Lendas de Yemonja

 

Yemanjá joga búzios na ausência de Orunmilá

Iemanjá e Orunmilá eram casados. Orunmilá era um grande adivinho, com seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Orunmilá viajou e demorou para voltar e Iemanjá viu-se sem dinheiroem casa, Então, usando o oráculo do marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro.

No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios. ficou desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Iemanjá, preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa.

Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos, Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá, ela disse que fez aquilo para não morrer de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim-Olodumare.

Olofim reiterou que Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que permite a leitura do destino, Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá pode ler a complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia.

Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis odus, assim as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.

Notas bibliográficas

 

 

 

Olocum isola-se no fundo do oceano

Olocum vivia na água e vivia na terra, anatureza de Olocum era anfíbia, Olocum tinha vergonha de sua natureza, pois ela não era nem uma coisa nem outra.

Ela se sentia muito atraída por Orixá Ocô, mas não queria ter relações com ele, pois temia ser objeto de ridículo. Olocum, então, pediu conselho a Olofim, que lhe assegurou que Orixá Ocô era um homem sério e reservado.

Olocum criou coragem e foi viver com o orixá lavrador, mas este descobriu a particularidade que existia na natureza de Olocum e contou a todos. Todos ficaram sabendo da ambígua natureza de Olocum, a vergonha fez com que Olocum se escondesse no fundo do oceano, onde tudo é desconhecido e aonde ninguém nunca pode chegar.

Olocum nunca mais deixou o mar e agora só esse é o seu domínio, outros dizem que Olocum se transformou numa sereia, ou uma serpente marinha que habita os oceanos,mas isso ninguém jamais pôde provar.

Notas bibliográficas
Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001

Respostas de 5

  1. Lendo este post sobre Iemanjá, acabei me lembrando sobre ela ser a “dona das cabeças” e tal, de acordo com o Itan no qual ela é casada com Oxalá, que enlouquece e Iemanja o cura, recebendo de Olodumaré este dominio posteriormente. Resumidamente isto para não me extender muito.

    Pois bem, lendo isto me lembrei de uma das minhas grandes duvidas! Uma das minhas grandes duvidas sobre a religião que inclusive leio e releio de varias fontes para tentar me esclarecer, é sobre o que venha ser de fato o Ori.
    Já li que ele seria a própria alma, porém já li que não é bem assim, o que casa melhor com a forma que a religião ensina sobre o nosso nascimento, quando escolhemos um Ori moldado por Ajala para só então virmos para a Terra.

    Enfim, Ori em sua essência seria realmente a alma humana, seria uma outra divindade que nos da caminho juntamente com o Orixa ou simplesmente é nossa conciência, o nosso “Eu”?

    Não consigo enteder o que é o Ori. A cada vez que leio uma fonte diferente, as vezes me confundo mais. Não consigo visualizar de forma clara o que venha a ser esta divindade…

    Obrigado!

    1. Alex, bom dia. Aqui no blog tem um texto do Marcio de Jagun sobre este assunto. Por favor, veja no material mais antigo que vc vai encontrar um post sobre Ipori. Acho que vai te ajudar. Tomeje.

  2. Bom dia Tomeje!
    Eu achei o texto que você me indicou no site ori.net.br.
    Não consegui esclarecer as minhas duvidas totalmente, infelizmente! rs
    Como já havia dito, esse assunto me confunde bastante! rs

    Lendo no artigo o trecho que sito abaixo, me da impressão que o Ori seria realmente o nosso “Eu”, nossa personalidade.
    Mas enfim, ainda não tenho certeza se a minha interpretação foi completamente correta…

    Segue o trecho do artigo:

    “Orí Inú é a essência do psiquismo, da personalidade da alma, que deriva diretamente de Olódùmarè, Deus Supremo. O Orí Inú e nossa essência, aonde Deus Criador soprou o seu hálito (èmí), e nos criou. O Orí Inú é o ser interior e espiritual do homem e é imortal.”

    Tomeje, lendo este artigo, me surgiu uma outra duvida!
    Logo no inicio do texto, ele diz que a alma é constituida de 3 elementos… Um é o Ipori, porém os outros 2 não são citados.
    Quais são os outros 2 elementos que contituem a alma?

    Minha duvidas se multiplicarão agora! De uma, agora são duas! rsrs

    Obrigado!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *