Família?

Ah Mãe de Santo, eu não vou não, esta minha irmã não gosta de mim! Fulano, eu não quero saber de ir nesta obrigação não, não vou com a cara de beltrana! Ah, hoje? Eu? No Ilé? Jamais, esta muito frio e ciclano não merece que eu ajude

“A base do candomblé é a família.”

Família. Mas afinal o que é família?
Família é a unidade básica da sociedade, formada por indivíduos com ancestrais em comum e/ou ligados por laços afetivos.

O mesmo se repete à nossa família do candomblé. Temos ancestrais em comum, temos irmandade e afetividade de sobra não é mesmo?

Houve uma época no candomblé, isso há aproximadamente 20, 25 anos atrás, em que as famílias se reuniam para ajudar o seu próximo, pegavam uma causa e abraçavam juntos, do inicio ao fim. Filhos de santo, irmãos de santo, quando um outro irmão se recolhia para tomar suas obrigações, se doavam para o mesmo, corriam pra roça, faziam seus esforços, não tinha frio, não tinha chuva, não tinha nada que impedisse nosso amor e dedicação aos Òrìsàs e ao seu próximo. Este era o real laço de irmandade, o real Asè. Sim, Asè, porque o asè é composto de história, de vivência, de amor. Hoje eu faço por você, amanhã você faz por mim, somos todos iguais perante Òrìsà. Não importa se você é uma pessoa graduada dentro da religião, se possui seu posto hierárquico ou se é um abiyan que vai passar por seu primeiro bori. Todos somos iguais. A hierarquia existe para a organização, para mostrar o respeito, não para sermos maior que ninguém.

Onde isso se perdeu? Eu não sei, mas o que vejo hoje são as pessoas dentro do candomblé olhando única e exclusivamente para os seus propósitos particulares, ou apenas para aqueles que são mais próximos.

Precisamos refletir sobre isso, somos todos um, somente entendendo este conceito de família é que podemos dizer que fazemos parte de um núcleo extenso chamado Candomblé, chamado Família de Asè. Só existe esta forma para manteremos o candomblé vivo.

Vamos fazer pelo próximo, sem olhar a quem, para que o mesmo faça por nós. Gentileza só pode gerar gentileza, então seja gentil com o seu próximo dentro de sua casa de candomblé, e então comece a provar a si mesmo, que nos temos como irmãos, desta forma, sua casa de candomblé se tornará um ambiente agradável para a inclusão familiar.

Vamos cultuar mais Òrìsàs e suas vontades, vamos cultuar e servir aos nossos ancestrais, vamos seguir as determinações que nossos Òrìsàs nos deram, nossa missão. Vamos cultuar menos pessoas! Vamos nos socializar! Vamos realmente sentir o outro, vamos nos incluir como família! Vamos ser do Candomblé!

Olorun a gbe wa o
Papo de Esteira

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Respostas de 4

  1. Boa noite baba, bênção!

    ha pouco tempo, achei essa pagina qdo estava ” garimpando “na net e passei a seguir Legal o sr. divulgar! Quando tiver dicas de livros posta também, p favor, que nóis gosta!!! Rsrsrs

    Axé

    1. Paula seja bem vinda ao blog. Ogun abençoe e te de bons caminhos.Eu indico livros sim, posso te indicar como livro de entrada aos estudos da religião, o livro Lendas dos Orixas, de Reginalso Prandi. Também tem o livro do Pai Marcio de Jagun chamado Ori, este eu acho que só está a venda no site ori.net.br. Tem um bocada de livros excelentes que posso listar aqui. Asé e vamos conversando, Tomeje.

  2. Sou a PM do outro post baba, atendendo a sugestão de usar o meu nome msm 🙂

    O Prandi eu ja li a maior parte, só nao li oco, oro e otin . E com certeza vou reler algumas varias vezes rsrsrs é mta coisa p absorver!!!! E o sr sabe como é, qdo a gente passa dos 15 anos de idade, a memoria fica ruinzinha rsrsrs e isso dificulta um pouco…estranhei nao ver a história de Onira, mas vai ver q nao procurei direito…

    Li tbm um fino do verger com capa amarela, e o bom é que foi download gratuito!!!

    Li um (q o sr falou em algum post aqui no blog, nao lembro qual) chamado awo o misterio dos orixas, q adorei.

    Assisti no youtube uma fala do pai marcio sobre o livro ori a cabeça como divindade e fiquei interessadissima. Ta na lista!

    Li um chamado o candomble bem explicado que é tipo um ‘perguntas e respostas’ q me pareceu bem feito.
    Mas li tbm mta porcaria, p ex., gente “dando receita” de como se faz assentamentos e firmezas, etc (SURREAL!!!) E como a grana anda curta achei melhor lhe pedir indicações p o sr, p nao jogar dinheiro fora 😉 qdo puder mandar mais dicas vou estar aqui com lapis a postos p anotar!

    Agadeço, de novo, sua disponibilidade e atenção!

    1. Paula, o livro Awo, de Yá Gisele é fantástico. Fui filho dela durante alguns anos. Bons anos, grande saudade. Posso te indicar livros mais complexos então, como por exemplo: Os candomblés da Bahia e Caminhos de Odu. Tem um outro que eu gosto muito, As melhores lendas africanas, este é um livro que trata das mesmas lendas do Reginado Prandi, mas tem um humor maravilhoso, acho interessante trabalhar este livro com os adolescentes. Tem também o livro de Mãe Stella, Meu tempo é agora.
      Realmente tem muita coisa esquisita no mercado e eu fico assuntado com isso, mas…… fazer o que? Nos veremos na Casa do meu Pai num toque? Asé, Tomeje.

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