Material oficial do site da Casa de Oxumarê.
No Candomblé Èṣù é cultuado como o dono dos caminhos, o procriador, o realizador, o revolucionário, o interlocutor das divindades, o dono do mercado, o portador das oferendas aos deuses.
Èṣù é a figura mais importante da cultura iorubá. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Èṣù fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.
Èṣù é o dono do mercado, o seu guardião, por isso todo o comerciante e aqueles que lidam com venda devem agradar a Èṣù. As vendedoras de acarajé, por exemplo, oferecem sempre o primeiro bolinho a Exu, atirando-o à rua, não só para vender bem, mas também par afastar as perturbações, evitar assaltos etc., ou seja, para que Èṣù seja de facto um guardião e proteja o seu negócio.
Èṣù não tem amigos nem inimigos. Exu protege sempre aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores.
Èṣù é a figura mais controversa do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.
Èṣù não é bom e nem mau: é a própria ambiguidade humana. Compreender isso nos liberta, pois passamos a entender que a culpa por nossos tropeços muitas vezes resulta de nossas próprias ações e não de entes malignos.
Baba Pese
Casa de Oxumarê.
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