A fé não se muda, se mantem viva!
O candomblé afro-brasileiro nasce da resistência dos escravos africanos retirados da sua Mãe Terra de forma obrigatória usando a violência e a brutalidade do colonizador.
Hoje em pleno século XXI não só em religiões de matrizes africanas, catolicismo, evangélicos, Testemunha de Jeová, Islamismo, Jesus Cristo dos Últimos Dias, entre outras religiões, algumas pessoas idolatram seus líderes ao invés de adorar o Criador.
Pois bem, o candomblé é uma forma de resistência, de manter viva, aqui no Brasil a memória ancestral tão forte daquele povo vindo da África, que vos torno a repetir arrancado de forma desumana de suas terras. Porém esse assunto não encerra por aqui, apenas contribui com uma pequena introdução para seguirmos com a matéria.
O que quero esclarecer que na Casa de Santo ou Ilé- Àse é um espaço sagrado onde se cultua o orixá e essas divindades são os donos daquele local, cabe aos líderes religiosos orientar seus iniciados, clientes e leigos que não são eles que dão caminho e sim a devoção ao seu próprio orixá.
Meu papel aqui não é definir o que é candomblé, pois o que vemos hoje em mídias sócias são pessoas que se julgam ser doutores do saber em diversos assuntos levando várias informações, cabe ao leitor aprofundar-se no assunto.
Ademais o candomblé é um culto ao orixá que foram guerreiros, reis, rainhas, amazonas e grandes líderes que lutaram com total vivacidade quando em terra. Logo após sua desencarnação passaram a ser cultuados e possuindo representações com elementos da natureza.
São as suas divindades que seus devotos devem ter seu culto, crença e total fé. Lembre-se que seu orixá conhece você por completo, somente ele vai saber lhe dar o acalanto, sabedoria, equilíbrio paciência, inteligência, coragem e caminho para resolver qualquer adversidade que vier pela frente. É certo que alguns Sacerdote mostrou o caminho, jogou, rezou, fez os rituais litúrgicos necessários que são muitos para nascer seu orixá, deve-se ter gratidão e respeito a esta pessoa.
Mas não altere as ordens e nem o encanto da beleza natural da religião, pois primeiramente você deve pedir, clamar, suplicar, ajoelhar e colocar a cabeça no chão a pedido de ajuda ou agradecimento ao seu orixá. Quando em terra ele pode ser novo, mas na espiritualidade ele pode muito.
Ainda hoje vivemos presos a uma cultura que lugar bom é espaço cheio, não importando a espiritualidade. Verifique, estude, pesquise o espaço religioso que você vai viver sua vida espiritual frequente e não se deixe levar pela vaidade, deslumbre, bajulação, opressão, constrangimento ou abuso de maneira que fere seus princípios. Faça valer as leis vigentes e não tenha medo de pedir ajuda.
Eliz França
12 comentários
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Bom dia, matérias muito boa tanto a da pombagira que li como essa é as outras. A do deká fiquei em choque ao ver o relato da menina falando da história dela de fazer santo porque tinha cargo. Gente as pessoas estão brincando com a vida do ser humano e principalmente com o Sagrado. Mas concordo com a pessoa que escreveu tem gente que se leve pelo mundo da vaidade e bajulação aí eles aproveitam em todos os sentidos. Quando sofremos algum tipo de agressão seja moral, física, assédio qual número ligar? Existe algum órgão que só trate desses casos de denuncia sobre abuso religioso. Outra coisa eu sou contra em plena pandemia líderes religiosos abrir seus templos seja de qualquer religião. Tem que rezar em casa. Ou no máximo ir no horário que não tenha muitas pessoas , porque tem certas pessoas de alguns grupos religiosos que se negam a vacinar. Eu gostei do que a pessoa escreveu seu orixá conhece você melhor do que ninguém, infelizmente não é isso que alguns pais de santos, pastores, apóstolos, bispos, padres , agora são tantos nomes… Mas não é isso que importa o que importa é que o discurso de alguns são os mesmos de terror psicológico. É o que escuto muito como psicóloga.
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Andressa, aqui no RJ existe a DECRADI delegacia especializada em assuntos de intolerâncias. Eu vou publicar alguns telefones úteis, obrigado.
Todas as Casas Matrizes(templos religiosos que deram origem a diversas outras Casas religiosas) foram unânimes em afirmar que suas Casas descendentes não deveriam realizar cerimônias abertas ao público, havendo necessidade de alguma reunião presencial essa deveria ser realizada cumprindo os protocolos rigidamente. Muitas Casas religiosas adotaram reuniões virtuais.
Existem grupos religiosos que obrigam as mulheres não cortar o cabelo, usar longas e caminhar sempre atrás do marido.
Outras tradições religiosas não aceitam a transfusão de sangue.
Outras asseguraram uma data para o final do mundo.
E por aí vai….. tomar vacina não é opcional, mas o poder de convencimento de certos maus líderes pode influenciar sim.
