O povo de asè!

O Povo de Asé!
A visão de mundo do povo de santo é integrativa, humanista, polivalente e constitui uma unidade dos elementos, e não uma fragmentação dos mesmos. Num mundo onde o artifício domina o natural, como é o caso do mundo organizacional, onde as pessoas e os saberes são fragmentados, onde os interesses individuais subjugam os interesses coletivos, o culto comunitário do Candomblé representa uma alternativa viável, uma volta à origem humana e seu contato com a natureza

As religiões africanas zelam pela coletividade de sua comunidade, de sua nação, diferente da salvação ocidental, a qual o indivíduo busca sua iluminação sozinho. É importante ressaltar que para o africano uma atitude errada de um membro de sua comunidade pode trazer consequência a todos, afetando por completo a coletividade.

O Órísá é um ancestral que cometeu um grande feito histórico impactando a vida de inúmeras comunidades, não apenas a dos seus laços familiares, enquanto vivia no Ilé Aiyê como ser humano. Com os seus feitos reconhecidos e admirados pela humanidade ao morrer recebeu o título de Órísá, não tendo mais que encarnar no Ilé Aiyê e sua energia pode ser sentida e vivida pelos seus adeptos da fé.

Um Ilé Asé, caros leitores é estruturado com estudo, aprendizado, dedicação, humildade, respeito e, principalmente, conduta ritual. Mas infelizmente em alguns casos, até mesmo por falta de controle e fiscalização por parte do Sacerdote e decorrente da não organização dos adeptos, existem alguns templos de Candomblés que são verdadeiros comércios. Os motivos não passam pelo fato de cobrarem algum benefício financeiro para manutenção e sustento Ilé Asé, mas pelo exagero dos valores pedidos, aproveitando-se do medo, da inocência e da falta de informação de algumas pessoas, e algumas vezes instituindo total libertinagem por conveniência de seus Sacerdotes e comunidades. Em vez de ajudarem, acabam causando um mal maior e, infelizmente, os adeptos são abrigados a conviver com situações que denigrem totalmente a imagem da nação candomblecista.

Eliz França

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