A DECEPÇÃO:

Certamente todos os sacerdotes de Candomblé já se depararam com este sentimento. A decepção é a emoção mais recorrente dentre as queixas daqueles que comandam uma comunidade de Terreiro.

Não há quem não tenha relatos pessoais, ou histórias para contar dentro de uma Casa de Santo que não tenha experimentado a decepção.

Isto talvez porque o Candomblé seja uma Religião atípica, na qual os adeptos tratam os sacerdotes como “pais” e “mães”.

O convívio no Terreiro faz com que em pouco tempo crie-se um elo consistente que aproxima estranhos, de idades, cores, culturas, origens e educações distintas ao ponto de torná-los “pais” e “filhos”. E esta relação muitas vezes acaba por suprir, ou reproduzir as dinâmicas das famílias biológicas.

A relação ainda se avoluma, porque no Candomblé a ritualística implica em períodos longos de recolhimento no Terreiro, aumentando a convivência e aproximando as pessoas por dias e às vezes semanas contínuas.

Cada obrigação, seja ela iniciática ou periódica, acaba por demandar toda esta mobilização daquela comunidade em torno do “recolhido” (obrigacionado).

E esta mobilização redunda em certos sacrifícios que todos os envolvidos se dispõem a fazer em prol do outro. Isto implica em abdicar durante estes períodos de bebidas alcoólicas, sexo, festas, compromissos pessoais, do convívio de sua família biológica e do conforto de seu próprio lar para participar das obrigações dormindo dias seguidos no Terreiro.

Tudo isto indiscutivelmente propicia um sentimento coletivo de solidariedade, mas também de decepção, quando algum desses membros abandona a comunidade.

Nesse momento, por mais que a comunidade sinta, é o sacerdote que sofre o maior impacto, já que ele lidera o egbé e é ele quem cria o mais intenso laço de união com o frequentador, ou filho da Casa.

Há a quebra de um elo. E esse rompimento traz consigo a decepção e a tristeza de saber que a dedicação devotada não foi correspondida e quase sempre não foi sequer compreendida.

Pior quando esta decepção vem adicionada a falatórios e fofocas de conhecidos em comum, que revelam que aquele que deixou o Terreiro ainda saiu se queixando, ou criticando a própria Casa e o sacerdote que tanto se dedicou a ele.

Muitas vezes são anos de preparação, informação, esclarecimentos e ensinamentos diversos. Tempo em que se investiram esperanças no futuro daquele filho. Anos durante os quais este mesmo filho teve suas atitudes compreendidas, corrigidas e perdoadas pelo sacerdote. Mas diante dos menores ou dos mais inusitados motivos, ele se revolta, se enche de razões para discordar de determinadas decisões. Achando-se injustiçado e dono da verdade, simplesmente vai embora sem nem dizer um simples “obrigado”, ou ao menos despedir-se, como a decência e a boa educação recomendam a qualquer um.

Muitos destes que se sentem vítimas, incompreendidos e revoltados, no momento de dor e de necessidade, foram acolhidos pela Casa, por seus membros e sacerdotes que lhes deram amparo, roupas, comida, teto e força espiritual quando mais precisaram.

Abraçaram, beberam e festejaram junto à comunidade. Não raro, custeados pelos até então “pais”, “mães” e “irmãos” de outrora.

No momento da dor e da necessidade, proferiram juras de amor e fidelidade à Casa, gestos e homenagens de uma gratidão que parecia sincera e inabalável… Para no momento seguinte, tudo se dissipar como o vento, sem nem sabermos onde foi parar toda aquela amizade e gentileza.

A decepção acaba por ser uma terrível armadilha que fere de surpresa os sacerdotes e membros do egbe.

Por mais experientes que sejam e por mais que se digam preparados para lidar com ela, a decepção sempre age como uma lâmina gelada perfurando o peito.

Claro que algumas decepções são maiores, ou piores. Mas sempre este sentimento se revela fruto das próprias expectativas criadas (porque não dizer: fantasiadas) em torno de filhos de santo e frequentadores da Casa.

O desejo de que aquela pessoa traga alegrias, que seja amiga fiel ao zelador e à Casa, geram uma expectativa que, quando rompida pela decepção, desmorona como um castelo de areia, que diante de uma onde furtiva, se transforma rapidamente em escombros tão diferentes da beleza lúdica que tinha.