Eu sempre digo que se algum dia meu sacerdote disser que eu estou equivocado em qualquer aspecto da minha vida sacerdotal, eu vou baixar a cabeça e rever minha postura. Não sou santinho kkkjkkk, mas sou obediente a tudo que Aprendi com minha religião. Sendo assim Eu devo respeito à minha família de Axé e ao meu mais velho. Se eu quisesse fazer as coisas do meu jeito eu não teria uma família de Axé, simples, né? Tenho certeza que a Dra pensa assim em sua vida profissional. Não é? Temos que prestar contas.
Esses que fazem diferente, podem enganar a poucos por pouco tempo, e não podem enganar a todos todo tempo.
Axé e felicidades sempre. Babá Tomeje.
Boa tarde, percebo que hoje que hoje em dia na fé alheia do que na própria fé, aí alguns líderes religiosos com má intenção se aproveita da fragilidade da pessoa. Gostei da matéria bem esclarecedora.
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Márcia, nossa família de axé tem uma tradição de manter um caminho de religiosidade pautada no que tradição nos aponta como correto, ao menos para a nossa família. Nossa Casa matriz é muito atuante no combate à todo tipo de vulgarização da religião. Meu sacerdote, babá Márcio de jagum, um estudioso, professor e escritor, é há muito tempo uma liderança na defesa dos direitos da nossa religião além de desenvolver um brilhante trabalho de discussão da religiosidade afro.
Não. Não estou puxando a brasa para nossa sardinha kkkkkk. Mas queremos discutir a religião num patamar elevado e com isso apresentar aos fiéis a possibilidade de buscar um caminho mais seguro ao ingressarem nessa Cultura tão rica e apaixonante.
Mas o blog tem sim uma função importante de esclarecimento de pontos importantes para apontar certas práticas estão em desacordo com a finalidade, fé, tradição e funcionamento daquilo que nos é mais caro, a nossa crença.
Acho que falei muito kkkjkkk
Axé e felicidades sempre.
Olá! Gostei bastante do título do enunciado do texto! Ao ler lembrei dos comentários e respostas. O professor, ator, palhaço , históriador e teólogo pastor Henrique Vieira onde seus pensamentos já não batiam mais com a igreja em que praticamente viveu todo tempo foi um dos fundadores da igreja Batista do Caminho, fala que a teologia é o estudo de nossa narrativa sobre Deus. , Que o amor a diversidade vem de Deus, ele é bem diferentes desses pastores vale a pena ver um culto dele pelo YouTube. Quanto os babá Márcio de Jagun tem uma amiga minha que falou muito bem desse professor ela fez vários cursos na UERJ o nome dela é Carolina professora de geografia. Disse que ele é uma pessoa muito íntegra, ética, inteligente. Falou muito bem desse professor.
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Marconi, na postagem anterior eu me referi a você com “seja bem vinda ao blog” desculpe.
Seja bem vindo ao blog.
O candomblé sobrevive até hoje porque não quer impor uma verdade única e absoluta – frase que teria sido dita por Pierre Verger.
O pai Márcio de jagum sempre diz que Nós pertencemos ao candomblé, o candomblé não nos pertence. São pensamentos que revelam uma sabedoria muito grande e uma disposição enorme para o diálogo com todos e todas as tradições religiosas.
Infelizmente são poucos os líderes religiosos dispostos a trocar com as demais tradições religiosas e em especial as de Matriz africana. Por isso é tão importante a criação de mecanismos que promovam esse intercâmbio e desmistificações de temas como esse.
Axé e felicidades sempre.
É verdade! tem que ter matérias que levem o público a levarem a um pensamento ideológico. Parabéns pelos conteúdos do blog. Viva uma sociedade de cabeças pensantes!
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Marconi, de acordo com a nossa religião, o diálogo é muito importante, não apenas para educar, mas para manter a cultura viva. Religião é apenas um dos tantos traços da nossa cultura e identidade. Vamos conversar muito. Axé e felicidades sempre.
Gostei muito do conteúdo da matéria. É nessas horas que pararmos para refletir que as vezes nós mesmos despertamos sentimentos ruins na gente e nós outros. Quando frequentamos nossos templos religiosos e não vamos de coração limpo ou as vezes vamos de coração limpo, mas depois nos perdemos no meio do caminho tudo pelo uma disputa de poder. Gostei muito do que o colega falou no comentário dele.
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Bruna. Antigamente existia o costume de deixarmos, na Casa de Exú do portão, nossos calçados. Era uma forma de pedir proteção a Exú, de mostrarmos humildade pisando na terra descalços, vestiamos o branco e nos comportávamos de acordo. Infelizmente o que se vê hoje é um desfile de egos. Mas nós devemos manter nosso caminho e ir pra nossas Casas pelo Orixá e não pelas vaidades. Axé e felicidades sempre.
Olá boa noite
Queria saber se o Sr. Tem conhecimento da palavra Durodê
Me falaram que é yoruba
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Rafael, seja bem vindo ao blog. Já ouvi esse termo em cantigas de Ogiyan, um trecho que me lembro agora diz ” Babá durode…..” Mas estou sem os meus livros de consulta. Na quarta feira eu estarei em casa e vou ver isso.
Mas, como eu falei, não é uma palavra, é um termo formado por duas ou mais palavras, como uma frase. Isso é bem comum n língua Yorubá. Por isso tem que ser analisado com calma.
Por favor. Me lembre na próxima quarta-feira.
Axé e felicidades sempre. Babá Tomeje.