AS OFERENDAS E O CUIDADO COM A NATUREZA

“Quando for à natureza, realizar qualquer tipo de oferenda, ao invés de utilizar alguidares, plásticos, porcelanas, terrinas de louça e outros matérias de difícil integração com o meio ambiente, utilize morim, Folhas de Mamona ou Folhas de Embaúba.

As oferedas líquidas podem ser colocados em pequenas cabaças, ao invés de garrafas ou copos de vidro e plástico. São elementos que se decompõem de forma muito rápida, não trazendo dano algum à natureza, muito pelo contrário. Além disso, não causam riscos às pessoas, como os pedaços de vidros e louças que podem causar ferimentos.

Uma vela pode causar incêndio, por isso, é essencial que a utilização de velas seja restrita ao espaço físico dos Terreiros e com muito cuidado, lembrando que o Orixá/Nkisi/Vodun não precisa de luz, ele é a própria luz.

Nós somos os verdadeiros guardiões da natureza, por isso, devemos pensar e agir como tal.

Faça a sua parte, conscientize os seus filhos, netos e amigos da religião, para que protejam a nossa natureza.

Se você for à mata, rio, praia ou cachoeiras e deparar-se com materiais que degradam os nossos espaços sagrados, retire-os, jogando-os no lixo.”

Texto: Toluaye José Antônio

Respostas de 15

  1. Bom dia
    Concordo com o Sr, faço muitos questionamentos e várias vezes, ouço que pergunto muito. Aí resolvi ficar com as dúvidas. E com isso, a religião se torna difícil. Como que vou realizar algum tipo de ritual se não posso saber o pq e paraqual finalidade . As pessoas estão muito egoístas e não gostam de explicar às pessoas. Pq o cliente tem que confiar naquele dirigente. Para tudo dar certo. Até hoje não encontrei alguém que pudesse me orientar e me ajudar. Um grande abraço.

    1. Simone seja bem vinda ao blog. A dinâmica do candomblé é complexa, as hierarquias são diferentes, as formas de aprendizado são muito diferentes das que utilizamos convencionalmente. Mas o principal é que a organização do candomblé é baseada na família tradicional africana (Yoruba), isso faz toda a diferença. Aprender candomblé não uma questão de perguntas, mas de observação. Não tema nada haver com egoísmo ou capricho, mas com o tempo adequado e o preparo adequado da pessoa que vai receber a informação. Concordo que hoje tenha muita gente sonegando a informação por vaidade ou desejo de manter as pessoas sob sua tutela e assim tirar partido desta dependência. Agora, neste momento, te conselho a ler aqui no blog o texto “longo caminho do aprendizado” e depois visitar o blog ocandomble.wordpress e ler os textos da Dayane, são fantásticos. Faça isso com calma e depois vamos voltar conversar. Ok????? Asé e felicidades, Baba Tomeje

      1. Tomeje, permita eu fazer um adendo.

        No seu texto “longo caminho do aprendizado” você diz:

        “Muitos querem saber hoje o que só poderão saber amanhã, eles buscam de Casa em Casa, vão a todas, mas não se fixam em nenhuma e como costumamos falar eles “catam” a informação desejada, mas o aprendizado fica prejudicado, no Candomblé o que vale é o modo como se faz ou se fez na sua Casa na sua raiz e no seu Axé, foi assim que fomos ensinados. Informação extra Casa deve ser comedida e de fonte segura.”

        Eu participei de uma casa por um ano e pouco. Tudo o que eu aprendi foi só olhando. Em verdade, já aprendi olhando um inseto andando na natureza. Ou seja, podemos aprender em qualquer lugar e em qualquer hora. Basta querermos e estarmos atentos. De qualquer forma, este um ano e pouco foi de grande valia para mim. Entretanto comecei a conversar com os mais velhos e percebia que eu possuía mais conhecimento que os mesmos(em alguns pontos) e isso me deixou preocupado, haja vista que uma pessoa de fora do candomblé sabia de mais coisas do que iniciados.

        Fui para outra casa e em um dia aprendi mais do que no ano em que estava no outro terreiro. Observe que eu sou uma pessoa muito questionadora e nesta segunda casa, quando eu perguntava algo que estava alem do meu direito de saber eles me diziam que ainda não era a hora de eu saber destes assuntos. Já cheguei a fazer perguntas em que as pessoas desconfiavam que eu era feito porque não era para eu saber. Enfim. Compreendo o que diz e como a forma de aprender do candomblé é. Mas queria ilustrar com um exemplo.