Diante da decepção, muitos e bons pais e mães de santo sofreram tanto que não tiveram mais forças para prosseguir com seu sacerdócio.

Outros revoltaram-se de tal maneira, que transformaram o amor paterno em ódio, rebaixando filhos à condição de inimigos mortais.

A decepção é dor. E dor é difícil de descrever. Só quem sente consegue entende-la em sua amplitude.

É difícil, quase impossível prevenir-se contra a decepção. Quem ama espera, sonha, se dedica. Não há como chamar alguém de filho e não criar expectativas. E também não há como ser chamado de pai e banalizar esta relação, tornando-se frio como uma pedra de gelo ambulante.

O sacerdote é como um professor, que prepara os alunos a cada ano, mas que nem sempre participará da formatura deles. O sacerdote prepara os filhos, se preparando também para não mais os ver.

Não sei se ameniza, ou consola, mas encarar os atos de dedicação aos filhos, como sendo devotados unicamente em prol dos Orixás e não em prol das pessoas, muda um pouco a configuração das coisas.  Assim se, ou quando, a decepção chegar, teremos a consciência tranquila de que o objetivo principal foi sempre atingido. Logo, se o filho decepcionar, saberemos que o Orixá foi bem servido e atendido e por isso reconhecerá sempre, na cabeça do filho ingrato, ou não, aquilo que foi feito por ele.

Mas a única atitude realmente eficaz e propedêutica contra a decepção é tentar respeitar o momento de cada um. Antes de criar sonhos e gerar expectativas acerca daquele filho, precisamos antes enxergá-lo como pessoa. Uma pessoa que não é nossa. E como pessoa livre, ele terá seu tempo para amadurecer, terá suas chances de errar e sua própria forma de fazer escolhas (certas e erradas).

É sempre bom lembrarmos que, como pessoas que somos, também já decepcionamos muita gente que nos amava e muitas que criaram expectativas diante de nós. Por inúmeras vezes fomos e somos imaturos e egoístas ao ponto de agirmos sem considerar o sentimento dos outros. Isso nos faz iguais e tão falíveis quanto aqueles que nos feriram.

Uma avaliação honesta sobre cada caso, feita ainda que silenciosamente pelos envolvidos, é sempre bem vinda. O tempo se encarrega do restante. Tempo também é Orixá.

