As religiões africanas zelam pela coletividade de sua comunidade, de sua nação, diferente da salvação ocidental, a qual o indivíduo busca sua iluminação sozinho. É importante ressaltar que para o africano uma atitude errada de um membro de sua comunidade pode trazer consequência a todos, afetando por completo a coletividade.
O Órísá é um ancestral que cometeu um grande feito histórico impactando a vida de inúmeras comunidades, não apenas a dos seus laços familiares, enquanto vivia no Ilé Aiyê como ser humano. Com os seus feitos reconhecidos e admirados pela humanidade ao morrer recebeu o título de Órísá, não tendo mais que encarnar no Ilé Aiyê e sua energia pode ser sentida e vivida pelos seus adeptos da fé.
Um Ilé Asé, caros leitores é estruturado com estudo, aprendizado, dedicação, humildade, respeito e, principalmente, conduta ritual. Mas infelizmente em alguns casos, até mesmo por falta de controle e fiscalização por parte do Sacerdote e decorrente da não organização dos adeptos, existem alguns templos de Candomblés que são verdadeiros comércios. Os motivos não passam pelo fato de cobrarem algum benefício financeiro para manutenção e sustento Ilé Asé, mas pelo exagero dos valores pedidos, aproveitando-se do medo, da inocência e da falta de informação de algumas pessoas, e algumas vezes instituindo total libertinagem por conveniência de seus Sacerdotes e comunidades. Em vez de ajudarem, acabam causando um mal maior e, infelizmente, os adeptos são abrigados a conviver com situações que denigrem totalmente a imagem da nação candomblecista.
Eliz França