        Certa vez vi o responsável pelo terreiro conversando com os seus filhos sobre os orixás. Tinha um local vazio. Eu perguntei se poderia sentar para ouvir. Ele autorizou. Eu fiquei mais de uma hora sem dar uma palavra. Só escutando. Isso foi maravilhoso. Ele estava alegre ao explicar para os mais novos. E eu estava alegre porque vi alguém querendo ensinar.

        Questiono-me também Tomeje, sobre a influência dos orixás no desejo do saber. No fundo vejo a fome pelo conhecimento apenas como o desejo de saber o que outrora era conhecido.

        Um grande abraço.

        PS: A festa, que você falou em agosto, é do patrono da casa não é?

        1. RCG. Uma das questões mais complexas no candomblé é identificar a fonte do conhecimento. Logo abaixo eu citei na resposta para a nossa leitora Ialy um livro da saudosa Yalorixa Gisele Omindarewá e o Opo Afonjá. Isso faz uma diferença enorme no aprendizado que é passado ao filho por que são fontes seguras. Como vc mesmo citou, numa das Casas vc sabia mais que os mais velhos, e isso denota que era Casa onde a informação não circulava ou era sonegada ou não existia mesmo, e isso eu garanto, é falta de um berço religioso tradicional e seguro.
          Já vi também Casas onde o que se ensinava era apenas invenções e mais invenções. A tradição foi abandonada e o prejuízo é enorme para todos.
          Ontem eu fui procurar meu Sacerdote pra discutir uma questão específica de uma das Abians que vai iniciada aqui em Casa em breve. A resposta do meu Sacerdote foi “Vou ver isso com a Casa maatriz, Axe Oxumare Salvador”. Isso me deixou tranquilo e seguro, a informação vai vir direto da fonte, sem invenções, sem ruídos e sem mudanças. É disso que falamos no texto, a hora de aprender, como aprender e a fonte do aprendizado devem sere seguras, sempre.
          Quanto a festa do Axé Oxumare. Sim, é a festa do Patrono da nossa Casa, Oxumare. Nos vemos lá????? Asé e felicidades e vida longa. Baba Tomeje.

          1. Se Deus quiser sim!

            O problema vai ser a volta, porque não temos carro e vamos de ônibus.Provavelmente vamos ter que nos programar para voltar de Uber/Taxi.

            O outro problema são as roupas adequadas para ir a festa. Calça jeans só tenho uma cinza e outra preta. Camisas em sua maioria são de cores escuras. Branco possuo a roupa de ração e bermudas/camisetas. Mas convenhamos que não são adequadas para a ocasião.

            O senhor tem alguma sugestão? Tanto de roupa quanto de comportamento? Devo falar com alguém? Me apresentar a alguém?

            O que sugere para que uma mulher vá vestida?

          2. RCG o ideal é que a mulher vá de vestido abaixo do joelho e de cor bem clara. Não há necessidade de se apresentar a alguém, vá e assista a beleza da festa, deixe envolver pela atmosfera daquele lugar mágico. Não há regras pre estabelecidas, seja feliz, esta é a etiqueta kkkkk.

  2. O senhor não sabe de nada. Vou ter um concurso na manhã posterior ao dia da festa. Mulher e mãe disseram que não é para eu ir. Por causa do concurso. Mas eu decidi que vou.

    Só não posso bolar lá e ficar recolhido! KKKKKKKKKK

    1. Tomeje bom dia,

      Sei que esta muito ocupado, mas vou deixar aqui o meu recado. Não sei se é interessante ir para uma festa desta magnitude e ficar olhando para o relógio a todo momento por haver compromisso no dia seguinte.

      O meu desejo é de ir. Mas algo me diz que não vai dar certo, seja pela possibilidade de bolar, seja por não aproveitar a festa(ficar preocupado), ou ainda, por dormir pouco e prejudicar no concurso. Mas eu não queria perder a oportunidade de dar um abraço no meu amigo. O senhor vai estar lá no domingo? Queria te dar o meu abraço, pós concurso.

      Sabe Tomeje, dizem que a natureza não da saltos e que tudo vem no seu tempo. Não sei se é uma postura sábia minha querer ir a todo custo. Compreende?

      Um abraço.