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Márcio de Jagun

04/12/13

Respostas de 17

  1. Achei muito interessante o texto, porém há sempre algo em comum entre eles: a dor contada apenas pela visão dos pais e mães de santo, mas não mencionam as dores dos filhos que deixam as casas, sejam eles abiãs e, em sua maioria iaôs. Nestes textos, pouco se fala do outro lado da dor e da decepção daqueles que são iniciados e que ao enxergarem erros e más condutas são obrigados a deixarem seus lares. Pouco se comenta que num local onde existem pessoas e hierarquia, a figura máxima do sacerdócio é sempre um alvo para muitos sentimentos pequenos do ser humano. A competição, a inveja, a falsidade, a fofoca, a intriga ou pelo simples fato de não ir com o “santo” do fulano ou fulana. Como num grande “big brother religioso” pessoas se juntam, manipulam informações, humilham e passam a colocar pessoas em situações tão deploráveis que nada mais resta do que ir para o paredão. Não porque se quer deixar a casa, mas porque não há outra saída ou escolha quando algumas pessoas se juntam para que aquele iniciado vá embora. Há casos tão graves que faz nos pensar em como isso acontece em um meio religioso, local onde só deveria reinar o bem, a paz, a união e a fé. Morada de culto ao sagrado, dos orixás e aposto que estes lamentam profundamente essas condutas e a feiura do caráter, do espírito.
    Há de se ressaltar que se existem pais ou mães que não foram valorizados, existem filhos e filhas na mesma condição. Cito, eu mesmo como caso concreto em que não fui convidada para uma confraternização que aconteceu e no dia seguinte, ao chegar na casa de santo, tive a notícia de que houve
    a festa e tão somente me apresentaram uma pia cheia de louça para lavar. Panelões de comidas que foram feitas e apreciadas por outros filhos no dia anterior e que eu mesmo nem comi, pois não fui convidado. Os mais velhos que me apresentaram as panelas para que eu lavasse, fizeram isso na ausência da mãe de santo, que nem imagina nada do que aconteceu. Afinal, ela não estava na casa e quando chegou já estava tudo lavado. Pensei em relatar a situação, mas como havia saído do terreiro que nasci e estava buscando um outro lugar, óbvio que a culpa seria minha e alguns filhos que eu seria “o encrenqueiro da vez”. Quem tem mais credibilidade: o que tem 3 meses ou o que tem 7 ou 14 anos? O estigma que o candomblé impõe aos iniciados que deixam suas casas é muito grande, uma cruz pesada e sombria como se não tivessemos direito de escolha e livre arbítrio para seguir nossos caminhos quando as situações ou pessoas não nos deixam outra alternativa senão ir embora.
    Esse assunto é muito importante e merece ser avaliado e adotado com mais imparcialidade, independentemente do mais velho ou novo. Alguns sacerdotes não querem problemas e, ao invés de retirarem as ervas daninhas do seu quintal, pedem para que uma floresta inteira se mude. Tudo gira numa questão de conveniência e interesses.
    Sabiamente disse Baba King em uma entrevista: ” o ser humano não assume seus próprios defeitos. É mais fácil colocar a culpa em um trabalho espiritual ou em exu. Quando um homem levanta de sua mesa e pede a demissão do seu amigo de trabalho para o chefe, sua conduta já é a própria expressão do mal. O revólver sozinho não mata, quem mata é o homem”. Em Ifá encontrei alento e respostas para os meus sofrimentos de iaô e perdôo todos aqueles que me fizeram ter dias e sentimentos horríveis. Feliz daquele que ama os orixás com alma e coração limpo, puro e sincero que serão recompensados.

    1. Anônima, seja bem-vinda(o). Eu concordo com as suas palavras e imagino que casos como o seu existam em um número muito grande pelo país. Acredito que seja por esse motivo que o Babalorixá Tomeje sempre esteja aqui alertando a todos que chegam pedindo uma indicação de Casas de Axé, e a primeira coisa que ele diz é: “procure uma Casa de tradição e passe um bom tempo como abian.” Por que isso? Com certeza para evitar ao máximo que as pessoas sofram o que você sofreu. Porque passar um bom tempo como abian fará com que uma pessoa conheça o comportamento e a seriedade do sacerdote e de muitos membros da Casa e, além disso, se o próprio abian se identificará com a doutrina imposta por essa Casa. Não estou dizendo com isso que tenha sido o seu caso, mas, na maioria das vezes, é a falta de conhecimento sobre a Casa que gera esse tipo de situação.
      Agora vou falar de casos que eu já vi/ouvi acontecerem: infelizmente ocorre com muita frequência pessoas chegarem a alguma Casa pela primeira vez, se encantarem com tudo o que veem no barracão e, por impulsão, decidirem se iniciar; casos também de pessoas que não conheciam nada sobre a religião e que foram pela primeira vez numa Casa, passaram mal, e depois disso começaram a sofrer pressões do sacerdote, do tipo: se você não fizer a iniciação, morrerá; você perderá tudo o que conquistou na vida, e tantas outras palavras absurdas que, para uma pessoa leiga, geram medo, terror e pânico. E por ela acreditar que se iniciando tudo ficará bem, ela vai e se inicia. Aí, depois disso, ela pensa que está “presa” à Casa e o sacerdote pensa ser o “dono” desse(a) yaô e todos os problemas que não foram vistos por esse(a) yaô antes, porque o(a) mesmo(a) não passou pelo período do abianato, começam a aparecer. É por tudo isso que eu concordo plenamente com as palavras do Babalorixá Tomeje, e sempre que eu tenho a oportunidade de dar um conselho a alguém sobre a religião, eu digo a ela que procure uma Casa tradicional e um sacerdote sério e que, ainda assim, busque referências sobre o respeito que esse sacerdote tenha perante a comunidade religiosa. Eu acredito também que uma Casa séria jamais iniciará alguém assim, de uma hora para outra. Muito pelo contrário, o próprio sacerdote será o primeiro a pedir que uma pessoa seja abian, até por que ele também terá o interesse de conhecer o comportamento desse(a) abian para saber se ele condiz com o que a Casa espera. No mais, penso que só assim, alertando um número cada vez maior de pessoas sobre a existência de “maus sacerdotes”, conseguiremos diminuir a descrença na nossa religião por parte de quem passou por esse tipo de situação/sofrimento, porque essa descrença também acontece, e muito. Axé, Cátia.

