As novas realidades no candomblé.
Bom dia. Nao deve ser estranho a cada um de vocês a observação de que o candomblé vem se modificando ao longo dos anos e décadas. Creio que até os anos 50 os homens não eram iniciados adoxu, mais tarde foram aceitos adoxu. Pouco depois puderam ser iniciados para orixas femininos e no decorrer do tempo assumiram função sacerdotal e participaram da roda. Essas sao mudanças bastante significativas para nossa religião e para os costumes da época.
Hoje temos novas situações que precisam ser debatidas e sabemos que a resposta de uma Casa não será a mesma que muitas outras e que algumas nem mesmo debaterão alguns temas. Isso é normal e compreensível. Mas as demandas estão presentes na sociedade e o candomblé está inserido na sociedade.
Agora, depois dessa longa introdução. Eu me pergunto e devolvo a vocês está questão. Como o candomblé pode contribuir pra harmonizar os anseios, direitos e liberdades individuais de cada um cpm relação a sua orientação sexual ou identidade de gênero? Sem, no entanto descaracterizar a religião.
Tomeje, 03/09/2020.
Tomeje
Axé à todos. Sou o Tomeje. Iniciado em 27 de outubro de 1987 para o Orixa Ogun. Desde que conheci a religião dos Orixás eu sempre me preocupei em apreender qual a função da religião e da religiosidade na vida das pessoas. Eu quero entender como isso funciona. Como a religião e a religiosidade formam a fé de alguém. São muito anos de perguntas, muitos questionamentos pessoais e poucas respostas e creio que seguirei assim, aprendendo sempre.
Agora, graças a essa nova tecnologia, tenho uma oportunidade de interagir e trocar experiencias e vivencias dentro da religião e assim aprender uns com os outros. Eu mais que vcs, com certeza, aprendo a cada pergunta.
Eu tento compreender a nossa religião pensando sempre numa comunidade que se ajuda mutuamente. E não é diferente neste meio de comunicação, que assim como os livros, discos, cadernos, fitas, dvd's e outras ferramentas de divulgação de conhecimentos, este blog é somente mais uma forma de comunicação.
Porém este nova possibilidade não deve ser pressuposto para descuidarmos do aprendizado com nossos mais velhos nas roças, no seu dia a dia. Ainda que por vezes seja difícil, eu aprendi que é na roça que se vive a realidade da religião.
Meu trabalho aqui é muito mais do que só falar e responder questionamentos a cerca da religiosidade. Meu objetivo é promover a discussão de assuntos que nos afetam direta ou inderetamente, é lembra-los que somos parte do TODO, que somos uma só comunidade e que o indivíduo, apesar de dos seus anseios pessoais, está inserido numa família de axé e, neste contexto, quanto mais se pensa coletivamente, mais o individuo se fortalece.
Candomblé só se faz no coletivo.
Sejam todos muito bem vindo a este projeto e que nossos queridos Orixas nos encaminhem sempre no melhor destino. Axé, Tomeje.
2 comentários
Motumbá, sou um leitor assíduo do Blog Ori, e muito me conforta poder está aqui acompanhando suas publucações que me trazem cada dia mais aprendizado. Gratidão! Que Ogum esteja sempre em seu caminho.
Autor
Douglas Fernandes, seja muito bem vindo ao blog. Obrigado pelo carinho. Esteja a vontade no blog e visite também o YouTube do ori. Tem muitas informações interessantes lá. Ogun surè. Axé e felicidades sempre, babá Tomeje.