa tarde gostaria que me tirasse uma dúvida, sou filha de xangô e sempre me recuso a ter relações sexuais com o meu namorado nas quartas feiras , existe mesmo essa proibição ou só é mais um tabu
Dilza seja bem vinda ao blog. Há pouco tempo estive conversando sobre estes temas com minha mulher. Na antiga Casa dela era proibido passar fogo em baixo da vela para fazê-la colar numa superfície. Em outras Casas não se entra no banheiro com os fios de conta. Eu mesmo não aceito que meus filhos bebam bebidas alcoolicas usando fios de contas. Em outras Casas os filhos ficam 03 dias sem sexo antes das seções/toques. Na sexta feira santa não comem carne. Em outras Casas,quando menstruada,a mulher não recebe seus Orixas ou guias e não entra na cozinha. Há muito tempo atras as mulheres não eram feitas de Orixa masculino e na Umbanda elas não recebiam orixas masculinos e homens não recebiam orixas femininos. Tem Casas onde os filhos tem a obrigação de manter as velas acesas para “iluminar” seus Orixas.
Viu???? A ista é grande e ainda poderia citar mais um monte de outras coisas que são feitas nas Casas sempre na intenção de fazer o melhor para agradar o orixa ou para manter a tradição.
Eu não vejo motivo para não ter sexo às quartas feiras por que vc é de Xangô. Mas se vc não se sente confortável, ou se sente contrariando seu Orixa, não faça. Eu acredito que o Orixa não fica feliz quando seu filho está infeliz, certo??? Faça como vc aprendeu ou foi ensinada a fazer. Axé e felicidades. Baba Tomeje.
Motumba !Tomege de Ogun, Nelson , por gentilieza poderia me passar seu email? venho procurando e nao estou encontrando, muito obrigado
Mari, seja bem vinda ao blog. Em geral eu não respondo via email. ok? Mas o que eu posso te ajudar? Axe e felicidades. Baba Tomeje
bom dia Tomege de Ogum, gostaria muita de uma informacao, uma indicacao de uma casa , fui iniciada a 1 ano e nao estou mais na casa, devido muitos problemas, queria muito achar um lugar serio em que posso continuar, gostaria de uma indicacao na minha cidade ,meu nome e Aline,por gentileza poderia me reaponder no meu email?
Aline, seja bem vinda ao blog. Em geral eu não respondo via email. Me informe a sua cidade e vou ver o que posso ajudar, ok? Axe e felicidades. Baba Tomeje.