  2. Catia,
    De fato, o tempo do abiã é muito importante e no meu caso já estava nessa andança por buscar uma casa para a feitura há muitos anos (quase 7 anos procurando, se eu não errei nas contas) até que não deu mais para esperar e fui iniciada em pouco tempo. Acho que existem casos e casos, toda regra tem a sua exceção, mas não deixo de concordar que é preciso conhecer muito bem o sacerdote e,principalmente, os filhos de santo da casa.
    Mas e se mesmo assim, o abiã depois desse tempo, se tornar iaô se decepcionar na casa que nasceu e decidir sair ? Ele deve ser preparar para um sofrimento sem igual, pois existe um estigma muito forte em cima daquele iaô que foi embora e vai em busca de um novo lugar. As pessoas começam a culpá-lo e infectam a cabeça do sacerdote com maus pensamentos sobre aquele iaô, tipo: ah se ele foi embora da casa é porque ele arruma confusão, é encrenqueiro, saiu de lá em pouco tempo, será que vai servir aqui?Melhor mandar embora que vai causar problemas… De uma hora para outra você começa a perceber que a mae de santo muda, os filhos fofocam pelos cantos e a maldade foi instalada. E aquele iaô que as pessoas mal conhecem, vai ter que deixar a casa mais uma vez.
    Zeladores não querem se responsabilizar pelos seus filhos de santo, dos erros dos mais velhos e se omitem. Como disse antes não querem problemas e cabe à você se adaptar ao errado e a maldade alheia. Será que isso que o Orixá quer? Que o iaô fique perambulando por aí? Será que um Orixá vai querer que um filho de conduta e educação familiar correta se humilhe só para ficar numa casa onde não é respeitado?
    No blog candomble wordpress no assunto “sobre as chegadas e saídas numa casa de axé” encontrei alento porque lá existem pessoas compartilhando os mesmos sofrimentos que eu tive, inclusive um caso semelhante aos das panelas…pelo visto é assim que as pessoas do santo tratam quando eles não querem alguém na casa. Lá existem também pessoas dizendo que é o sonho de todos encontrar uma casa para chamar de sua, meu lar, minha família espiritual…ninguém quer ficar pulando de galho em galho, sendo empregado na mão de gente inescrupulosa pelo fato de ter que obedecer um mais velho que, muitas vezes, nem ele mesmo tem respeito pelas pessoas.
    Decididamente amiga Cátia, minha fé está abalada e não sei se continuarei no Candomblé, pois desde que saí do ile axé onde fui feito, esta seria a primeira casa que tentei conhecer para dar continuidade (e última). No blog candomble existem pessoas que passaram por 6 ou mais casas e, definitivamente, não quero nem sonhar em fazer isso. Estou com 2 obrigações de nível atrasadas e vejo que o maior prejudicado nessa estória será sempre o iaô. Não quero mais ir em outras casas com “pires das almas nas mãos” pedindo por favor me acolha aqui, me deixe ficar, sofrendo mil e uma humilhações. “Os Orixás trazem dignidades para as pessoas” palavras estas ditas por Pierre Verger no documentário “O mensageiro de dois mundos”. Tenho certeza que meu orixá não quer isso para mim.
    Ifá diz em seus ensinamentos que nada pode lhe ser ofertado se não houver mudança de caráter, da conduta e do pensamento. O famoso iwá-pele que as pessoas do Candomblé desconhecem… a maldade e a bondade são elásticas, pois mesmo que você estique muito, elas vão acabar voltando para o mesmo ponto, ou seja, você. Tenho estudado e me interessado muito por Ifá e se um dia for permitido a minha iniciação, deixarei de vez o Candomblé e seguirei ao chamado de Orunmilá para não perder o amor aos orixás).
    Obrigada Cátia pelas palavras de conforto a este alguém que sofre e tem esperanças.

