Quem é de Candomblé tem que ter origem sim! Orgulhem-se de ter origem.
“Não sei de onde saiu esta pérola, mas certamente é um dos enganos mais esdrúxulos que se pode ouvir. Essa conversa de que “Cada Casa é uma Casa” e “Cada Axé é um Axé”, fere um dos princípios mais elementares do Candomblé que é a “descendência Ancestral”.
Esse tipo de concepção é o que pode permitir o surgimento de situações inusitadas, como o surgimento de sacerdotes que ninguém sabe onde foi feito, de ritos inexistentes em Casas de referência e tantas e tantas deformações que encontramos por aí.
Quem é de Candomblé, tem que ter origem sim! Tem que ter certidão de nascimento, RG e CPF. É claro que a “administração” de cada Casa observa princípios próprios. Mas, a questão religiosa, não pode diferenciar tanto assim, das Casas de origem. Caso contrário, abriremos mão de princípios elementares e aí, vira o “salve-se quem puder”.”
Tomeje
Axé à todos. Sou o Tomeje. Iniciado em 27 de outubro de 1987 para o Orixa Ogun. Desde que conheci a religião dos Orixás eu sempre me preocupei em apreender qual a função da religião e da religiosidade na vida das pessoas. Eu quero entender como isso funciona. Como a religião e a religiosidade formam a fé de alguém. São muito anos de perguntas, muitos questionamentos pessoais e poucas respostas e creio que seguirei assim, aprendendo sempre.
Agora, graças a essa nova tecnologia, tenho uma oportunidade de interagir e trocar experiencias e vivencias dentro da religião e assim aprender uns com os outros. Eu mais que vcs, com certeza, aprendo a cada pergunta.
Eu tento compreender a nossa religião pensando sempre numa comunidade que se ajuda mutuamente. E não é diferente neste meio de comunicação, que assim como os livros, discos, cadernos, fitas, dvd's e outras ferramentas de divulgação de conhecimentos, este blog é somente mais uma forma de comunicação.
Porém este nova possibilidade não deve ser pressuposto para descuidarmos do aprendizado com nossos mais velhos nas roças, no seu dia a dia. Ainda que por vezes seja difícil, eu aprendi que é na roça que se vive a realidade da religião.
Meu trabalho aqui é muito mais do que só falar e responder questionamentos a cerca da religiosidade. Meu objetivo é promover a discussão de assuntos que nos afetam direta ou inderetamente, é lembra-los que somos parte do TODO, que somos uma só comunidade e que o indivíduo, apesar de dos seus anseios pessoais, está inserido numa família de axé e, neste contexto, quanto mais se pensa coletivamente, mais o individuo se fortalece.
Candomblé só se faz no coletivo.
Sejam todos muito bem vindo a este projeto e que nossos queridos Orixas nos encaminhem sempre no melhor destino. Axé, Tomeje.
3 comentários
Boa noite, Tomeje. Poucas palavras, porém, valiosíssimas. Aprender com os mais velhos, sem dúvida, é incomparável. Obrigada por nos guiar, mesmo que à distância, a encontrarmos o caminho mais acertado dentro dos ideais de cada um.
E quanto ao texto, o que eu tenho percebido é que muitos têm estado “sacerdotes”, mas que não o são verdadeiramente. Que saibamos separar o “joio do trigo” para que a religião não seja ainda mais deturpada. Axé!
Autor
MSC… agora MCS..Da para escolher um nome só? Pelo amor de Ogum?????? rsrsrsrsrs.
Te desejo Omi tutu, Ona tutu, Péle tutu. (água fresca, caminho fresco e calma/frescor). Fique tranquila, vc ainda vai ouvir essas palavras ou alguma recitação bem parecida. Axé, Tomeje.
Rsrsrs. Perdão, Tomeje, não confundirei mais. Isso foi erro de digitação. Rsrsrsrs.
Obrigada pelas palavras, e axé!!!!