      1. RCG, devido ao recolhimento das minhas filhas eu acabei não tendo condições de comprar passagem para salvador. Sinto muito. Estou super triste com isso. Vou deixar para outra oportunidade. Não estarei lá este ano. Nem quero falar mais sobre isso……. tristeza.

        1. RCG o candomblé funciona mais ou menos assim: Se vc é abian leva bronca por que não sabe nada. quando se torna yawo leva bronca por que quer saber alguma coisa. Quando se torna Oloyê, leva bronca por que deveria saber mais coisas e quando se torna sacerdote leva bronca por que deveria saber tudo. Então partindo deste princípio eu tenho que ter algum divertimento, né? kkkkkkkkkkkkk

          1. Oxente!

            Mas eu estou fora do candomblé e estou levando bronca porque não sou abian! O que faço? 😀

            Aproveitando, o senhor poderia me falar sua “árvore religiosa”. O senhor já passou por algumas casas correto? Foi iniciado no oxumare por quem?

            Sabe tomeje. Já deixei isso claro uma vez, mas vou reiterar. Apesar de não ter te conhecido pessoalmente já nos falamos a algum tempo. E neste tempo que conheço o senhor, posso afirmar que teria confiança em ser abian em sua casa. E minha tristeza é a distância.

            Um grande Abraço.

          2. RCG, antes da conversa principal eu quero deixar claro pra todos que nos leem que eu estou brincando quando falei de rir sobre alguém (vc bolar). Digo isso por que estive refletindo sobre sobre minha fala e percebi que poderia dar margem de entendimentos equivocados. Sou totalmente contra ridicularizar os outros. Tenho visto ao longo dos anos que o candomblé tem, sim, esse costume de rir dos erros ou as experiências dos outros e, ao invés de tentar ajudar, corrigir, ensinar, a maioria fica só no risinho e falatório besta e sem a menor intenção de renovar e colaborar para uma religião muito melhor. Por tanto, não me entendam errado, foi apenas uma brincadeira.
            Eu fui iniciado há 30 anos atras numa casa nem um pouco tradicional, mas de origem Opo Afonjá. Já havia perdido muito do conceito de religião tradicional e já misturava muitas vertentes. Minha iniciadora me abandonou ainda de quele para ir viver sua vida com outra mulher, etc, etc. Dei minhas obrigações sem estar efetivamente ligado a uma casa devido o trauma que ela me causou, mas me mantive numa descendência do Opo Afonjá. Esqueci de falar que a minha caminhada começou na umbanda, onde fiquei 10 anos na mesma casa de origem Tujupiara (Casa tradicional de umbanda aqui no Rio). Após minhas obrigações eu fui para a Casa da saudosa Yá Gisele Omindarewa, onde dei minhas últimas obrigações e onde fui apontado Balogun de Yemonjá. Lá aprendi muito e fui incentivado a escrever e buscar o aprofundamento na minha raiz, Opo Afonja/Opo Aganjú. Devido a uma certa “disputa” pela sucessão da Casa eu fui retirado da Casa pela sucessora. Neste momento eu já estava erguendo minha Casa, por este motivo ela é exatamente igual a Casa de minha mãe Gisele. Mas devido a minha saída do Asé eu preferi buscar outra raiz para não me tornar de certa forma “parente” da minha mãe ao invés de continuar, como ainda me sinto, seu filho. Por este motivo eu escolhi meu Pai Marcio de Jagun, filho do nosso amado Baba PC do Asé Oxumare Salvador, Estou com meu Pai há alguns anos e estou extremamente feliz e bem cuidado. Foi uma escolha dura e difícil, são raizes diferentes entre si e foi difícil aprender tudo de novo. Mas foi e é gratificante ter como Pai um homem como é o meu.
            Obrigado pelo carinho, mas te garanto que se vc for no Oxumare, e conhecer as pessoas de lá, vc vai se apaixonar também. Asé e felicidade.

  3. Fica tranquilo meu amigo Tomeje. De mim o senhor pode rir. Melhor, vamos rir juntos. Não sabe como é bom rir de si mesmo. Esta rizada as vezes acontece por uma percepção mais apurada que acaba de surgir.

    Por isso eu lhe digo, se bolar fosse trazer todos a gargalhada, eu bolaria cem vezes! KKKKKKKKKKKKK

    Obrigado por compartilhar sua vida conosco.

    Um grande abraço apertado.

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