    1. Eu te entendo, Anônimo. Infelizmente, muitos rotulam uma pessoa que saiu da Casa onde ela foi iniciada sem nem saber a real história que ocasionou a saída dela. Isso é triste, muito triste. Mas, ainda assim, eu prefiro acreditar que os Orixás veem tudo isso e preparam para os seus filhos o melhor caminho. É verdade que às vezes as coisas demoram a acontecer para nós da forma que queremos ou achamos que queremos, ou não enxergamos da forma que deveríamos enxergar o que o nosso Orixá tenta nos mostrar. Acredito também que o melhor para você está por vir, meu irmão. Tente não se entristecer demasiadamente com tudo o que vem acontecendo contigo. Sofra sim, mas sofra apenas o suficiente para te fazer um ser humano mais forte. Entregue essa questão nas mãos dos seus Orixás e peça a eles para te darem equilíbrio, força e serenidade para passar por esse momento que eu sei que não é fácil. E se o seu caminho for a iniciação em Ifá, que os Orixás te encaminhem para isso. Não perca a esperança nos seus Orixás, eles te mostrarão o melhor caminho a seguir, acredite. Força e muito axé para você. Cátia.

  3. ” Acredito também que o melhor para você está por vir, meu irmão. Tente não se entristecer demasiadamente com tudo o que vem acontecendo contigo. Sofra sim, mas sofra apenas o suficiente para te fazer um ser humano mais forte.”
    Já guardei suas palavras comigo e muito obrigada!!! Você foi muito importante!! Que os orixás cubram a sua vida com muita, saúde, vida longa, prosperidade e felicidade !! Ase !!!!

    1. Axé o! Anônimo, que bom que pude te ajudar de alguma forma com as minhas palavras. Saiba que nós estaremos aqui para o que você precisar, nem que seja apenas para ouvi-lo. Mas, mesmo que virtualmente, tentaremos ajudá-lo da melhor forma possível. Desejo, de coração, que Yá Yemonjá te acalme e te dê equilíbrio hoje e sempre. Espero que você retorne aqui em breve para nos dizer que encontrou o seu caminho dentro da religiosidade e que está feliz nele. Tudo de bom para você também e muitas felicidades. Axé!

  4. E kà máà ro ni gbà òrìsà rè lodò e
    QUE NÓS JAMAIS SEJAMOS MAGOADOS POR VOCÊ
    ka máà ro nji rù ngà, òrìsà rè
    QUE VOCÊ CARREGUE A MÁGOA EM SEU RIO, ORIXÁ
    E ìyá kékeré, a ki ri dò ó ki
    MÃEZINHA / SENHORIA DO RIO (DA EXISTÊNCIA)
    Olùwa odò, e iyá kékeré
    É A MÃEZINHA, AQUELA QUE É A SENHORA DO RIO, É A MÃEZINHA
    Àwa jé omon àwa jé omon
    NÓS SOMOS FILHOS, ELA É A MÃEZINHA
    Yemonja sàgbàwí, sàgbàwí rere
    IEMANJÁ INTERCEDEU A NOSSO FAVOR
    Yemonja sàgbàwí, sàgbàwí rere
    IEMANJÁ INTERCEDEU A NOSSO FAVOR
    Ó sàgbàwí rere, Yemonja sàgbàwí rere
    INTERCEDEU PARA O NOSSO BEM!!

    Odoìyá Yemonja !!! Eruia Yemonja !! Interceda a meu favor e carregue as mágoas para o seu rio Maezinha!!
    Voltarei para dar notícias!!
    Asé querida Catia!!

