Ogun já / Ogunja

Oxaguian, rei de Ejigbô, o Elejigbô, chamado “Orixá-Comedor-de-inhame-pilado”, inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames. Todo o povo do seu reino adotou a sua preferência. Todo o povo de Ejigbô comia inhame pilado. E tanto seu comia inhame em Ejigbô que já não se dava conta de plantá-lo. E assim, grande fome se abateu sobre o, povo de Oxalá.
Oxaguian foi consultar Esú, que o mandou fazer sacrifícios e procurar o ferreiro Ogum, que naquele tempo viva nas terras de Ijexá. O que podia fazer Ogum para que o povo de Ejigbô tivesse mais inhame? Consultou Oxaguian. Ogum pediu sacrifícios e logo deu a solução. Em sua forja, Ogum fez ferramentas de ferro.
Fez a enxada e o enxadão, a foice e a pá, fez o ancinho, o rastelo, o arado. “Leve isso para o seu povo, Elejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil. Vão colher muitos inhames, mais do que agora quando plantam com as mãos”, disse Ogum. E assim foi feito e nunca se plantou tanto inhame e nunca se colheu tanto inhame. E a fome acabou.
O povo de Ejigbô, agradecido cultuou Ogum e ofereceu a ele banquetes de inhames e cachorros, caracóis, feijão-preto regado com azeite-de-dendê e cebolas. Ogum disse a Oxaguian: “Na casa de seu Pai todos se vestem de branco, por isso também assim me visto para receber as oferendas”. E o povo o louvava e Ogum ficou feliz. E o povo cantava: “A kaja lónì fun Ògúnja mojuba” – “Hoje fazemos sacrifício de cachorros a Ogum, Ogunjá, Ogum que come cachorro, nós te saudamos”.
Oxaguian disse a Ogum: “Meu povo nunca há de se esquecer de sua dádiva. Dê-me um laço de seu abadá azul, Ogum, para eu usar com meu axó funfun, minha roupa branca. Vamos sempre nos lembrar de Ogunjá”. E, do reino de Ejigbô até as terras de Ijexá, todos

Respostas de 12

  1. Ogum é lindíssimo, senhor da provisão, senhor dos caçadores, um grande amigo, professor exigente, pai sempre presente (Na minha vida nunca faltou, até mesmo quando nem sabia que Ele era meu pai!), se tem um nome que minha boca gosta de falar é o dEsse tremendo orixá por quem sou tiete, obcecado, apaixonado!

  2. Boa noite
    Pai, motumbá

    O que o senhor pode me falar sobre Ayrá?
    gostaria de saber tudo sobre
    caso seja possível se tiver apostilas mande o valor eu quero.

    1. Antônio, seja bem vindo. Nós não vendemos apostilas e, eu em particupar, sou totalmente contra esse mercado de apostilas e aprendizagem via internet e apostilas. Meu irmão nós aqui orientamos sim, falamos de tradição e tentamos dar um bom caminho aos irmãos, mas nunca receitamos ebós, não falamos de “verdades” absolutas e nem de fundamentos. Somos descendentes de uma Casa tradicional (Asé Oxumare) e presamos muito isso. Irmão, se vc procurar na net vc vai encontrar centenas de informações sobre Ayra. Mas o que vc sabe sobre Xangô, sobre o Orixa Xangô e a energia Xangô? alguns dizem que Ayrá é qualidade de Xangô, ou que é um Orixa independente de Xangô e por vai a quantidade de informações a acerca de todos os Orixas. Por isso eu sempre pergunto se a pessoa conhece o Orixa antes de conhecer a qualidade. Além disso, o que vale mesmo é como a sua Casa Matriz faz e entende Ayra. Portanto, se v se dedicar a procurar na net vc só vai confundir sua cabeça com informações que podem, não ser úteis ou não ser verdadeiras para a sua Casa de asé. Entende? Conheça o seu Asé e sua Casa matriz, é lá que vc deve aprender tudo. Asé e felicidades, espero ter ajudado. Tomeje

  3. É sempre um prazer vir ao senhor Babá! Motumbá?!
    O que o senhor pensa sobre a tradição de algumas casas não iniciarem Esù no Ori daqueles que o jogo apontou como sendo o Olori e comumente os iniciando para Ogum? Pessoalmente acho desrespeitoso, ingrato e até mesmo anti religioso essa atitude já que na África existem Eleguns desse Orixá, e se pensarmos bem o nome Orixá já diz como deve ser tratado, ele merece e deve ser feito, ele é indispensável em tudo até mesmo no Ori dos seus filhos, acabou o tempo da lei de ferro intolerante da igreja católica, é inadmissível religiosos de matriz africana ligando nosso querido e amado Esù a figura do diabo cristão e optando por não iniciar seus filhos e quanto a isso de não ter livre arbítrio, acredito que como todos os orixás Esù também pose reger um Ori sem problemas! Agora já ansioso por suas palavras me despeço! Abraços Babá! P.S: Espero não estar abusando da sua paciência, boa vontade e do espaço!