  5. amo de maisfazer parte de uma grande familia e ter o maior das dadiva que temos a honra de ser do
    santo ser do candamble e divino poder trazer algo tao encatador ter e poder sentir os nossos anssestrais

    permitido por um deus que e um so olorum agradeço em ter em minha carne as obras que vem de um e muitos
    ase ase que tive e quardo comigo aprendizados que so nos emtressa segredos e maravilhas do romko
    estou e fico triste com tamtas modificasoes e desrespeitos sou antiga e vou pelo menos temtar a metade
    um dia continuar tudo do jeito que aprendi ser umildi e respeitar seja meus pai mae e irmaos serei e sou sempre uma criamça chegando no jadir da infacia ouvindo e querendo saber com os que sabem ama de verdade a grande e divina familia n emportando se somos diferentes em sermos o que somos n emporta
    carrego a marca do respeito da fe e gratidao ate o fim e tenho muito orgulho e respeito adimiraçao quem valoriza as palavras e o que um dia fez e recebeu este grande e maravilhoso ase joinha lapidada entreque em nossas maos vinda de cada orixa a mimha eu tenho e sei que nunca mais saira de mim e o que tenho dada por
    meu santo em meu ori parabems a todos que se dao a grande honra de ter e respeita n samos raspados atoa sabemos o quanto e divino ficar tres ou meno dentro do camarinho a amo meus irmaos e os que estao e
    enfrente sem dezistir amo voces pesso desculpas sei que sou leiga e um tanto estranha

    mais eu sou do ase eu agradeço ser de osum e omulu obaluae obrigada painho mainha

      1. Márcio,

        Excelente texto, parabéns por argumentar com tanta precisão e sabedoria. Que Pai Orunmilá lhe traga sempre o sol e Pai Jagun a boa saúde e Axé.

        Grande abraço,

        Àwuré!

        Fernando D’Osogiyan

        1. Fernando, muito obrigado pela visita. Sinta-se à vontade, assim como nos sentimos à vontade no seu blog O Candomblé, para trocar informações e comentários inteligentes como o de Logun. Obrigado. Axé, Tomeje.

  6. Motumbá meus irmãos aqui estou eu novamente, cheia de dúvidas, sou nova no santo e nesse blog sinto-me a vontade para tira-las!Bom gostaria de saber se existe um momento certo ou errado de um orixa rodar, por ex:Se está acontecendo rum do meu pai e eu não estou na roda meu pai tem que rodar no começo, somente nos fundamento ou pode ser que sem esperar ele rode?Outra duvida por eu ser uma yao existe uma forma correta do santo rodado se posicionar??Ou seja, de cabeça erguida, de cabeça baixa, com mãos erguidas mãos para baixo, meu santo é obrigado a responder sempre que tocar pra ele independente do lugar?Por favor ficaria grata se essas dúvidas me fossem esclarecidas!Axé

    1. Sandra, boa noite e seja bem-vinda mais uma vez. Que bom que você se sente à vontade aqui, ficamos muito felizes em saber disso. Sobre a sua dúvida, não existe regra para isso, o seu Orixá sabe o momento em que ele tem que virar, no entanto, muitas Casas doutrinam os Orixás em relação a isso. É importante ressaltar também que existe o outro lado da moeda nessa história, que é um filho de santo, especialmente quando ele é abian ou yaô, ficar virando a cada segundo, e isso não é o correto, principalmente quando se trata de yaô, pois entende-se que ao passar pela iniciação a energia do Orixá foi implantada no ori(cabeça) do filho e que a partir desse momento a energia do Orixá estará equilibrada. Com o abian, e a depender da Casa, se aceita essa questão do Orixá ficar virando com uma frequência maior numa determinada função pelo fato do abian ainda não ter o equilíbrio das energias do seu Orixá na sua cabeça/corpo.
      Quanto ao seu Orixá responder a todo toque para ele e independente do local, isso não é normal e nem aconselhável, principalmente se você estiver numa Casa estranha. É preciso ter muito cuidado com isso, e se você for a uma Casa que não seja a sua que esteja sempre acompanhada de uma pessoa de confiança.
      Já em relação ao tal “pé de dança”, não existe essa história de que o Orixá nasce sabendo dançar. Quem deve ensinar o filho são os mais velhos. É para isso que existem os toques internos nas Casas. É um misticismo grande que muitos criam em cima disso, fazendo com que os mais novos fiquem cheios de dúvidas e que, infelizmente, em muitas Casas os mais velhos não desmistificam isso. Espero ter ajudado. Axé, Cátia.

    1. Motumbá Axé, Sandra. Que bom que estamos te ajudando. Fique sempre à vontade para estar aqui conosco tirando dúvidas. Axé, Cátia.

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