    1. Jan, eu sou um cara de muita sorte!!!! Fui filho de uma senhora respeitadíssima, antropóloga, filha de duas lendas do candomblé, descendente do Opó Afonjá. Esta senhora me ensinou muito, muito mesmo. Hoje, depois de ter sido “saído” desta Casa, eu fui pra Casa do Pai Marcio de Jagun, e consequentemente para o Asé Oxumare. Sou um cara de sorte!!!! Certa vez eu perguntei a minha saudosa mãe sobre iniciar mulheres pra Yewá. Aprendi sobre o por do sol e sua ligação com Yewá. Aprendi sobre o nome Yewá (Mãe do bom caráter). Aprendi que isso de virgindade não tem nada fundamento algum.
      Certa vez apareceu uma mulher na minha Casa, ela é de Exú. Levei-a a minha mãe, ela jogou e me disse “é Tomeje, ela é de Exú mesmo”. Logo meu avô Obaraí iniciou um filho de Exú no seu asé. logo depois minha mãe iniciou um filho de Exú, eu estava presente e vi. Com a minha saída da Casa dela meu Pai jogou e confirmou que aquela mulher é de Exú sim. Então, vc acha que eu teria dúvidas sobre iniciá-la? Mas veja, eu citei algumas fontes seguras e tradicionais. A “tradição que v citou”, infelizmente é uma invenção meu irmão. As Casas tradicionais sempre iniciaram sim. No livro “Os Orixas” do Pierre Verger, temos a foto de uma Yawo de Exú feita na Bahia na década de 1950. Eu me guio sempre pela minha Casa matriz. É verdade que muitos confundem “despachar Exú” com mandar Exú ir embora sim. Mas isso é exatamente como assunto da virgindade de Yewá, entende? Invenção! Sobre o sincretismo. O problema é que isso rende “poder e temor” e principalmente dinheiro meu irmão. Esta é uma combinação perigosa, poder, temor e dinheiro. E quando isso está a serviço de inescrupulosos, o que vle o interesse pessoal. será que isso pode ajudar a explicar a mistura entre diabo e exú????
      Irmão, sentir-se estranho no axé é comum rsrsrsrsrsrsr Isso é ORIXA falando contigo rsrsrsrsrsrs Asé e felicidade. Tomeje.

  4. Só mais uma questão! Babá, sentir agonia no peito como se estivesse com os batimentos cardíacos acelerados, sensação estranha no estômago como quando se leva um susto e com a cabeça angustiada e o corpo quente, sensação de estar febril logo ao chegar no axé, isso é?? Me senti assim e só melhorei no xire quando o Ogum da casa desvirou. Boa noite!

  5. tá ai na casa onde estou funciona assim, quem chega lá e o jogo diz que é exu o sacerdote logo fala que é Ogum, um Ogum bravo e etc. Uma vez ouvi um Ogã dizer: “Quem já se viu raspar Exu no ori de alguém, Exu não faz no ori de ninguém!” Agora reapareceu no meu caminho uma casa que conheci através de uma filha de Ogum que encontrei na rua por três vezes (Coincidência?), a casa é bem mais tradição, recolhimento 21 dias, 3 meses de quelê, 1 ano de Ikan, raspa Exu e tem raiz algo que o senhor sempre pede que a gente saiba antes. Estou entre a cruz e a espada, tudo me diz pra ir, tentar mas tem aquela ligação emocional, o medo de magoar as pessoas mas pra mim já não é a mesma coisa no candomblé onde estou! Já pedi a Ogum caminho e estou aguardando a palavra dele! Quem sabe ele não usa o senhor? 🙂

    1. Jan, desculpe responder por aqui, mas meu acesso a área administrativa do blog está com problema. Vou ficar bem velhinho falando a mesma coisa. “O que interessa é estar perto, muito próximo do “núcleo”, ou seja da sua Casa Matriz”. Eu sempre busquei isso, talvez por sorte minha eu sempre tive esse privilégio. E é totalmente diferente quando vc bebe direto na fonte. Vejo pessoas falando que são do Asé “tal” e que não sabem pronuncia ro nome do Asé, não conhecem a historia da Casa, nunca foram na Casa Matrize nem sabem quem é o dirigente da Casa. E saem inventando moda, não respeitam aquilo que é feito na Matriz e fazem do candomblé uma bagunça. Quem diz que Exú não é feito na cabeça de ninguém nunca leu Pierre Verger, Nina Ridrigues, Valadão, Gisele Cossard, meu Pai Marcio de Jagun e outros. São pessoas que acreditam que Exú é o diabo, não conhecem a religião. Irmão, Ogun olha a diante e em frente sempre, em qualquer situação Ele anda em frente. Ao lado de Ogun veremos aquilo o quem é importante, os remorsos, as dores e os medos ficam para trás. Ajudei? Asé, Tomeje

  6. Essa casa se diz descendente do Gantois, não sei se lá se faz Exu, mas acredito que faz sim afinal é um Axé tradicional! Muito obrigado pai por essas palavras, que Ogum sempre nos leve adiante, que seu Axé nos permita vencer os obstáculos!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *